Opinião: Encontro com Fátima Bernardes

E hoje finalmente estreou o muito aguardando programa de Fátima Bernardes nas manhãs da Globo – e a espera podia ser confirmada pelo tanto de gente que só falava disso no twitter ao longo da exibição.

Tinha gente falando dos minutos iniciais, de que eu gostei com a contagem de tempo até o momento da estréia; tinha gente falando do cenário, que eu achei meio colorido demais, com muita informação; tinha gente que fala da Fátima, uma simpatia, como sempre, mas ainda perdida em sua nova função.

A dinâmica do programa irá misturar entrevistas ao vivo – Fátima tem duas cadeiras em sentidos opostos do palco, cada uma voltada para um grupo de “debate”, vamos chamar assim, o que mostra que dois assuntos serão o centro de cada programa -, participação de outros jornalistas ao vivo através de um telão e partes filmadas, tudo isso, em teoria, incentivando a discussão dos assuntos do dia.

No primeiro programa adoção e a primeira viagem internacional. Apesar de muitos acharem que abusaram do sentimentalismos no trato do primeiro tema ele me foi muito mais agradável que o segundo, sendo que os participantes deste pareciam um pouco confusos e apenas foram salvos pela matéria previamente filmada.

Mais que tudo ressalta-se aos olhos a falta de ritmo. Não só da apresentadora, mas da equipe como um todo, o que em parte é esperado no início e em parte poderia ter sido superado por algumas gravações teste – não sei se aconteceram, mas o segredo em torno do que seria o programa me indica que não teriam acontecido em quantidade razoável.

A comparação óbvia é com o programa mantido por Oprah por anos na televisão americana. Se é assim, bem, até que o sentimentalismo foi leve, já que por lá a apresentadora sempre carregou nesse aspecto em suas entrevistas, quase sempre bombásticas.

A falta de ritmo acabou por também fazer com que o programa seja longo demais, mas acredito que isso possa ser amenizado a medida que cada participante do “elenco” aprenda mais sobre seu papel. Mais que tudo eu espero que tanto Fátima como seus parceiros fiquem menos “amarrados”, que a coisa flua de maneira mais natural.

A própria apresentadora (só eu acho estranho me referir assim à ela?) falou que o programa irá mudando a medida que os telespectadores participarem mais, palpitarem mais. A ideia, inclusive, é que eles participem durante o programa enviando opiniões e perguntas usando a internet.

Eu confesso não ser uma grande fã do formato – o programa mais próximo disso que realmente acompanho é o da Ellen DeGeneres e o faço mais por paixão pela apresentadora do que por qualquer outra coisa – , mas acho que o principal desafio é manter-se interessante e então segurar a audiência obtida nesta estréia, mas consequência da curiosidade inicial que qualquer outra coisa.

Também não sei se o período matutino é a melhor opção. Do outro lado, exibido assim o programa conseguiu dobrar a audiência do período, enquanto a tarde o canal já tem uma programação mais amarradinha.

Eu confesso que esperava mais depois de ouvir tanto que ela só saiu do Jornal Nacional porque já tinha um grandioso projeto desenhado. Alguém mais assistiu?

P.S. Melhor comentário no twitter: Descobri que a Fátima Bernardes tem pernas, morri!

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

16 Comentários


  1. Oi Si, eu vi o programa, até onde eu consegui assistir eu gostei, é claro que ela estava meia perdida, cenário estranho, muita gente e temas diversos, mas acho que tem potencial. Só precisar lapidar.

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    1. Sim, acho que colocar ritmo, não só dela, mas na estrutura do programa. Acho até que a Globo precisa se libertar mais pra coisa funcionar.

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  2. Eu não vi. Infelizmente, não sou o público-alvo do programa, uma vez que trabalho o dia inteiro e na hora que o programa está no ar o trabalho está “bombando”, ehehehehe!

    Mas ouvi comentários num programa de rádio que acompanho no fim da tarde, e falaram sobre esse comentário das pernas dela (risos). Falaram também que ela parecia meio “desengonçada” andando, talvez pela falta de prática de apresentar um programa em pé.

    Torço pra que o programa dê certo, que encontre seu ritmo e seu nicho. Sou muito fã da Fátima, acho que ela é uma excelente jornalista e agora resolveu experimentar outra faceta da profissão. E, na boa, um programa de variedades assim é melhor que os desenhos que passavam nesse horário, né?!

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    1. Alice, sabe que eu fiquei pensando nisso também? Será que não seria mais interessante pra ela um programa semana a noite, por exemplo? Acho que a grande questão é que a Globo é super amarrada no horário noturno, ainda que as audiências após a novela das nove não sejam mais as mesmas…

      Também tô na torcida por ela, por enquanto tô culpando a falta de ritmo pelo que eu não gostei.

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  3. De imediato achei o cenário muito poluido, muita gente no palco. Fiquei com aquela sensação de sub celebridades dando pitaco. Antes de estrear já achava o formato ultrapassado, com a estréia não consegui ficar animada. Espero que melhorem.

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    1. Cleo, vou ver só na segunda de novo e torço para que realmente eles consigam se acertar. Uma tristeza ver um sonho morrer porque não souberam executar, né?

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    Ela é profissional competente. Gostei da postura dela, da oralidade, da humildade, da receptividade, da simpatia, enfim, de sua performance em geral. Bem fez a turma do Casseta e Planeta que a titulou de “Ótima Bernardes”, já que ela é ótima mesmo.

    Porém, o formato do programa (inclua nisso o cenário) não é dos mais adequados.

    O programa tem um tom demasiadamente jornalístico. A Globo tem jornalismo demais em sua grade. Veja o mais adequado Mais Você que mescla jornalismo com coisas mais leves.

    O cenário é muito ruim: as cores (lilás), texturas e elementos do palco (cadeiras hiper-dimensionadas pra platéia de convidados) causam cansaço visual.

    Os convidados são 99% cariocas com sotaque característico. Absolutamente nada contra os cariocas, com os quais muito convivi e gosto muito, mas isso dá ao programa um tom muito regional, como se fosse feito no Rio (e é) e para o Rio. O programa tem que mostrar inequivocamente que é nacional.

    A dinâmica não é boa e isso também é uma consequencia até do cenário, cuja arquitetura não ajuda. Veja o do Hoje em Dia da Record, o Mais Você e até a Hebe Camargo: vários ambientes, sofás, bancadas, mesas, etc… isso dá dinamismo à cena.

    O “assistente para assuntos aleatórios” da Fátima (que deve ser parente do consultor de segurança da Globo, Rodrigo Pimentel, tamanha a semelhança da voz e em parte da aparência) está muito destacado no programa; nada contra o rapaz, mas ele se sobressai muito; ele tem que ser alguém que fale com uma postura e um tom de voz abaixo da Fátima, que não pode, sob hipótese alguma, ser ofuscada.

    Teria sido melhor (e nada condenável) se tivessem feito um remake do TV Mulher e colocado a Fatima no lugar da Marilia Gabriela (e, quiçá, a Laura Muller no lugar da Marta Suplicy).
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    1. Oi Odair, você foi super feliz nas suas colocações. Acho também que a Globo ingessa demais esses programas e depois não entende porque não deu certo. Gostaria de vê-la mais solta, com mair liberdade.

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  5. Sei que vão me crucificar, mas vi alguns trechos no programa pela internet, achei igual a tantos outros, com assuntos que poderiam estar no Hoje em dia, no Mais Você, ou qualquer outro programa feminino. Hoje (quarta-feira), vi que ela ia falar sobre unhas femininas, foi para falar sobre assuntos assim que ela deixou o Jornal Nacional? Era este o sonho da vida dela?
    Quanto à Fátima, vou contra a maioria que a adora, acho que ela tem uma simpatia um tanto forçada, sempre lembro dela bajulando jogadores durante a cobertura da copa e fingindo entender e gostar de futebol (como gosto de futebol e acompanho desde criança, vejo quando alguém fala sobre o assunto depois de ficar “estudando”).
    Outra coisa, será que só eu acho que a boca dela é torta? Sei, estou sendo muito cruel.

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    1. Tem crucificação por aqui não, todo mundo pode achar alguma coisa!

      Não consegui ver mais nenhum e acho que agora só na segunda-feira. Como o Odari disse, acho que um dos maiores problemas é essa coisa da Globo transformar tudo em jornal mesmo. Fica muito amarrado, preso. Não fica natural. Uma pena.

      Agora, na boca eu nunca prestei atenção…

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  6. MUITO BARULHO POR NADA… O mais do mesmo, só mudaram as peças do tabuleiro.

    As tardes da Globo são chatérrimas, como todas, talvez o horário vespertino do programa fosse bem-vindo.

    Não gosto da Fátima, do que ela e Bonner fizeram com o casamento deles (muita mídia).

    Ela não é atenada como Rosana Hermann (uma profissional do ramo completa – jornalista que que eu amo de paixão). Se formos falar do elenco global, prefiro Sadra Annhamberg. Fátima é “simpatiquinha”, fala bem, claro, inteligente, tem um casaamento badalado e só.

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    1. Olá Thamires, eu sou apenas uma pessoa falando sobre tv, sugiro buscar a página do programa no site da TV Globo, já que eles publicaram material sobre o assunto.

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