Harry’s Law: Last Dance (01×12)

Impossível ver Harriet e Adam sentados, garrafas de cervejas nas mãos, ao final do dia, falando do que fizeram, do que se tornaram, e não pensar em Alan e Denny, seus copos de whisky, a sacada do prédio, o vento de Boston. É bom ter essa sensação boa novamente.

Sim, Harry’s Law teve uma primeira temporada irregular e curta. Quase foi cancelada. Mas nos surpreendeu com diálogos inteligentes, encerramentos ricos, participações mais que especiais, coadjuvantes roubando a cena. E uma protagonista que em nenhum momento se mostra incomodada em deixar que outro brilhe.

Nós nos apegamos ao estranho dia a dia de um escritório que vende sapatos e torcemos pelos mais estranhos réus. Rimos de e com Thomas Jefferson. Torcemos para que Adam conseguisse conquistar, reconquistar, sua amada – mesmo achando a namorada japonesa muito mais bonita – e nos irritamos com Jenna e suas obsessões.

“Sabe o que eu sempre quis fazer? Cantar. Puxa. Só uma vez, diante de uma pequena plateia. Ouvi-los aplaudir, só isso, só isso. Sabe, ou contar uma piada. Fazer alguém rir. Eu nunca fiz alguém rir, nunca, a não ser de mim.”

E a primeira temporada se encerra com Josh Peyton cantando essa única música – os mais velhos podem ter reconhecido  o mesmo tom de Montgomery MacNeil de Fama – enquanto todos estão perdidos em seus pensamentos. Uma bonita homenagem ao próprio ator Paul MacCrane, um bonito encerramento.

A canção de quem se perdeu e se encontrou, de quem esteve sozinho e encontrou uma amiga no lugar mais improvável.

Para que a gente possa se despedir bem, restaurados. Até a próxima temporada.