Há questão de algumas semanas a Carol me contou que não seria mais veterinária de cachorros e gatos, mas de animais marinhos. Fiquei feliz, brinquei um pouco e deixei o assunto de lado. No sábado passado a mãe de um colega – estávamos na apresentação do projeto do ano, de Noel Rosa a Lulu Santos – me contou que não só ela e o amigo seriam veterinários de animais marinhos, como também irão morar na Flórida aos 35 anos, motivo pelo qual juntarão 25 centavos por dia até lá (fiz as contas, dá para pagar a passagem de ida e mais uns dias de hospedagem, mas é melhor arrumarem emprego rápido).
Tudo isso por conta de um filme a que ele havia assistido: Winter, o golfinho (Dolphin Tale).
Já que minha filha vai mudar de país por conta disso, melhor ir logo ver do que se trata, certo? E lá fomos nós hoje, aproveitando o feriado, para ver o tal filme do qual eu nada sabia, nada tinha lido e para o qual eu nem tinha dado bola.
Se é bom? Em resumo: todos os marmanjos presentes choraram e não vi nenhuma criança pedindo para ir ao banheiro até que as luzes se acendessem. Carol saiu falando que sua próxima festa de aniversário será sobre golfinhos. Ah, e que ela quer um colar de golfinho, adesivos de golfinhos e uma camiseta de golfinho. Quem sabe um bicho de pelúcia. O DVD, com certeza. É nesse nível.
A história: Sawyer é um menino solitário da cidade de Clearwater, Flórida, que vive com sua mãe e cujo pai desapareceu há muito tempo. Ele tem dificuldades na escola e não tem amigos, com exceção de seu primo Kyle, nadador cheio de medalhas que está deixando a cidade para lutar no Iraque. Um dia, voltando da escola de bicicleta, o menino é chamado por um pescador para emprestar seu celular.
O pescador encontrou um golfinho na beira do mar, preso a uma armadilha para caranguejos. Sawyer solta o golfinho com o canivete que ganhou do primo e fica ao lado dele até que o socorro apareça. Depois disso ele irá visitar o golfinho, na verdade a golfinha que ganha o nome de Winter, no hospital várias vezes, fazendo amizade com o veterinário que dirige o lugar e mostrando uma ligação muito forte com o Winter.
É por causa dele que ela se movimenta e volta a se alimentar. Só que ficou presa por tanto tempo que acaba tendo sua cauda amputada e ela reaprende a nadar de um jeito diferente, jeito para o qual o corpo não está adaptado e que pode acabar por causar sua morte.
Ah, em meio a tudo isso: ele está de recuperação na escola, mas troca as aulas pelas visitas ao hospital, o hospital está a beira de ser vendido para se tornar um prédio, a cidade é varrida por um furacão e o primo de Sawyer volta ferido da guerra.
É por causa dele que o menino conhecerá um médico a quem pede uma prótese para Winter.
É claro que o filme tem final feliz – se não ninguém ia fazer versão da vida real, certo? – mas o filme realmente balança com a gente, além de ter muitas mensagens sobre superação, coragem e força. É fácil se enamorar dos personagens e se emocionar.
Só que eu descobri tudo isso quando o filme está a beira de sair de cartaz, então corre para não perder – assisti em 3D, mas não acho que seja necessário, na verdade são poucos os efeitos aproveitados.
E se quiser saber mais sobre a história real da linda golfinha é só acessar Seewinter.com – após o final do filme são mostradas algumas cenas da história real e você percebe que o filme foi bastante fiel.
P.S. Ao escrever este texto resolvi procurar quem já tinha falado sobre e dei de cara com uma crítica de Rubens Edwald Filho em seu blog no R7. Ao contrário de mim ele odiou o filme, os atores e a história. Não consigo parar de pensar em como é bom não ser crítica e ter de olhar cada aspecto técnico, apenas curtindo a viagem.