Preview: Person Of Interest

*Texto escrito para publicação no Teleséries

Era 1949 e George Orwell imaginava um futuro aonde uma sociedade repressora é capaz de tudo para impedir que alguém se posicione contra ela, mesmo que para isso possam usar de falsas informações ou vigiar cada passo de cada cidadão. Esse futuro é retratado no livro 1984, que tornou comum o uso do termo Big Brother para essa vigilância, nome depois adotado por um reality show.

Depois de 11/09 muitos imaginaram o quão longe o governo americano poderia ir para dar segurança aos seus cidadãos. Fãs de teorias de conspiração como são, muitos americanos acreditam que o big brother já está em ação, controlando os passos de todos.

Imagine que isso é verdade e que alguém muito inteligente teria criado uma máquina que, através de algum algoritmo complexo, processa as informações geradas por câmeras e microfones em todo o país de maneira a obter informações sobre futuros ataques terroristas e então impedi-los? E se essa inteligência também permitisse identificar crimes menores a serem realizados, algo que vimos em Minority Report?

Você, sabendo de tudo isso, seria capaz de desprezar essas informações menores? Mesmo sendo o criador desta inteligência?

Esta é a premissa de Person Of Interest: Michael Emerson interpreta Finch,o bilionário que criou essa inteligência e não foi capaz de deixar que as informações de crimes menores fossem jogadas fora. Ao invés disso ele deixou uma porta de acesso aberto que traz o número do seguro social das pessoas que estarão envolvidas em crimes. O único problema é que ele não sabe se essa pessoa será vítima ou perpetrador (hummm, então ele nem é tão genial assim, não é mesmo?).

Como todo procedural que se preza, então, precisamos de alguém para seu parceiro: enquanto Finch representa a inteligência – e a pessoa não confiável, já que desconhecemos sua motivação ou reais objetivos – temos Reese, personagem de Jim Caviezel, como a força e talento. Reese é um ex-agente da CIA que sofreu a perda de um grande amor e então passou a viver nas sombras.

Até que Finch lhe conte sua história, já lhe jogando em um caso em que a pretensa vítima se revela verdadeira criminosa – uma assistente da promotoria que usava sua posição a fim de garantir certa segurança para sua operação criminosa – e apelando ao seu senso de justiça não realizado (alguém mais apostaria que a morte de seu grande amor teria sido causada por algum erro da CIA?).

Em seu primeiro episódio Finch e Reese ainda não me convenceram. O que pode ser proposital para o primeiro caso, parece ser um erro de tom no segundo: Reese não pode ser um herói imbatível se quiser me convencer de sua dor e frustração.

Além disso, JJ parece ter encontrado novamente a mesma encruzilhada: se for um simples procedural pode desagradar a quem se acostumou ao seu estilo de “contar uma longa história” e cair na mesmice sem destaque; se tiver uma história de fundo muito trabalhada poderá afastar os fãs contumazes dos procedurais em geral.

Ele foi feliz em fazer isso com Fringe, para mim, mas sem estourar na audiência. E a CBS não costuma ser muito gentil com quem não apresenta grandes números, o que representa uma pressão a mais. Por seu piloto eu não arriscaria fazer apostas.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

8 Comentários


  1. Pretendo assistir esta série. Gosto muito do ator Michael Emerson desde da época de Lost.

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  2. Assisti a estréia da série ontem e gostei! Vamos ver os outros episódios!

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      1. O ator Michael Emerson arrasa! Tempos atrás assisti uma entrevista dele no David Letterman. Ele disse que fez muito teatro comunitário! Vê se pode? Mas a sua carreira deslanchou mesmo em Lost que ele faria apenas 1 participação e ficou 4 temporadas!

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        1. Oi keila, sim, ele é daqueles atores só descobertos na maturidade, uma pena. Ele fez uma ponta em Parenthood nesta temporada em que ele arrasa também.

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  3. Gostei do primeiro episódio. Gosto desses assuntos: conspiração; assassinatos; homens lindos; mistérios… Não necessariamente nesta ordem! rs

    Acho que Jim Caviezel ainda não está muito à vontade no papel e olha que eu adoro este ator!

    Michael Emerson sempre ficará bem em personagens excêntricos. É um baita ator.

    A atriz que fez a advogada corrupta vive aparecendo nas séries e está fixa em Justified (outra série que amo), mas não gosto da atriz. Ela está sempre fazendo o mesmo personagem em todas as que aparece.

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