Energia boa em movimento gera boas ideias. Dito isto devo defender a sardinha dos ciclistas e dizer que quando você junta mais de um a energia boa em movimento pode quase ser tocada.
Foi por conta disso que, dentro da lista da Bicicletada, surgiu uma ideia ótima: facilitar o acesso de pessoas interessadas em usar a bicicleta como meio de transporte e que não possuem a grana necessária para investir em uma ou não tem certeza de que a bicicleta funciona para si ou, ainda, que estão temporariamente sem uma bicicleta por algum problema (o roubo de bicicletas é uma triste realidade).
Além disso: BICICLETA PARADA NÃO LEVA A NADA.
Da ideia surgiu muita discussão, da discussão o projeto oficial: Coletivas.MOBI.
O projeto não tem fins lucrativos e é baseado na doação ou empréstimo de bicicletas paradas – aquelas que muitos vemos nas garagens dos prédios da cidade – a manutenção e cuidado destas por voluntários e o uso por qualquer interessado.
Assim como a Bicicletada, o Coletivas não tem líder, chefe, sede, empresa. É um projeto de muitas pessoas que acreditam, que foram picadas pelo vírus da bicicleta, que confiam na colaboração.
Várias bicicletas já foram obtidas e estão passando pelo processo de manutenção. Assim que estiveram adequadas para uso serão repassadas aos Zeladores, pessoas que ficam responsáveis por guardar as bicicletas, entregá-las aos usuários, monitorar o seu uso, recebê-las de volta quando for o caso.
Um lado muito legal do projeto é personificar cada bicicleta, ou seja: cada bicicleta receberá um nome, um zelador e a partir daí tem sua vida registrada em foto e texto, ela ganha uma história só sua. As menores, para crianças, deverão passar pro processos de empréstimo mais longos, possibilitando à criançada crescer junto com o projeto: começa com uma aro 12, depois troca por outra aro 16 e vamos criando mais ciclistas.
E elas não precisam ser doadas ao projeto: alguém que tenha mais de uma bicicleta pode emprestar a sua para usos mais curtos, por um intervalo de tempo. Tudo isso controlado direitinho.
Eu sou uma Zeladora do projeto, ou seja, eu preciso zelar pela bicicleta e cuidar de sua relação com o usuário. Como eu não tinha uma bicicleta para doar ou peças para ajudar na manutenção, eu estou doando meu espaço. A bicicleta que ficará comigo não é minha, mas preciso garantir sua segurança e sua disponibilidade.
Ao usuário, além de aproveitar muito da bicicleta que lhe for emprestada, deverá garantir seu bom uso, lembrar que a bicicleta é de todos e, quando possível, devolvê-la com melhorias.
Não existe caução, é um compromisso de palavra, daqueles baseados na confiança mútua.
Interessado em ajudar ou em usar uma bicicleta coletiva? Então conheça o site do projeto, estamos loucos para ver as primeiras bicicletas nas ruas.
Link Permanente
Simone que legal, muito bem explicado, é assim que o projeto cresce, com a divulgação, por meio de blogs, midias sociais e a ajuda de todos.
Obrigado Zeladora. rsrsrs