Parenthood: Damage Control (02×11)

Ele pode ser o cara perfeito, mas não agora. Acho que essa frase define bem o sentimento de Adam e Cristina quanto a Alex. E ele é perfeito mesmo: lindo, simpático, bem educado, com desejos certos e a cabeça no lugar. Mas com uma experiência que é demais até para a idade dele, imagina para a Haddie.

Que nem exatamente mentiu quando reencontra o namorado, só faltou a parte do “eles não querem mais que a gente fique junto”.

Ser pai é mais isso que qualquer outra coisa: decidir coisas pelos seus filhos, mesmo que eles não concordem e mesmo que bata aquela culpa por ter de fazer assim.

Assim como ser pai é ter medo do que o futuro reserva para seus filhos. E aí falamos de Sarah e o medo do que sua escolha passada fará pelo futuro de seus filhos. A personagem teve dois momentos sensacionais: o primeiro quando fala para seu pai sobre o alcoolismo do ex-marido; o segundo quando, totalmente sem jeito, fala de seu medo para seus filhos dentro daquele carro. Eu confesso que constantemente me irrito com a personagem – tudo culpa daquele meu lado que acha que alguém que é pai tem de se tocar que agora a história é outra e tem de colocar os filhos em primeiro lugar – mas também a entendo: a vida tem horas que simplesmente nos atropela e a gente leva um tempo para aprender a conviver com as novas cicatrizes.

Quem me irrita sempre é o Crosby e neste episódio especialmente. De novo o diabinho do “tem de ser pai de verdade” batendo na minha porta. Gosto menos ainda de Jasmine, mas tive que dar razão a ela quanto a questão do quarto e a atitude de Crosby como pai (e aí o diabinho bateu ainda mais forte porque tenho esse mesmo tipo de discussão com o marido, vezes sem conta, ontem mesmo). No final fiquei com um pouco de pena dele, quando ele faz aquela cara de pânico na porta do quarto do pequeno, pouco preparado para seu novo papel.

E Julia e Joe? A história do passarinho foi perfeita, de uma delicadeza ímpar, para abordar essa questão da perda para os pequenos. A Carol em casa já perdeu dois bichinhos (na verdade eu perdi, mas ela já convivia com eles), mas acho que como era ainda pequena não absorveu exatamente o que é isso. Assim como Julia e Joe falamos sobre um lugar lindo aonde eles moram hoje. Acho que para os pequenos essa ideia do lugar lindo acaba por tornar a morte pouco palpável mesmo, até porque a noção de tempo deles é tão diferente da nossa. De qualquer forma, a delicadeza da história serviu para conhecermos mais de Joe, na linda cena em que ele chora porque sua mãe não está vendo como Sidney está se saindo bem.

Falando de avós, temos Zeek. Que tem me surpreendido lindamente nesta temporada por, mesmo sendo emocionalmente incapaz, buscar fazer o certo, o melhor, pelos seus.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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