Porque a linha tem que passar por um monte de lugares diferentes na máquina de costura – ainda bem que na minha eles são numerados de 01 a 06. E também precisa prestar atenção na tensão do ponto; e se o tecido não está escorregando; se a medida da barra está toda por igual; e se os tecidos estão certinhos ali no final, cantinho com cantinho.
Isso é um pouquinho do que eu aprendi no meu super curso de costureira iniciante. Isso mesmo, depois de me aventurar a fazer uma necessaire sem nunca ter encostado em uma máquina de costura na vida, resolvi começar pelo começo e voltei ao ateliê das simpáticas Pat e Eliane para aprender do começo.
É engraçado isso: parece que passei a adolescência fugindo de fazer as coisas que minha mãe e tias faziam, mas na verdade tinha um monte de coisas que eu queria fazer. Ainda bem que com a idade, ops, com a maturidade, a gente pode assumir melhor nossos desejos, não é mesmo?
A gente encontra nessas pequenas coisas, nesse fazer algo que queremos, mesmo que para os demais pareça não ter lá muita utilidade prática, um bem estar enorme. O melhor deles porque só depende da gente, não é?
E não poderia ter começado melhor: as aulas lá no ateliê são praticamente particulares, com a vantagem de que sempre tem mais alunas dividindo o medo de errar, as risadas, as besteiras faladas quando a adrenalina sobre (sim, é possível que uma aula de costura inclua adrenalina, vocês não fazem ideia).
Um ambiente tão gostoso e as meninas tão atenciosas, tão cuidadosas conosco, de uma maneira que eu acho difícil que outro curso de costura seja. Nada para elas é detalhe, sabem? Elas explicam quantas vezes for preciso.
Aprendi a fazer costura reta-torta (a minha costura reta sai meio torta, sabem como é?), fiz um estojo que agora é da Carol, fiz um porta treco que agora fica ao lado da cama e fiz um porta Galaxy Tab com feltro vermelho (costurar feltro é meio complicado) como TCC. E curti o fazer de cada coisa, tanto quanto agora eu curto olhar para elas pela casa e pensar: eu que fiz.
O ruim da me “formar” é que o curso acabou e eu já estava acostumada a ter destino certo nos sábados pela manhã.
O bom é que foi só um até logo… Domingo estou lá aprendendo a fazer uma saia – que deve sair bem melhor do que a que eu tentei fazer semana passada em casa com uma lã mole demais para ter uma barra decente, mas isso é história para outro post.