Opinião: Mr. Sunshine

O espaço para seriados tem crescido na TV paga, no entanto ela ainda não dá conta de passar tudo que é lançado no mercado internacional todos os anos. Alguns seriados demoram para estrear, outros nunca chegam por aqui.

Das novidades da temporada 2010/2011 duas são estreladas por astros de Friends: Episodes, estrelado por Matt Le Blanc e do qual eu já falei aqui, e Mr. Sunshine, estrelado por Matthew Perry.

Quando Friends chegou ao final a bolsa de apostas apontava que Jennifer Aniston e Courtney Cox seriam os membros do elenco com maiores chances de continuarem na escalda do sucesso – mesmo não precisando, afinal, eles já haviam ganhado MUITO dinheiro até ali.

Jennifer tem trabalhado no cinema, com relativo sucesso, e Courtney conseguiu que dois projetos saíssem do papel e passassem da primeira temporada, o segundo, Cougar Town, com mais sucesso que o primeiro, Dirty, e também com mais semelhanças a Friends.

Matthew Perry não era a aposta de muita gente, mas, eu considero que ele acertou logo de cara. Studio 60 era um seriado meio dramático, meio comédia, com personagens com os quais eu realmente me importava e com um roteiro que me envolvia. Uma pena que nem todo mundo achou a mesma coisa que eu e ele tenha durado apenas uma temporada.

Até hoje eu lembro daquele último episódio, quando a luz do teatro é apagada em definitivo.

Então é claro que eu estava ansiosa por ver o projeto seguinte e comemorei quando ele foi aprovado por um canal, o problema é que, a cada episódio desta primeira temporada de Mr. Sunshine eu terminava com a mesma cara do Matthew desenhado nos letreiros, repetindo o mesmo “ieiii” desanimado da música de abertura.

O problema não é o elenco, que tem gente boa (Allisson Janney, super mal aproveitada) e gente não tão boa (Andrea Anders, de Joe), mas nada que comprometa. O problema também não é o “plot”, apesar de eu achar que o dia a dia do gerente quarentão de um grande ginásio americano não deva ser a melhor fonte de histórias divertidas.

O problema são os personagens, tão unidimensionais que são caricatos, e o roteiro, que parece sempre ficar devendo, como se eles estivessem cansados demais para se esforçar.

Nem mesmo o personagem de Matthew se salva. Mesmo a atuação dele aparenta que ele está no automático. Tão automático que, em alguns momentos, eu fico achando que ele pegou tudo que eu não gostava de Chandler e colocou em Ben. É um Chandler que escolheu não crescer e ser egoísta

A primeira temporada teve apenas 08 episódios e eu comecei cada um deles com a esperança de que seria o episódio da virada, o episódio em que eu me divertiria do começo ao fim, o episódio em que eu finalmente visse alguma sombra do brilhantismo que eu via em Studio 60. Mas, ao final de cada um, eu só conseguia pensar no “iieeeiii” desanimado, novamente.

Dos 08 episódio eu gostei de 02, um centrado na loucura de Heather (que teria colocado fogo no último namorado de sua irmã), assistente de Ben, que resolve que este é o par perfeito para sua irmã. E o último, em que Ben encontra um garota legal por quem se interessa. Mas o duro é que eu gostei comparando com os outros, sabe? Não é que eles realmente tenham sido grande coisa.

O meu lado otimista diria que 08 episódios são muito pouco para o seriado, o outro lado lembra que existem seriados que já te mostram o que são no primeiro, segundo episódio.

O seriado ainda não teve uma segunda temporada confirmada e eu não apostaria em sua renovação. E nem a desejaria, pois acredito que Matthew merece bem mais.