Cinema: Filmes de criança tem de ter graça para criança

Bem, desde o nascimento da Carol que cinema virou programa de família aqui em casa e depois da aventura de assistir dois filmes em um dia só – Sherk Para Sempre e Toy History 3 – aprendemos que mesmo com filme bom é muita coisa para um dia só. Por conta disso agora é um só por final de semana. Antes do feriado assistimos ao Meu Malvado Favorito e neste final de semana encaramos (acho que é o melhor termo) Como Cães e Gatos 2. Ainda está na fila o segundo de Nanny McPhee – segundo a Carol ela é que me levará para assistir a esse, já que eu sou mais fã que ela.

Meu Malvado Favorito é uma grata surpresa: para quem acostumou a achar que filmes com doçura e ainda divertidos é departamento da Pixar, eu recomendo o filme sem medo. Seu único defeito é você não poder trazer todos os personagens para casa junto com você.

A história: super vilão vê seu prestígio entre os iguais cair e cria o mais sensacional plano do mundo e roubar a Lua. O problema é que ele precisa de uma arma que reduz de tamanho com seu raio e ela está guardada por outro vilão, bem sem graça. Ele enxerga em três meninas abandonadas a chance de invadir a casa e rouba a arma sem ser percebido.

Ele acaba por adotar as meninas e, como não poderia deixar de ser, ele vai se apaixonar por elas. E é claro que a parte mais legal é ver isso acontecendo: o jeitinho das meninas, ele já apaixonado, mas ainda sem saber, ele se arrependendo de deixá-las sozinhas.

O filme é realmente encantador e muito divertido. Com inteligência ele coloca na tela uma história que todos nós já sabemos como vai funcionar e, desafio maior, capaz de apaixonar pais e filhos do começo ao fim – falando de fim: Por que as pessoas continuam saindo do cinema antes da exibição dos créditos? Por que? Por que?

Como Cães e Gatos 2 se mostrou decepcionante: tentando agradar aos pais o filme, desde seu nome, foi recheado de referências a filmes adultos (temos por exemplo um gato preso como Hannibal Lecter de Silêncio dos Inocentes), que não tem significado algum para as crianças.

A maior parte das piadas é sem graça, os efeitos especiais não chegam a impressionar – na verdade eu acho que os cães falantes do primeiro filme eram bem mais engraçadinhos, os gatos então, são bem mais gatos – e a ação não chega a engrenar. No final das contas o mais engraçadinho é um pombo que é muito atrapalhado, mas nem ele é assim um sucesso.

Nem mesmo a participação de Chris O’Donnell e Jack MacBryer conseguem agradar, até porque eles devem ter gravado suas cenas em questão de menos de meia hora. Talvez a versão original seja salva pelas vozes de Bette Midler, Christina Applegate e Nick Nolte, o problema é que só seria salvo para adultos.

Para vocês imaginarem a parte favorita da Carol é a dos créditos, quando são exibidos filminhos do You Tube com gatos e cachorros brincando juntos: triste imaginar que a Carol ia preferir uma hora e meia na frente do computador do que no cinema, não é?

Acho que o principal é: adultos acabam por se apaixonar por filmes e desenhos animados que são feitos para a criança. Na maior parte das vezes, ao tentar atingir todos os públicos, você acaba não agradando nenhum.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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