Estar certo ou ser feliz

Bermuda: Wollner / Camisa: Gregory
Blusa: Zara / Meia: Lupo
Sapatilha: Shoestock / Presilha: Maria Simone
Unhas: Mauve Urban Colorama

Sexta aproveitamos que Carol já saiu de férias com os avós e saímos com alguns amigos queridos. Em meio a conversa sobre a Copa do Mundo, como não poderia deixar de ser, e a comadre Samatha saiu com o “Dunga escolheu estar certo ao invés de escolher ganhar.”

Eu acho que essa foi a melhor avaliação do que aconteceu com a seleção neste ano: Dunga, lá atrás, definiu sua metodologia de trabalho, a abraçou com força e vontade e dela não desistiu, mesmo que isso significasse deixar de fora jogadores que estavam bem na fase de convocação, tanto é que, ao chegar de volta ao país, ele disse que os torcedores deviam estar felizes porque não viram bagunça e não sei mais o que.

Eu não vou culpar inteiramente o treinador pelo que aconteceu, na verdade é difícil apontar heróis e vilões em qualquer perda ou ganho. A questão é que ali ele estava com a autoridade de decidir e, com isso, a maior parte da responsabilidade também. E aí sim, não adiantava ele estar certo, ele precisava ter na cabeça a meta, que não era menos bagunça, mas chegar à final.

Porém, isso não justifica o tanto de revolta – ou sou eu que não sou “apaixonada” o bastante – que se viu desde a eliminação.

Às vezes acho que nós levamos tudo tão a ferro e fogo que nem sempre sabemos valorizar esforços, valorizar a dedicação, mesmo que ela nem sempre resulte em vitória. Eu lembro muito da história de Guga, de herói a palhaço da corte por conta de seus problemas físicos que prejudicaram precocemente sua carreira.

E, talvez por isso e pela tal questão que parece que temos que nascer odiando a Argentina – nasci com defeito então – não conseguimos entender porque a seleção do país, também eliminada, ainda foi recebida com carinho pela população ao desembarcar na volta.

Apesar de eliminados, a seleção deles não fez feio – e não venha me dizer que eles perderam de 4×0 e a gente não porque não jogamos com a Alemanha, então estamos comparando coisas diferentes – e se esforçou, não desesperou.

Acima de tudo, eles escolheram ser felizes.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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