Netbook ou notebook? Entendendo minha real necessidade

Post longo, mas acho que vale a pena. 😛

Lembram que eu falei que sou uma pessoa que odeia desperdícios? Pois bem, há pouco tempo me toquei que eu nunca controlei meus desperdícios relacionados à tecnologia.

Meu pai trabalhava em uma empresa de tecnologia, então fui a primeira entre muitos amigos a ter um computador em casa. Por essas coisas do destino também fui a primeira a andar com um notebook por aí, isso por conta do trabalho – entrei em uma empresa de auditoria (lá se vão mais de 15 anos) e recebi um Compaq pequenininho de dez ou doze polegadas, arredondado, que pesava horrores e tinha um mouse de bola giratória.

Comparado aos de hoje ele era horrível, lento e pesado, mas para a época era revolucionário e caro – o investimento da empresa na compra deles era admirável.

Por ter um notebook tão cedo para trabalhar, logo fiz a opção em casa por um equipamento do mesmo tipo. Lembro que o valor de um notebook era absurdamente maior que de um desktop com configuração semelhante, mas era algo natural para mim: você paga mais por mais tecnologia.

Há mais ou menos um ano atrás fui designada como a responsável por escolher os equipamentos que seriam usados pelos gerentes da empresa e não tive dúvida: vamos comprar tudo de melhor, última geração, 4GB de RAM, 500GB de memória, placa de vídeo de primeira etc. etc. etc.

No final de 2009 uma tia ganhou um notebook excelente em uma festa de sua empresa (nunca tive essa sorte) e me deu seu netbook. O equipamento em questão é da primeira geração de netbooks que aportou no país: um Mini 9 Dell.

Resolvi usar o equipamento para todo lado, na empresa devolvi eu notebook cheio de trectrecs e ganhei um desktop com monitor enorme (bem adequado a alguém da área financeira). Troquei a pouca memória RAM do netbook de 1GB para 2GB e comprei um SD de 32 GB para complementar o pouco espaço em disco.

Ops, que disco? O Mini 9 é equipado com um SSD, um HD sólido, cuja tecnologia é bastante cara e cujo valor justifica a decisão da Dell de disponibilizar o equipamento com apenas 8GB e 16GB de memória. Daí minha ideia de comprar o tal SD que me ajudaria a guardar os arquivos necessários no dia a dia – entenda-se os arquivos que sincronizo com meu iPhone mais a instalação do iTunes.

Eu realmente achei que o acréscimo seria o necessário para uma vida saudável e feliz, não fosse o fato de cada atualização do Windows XP consumir mais e mais da memória original. Eu desinstalei tudo que vocês podem imaginar, mudei a configuração do sistema operacional para privilegiar o desempenho, saquei o Internet Explorer e só deixei o Chrome. Fiz de tudo.

E sobrava muito, muito pouco.

Lembro de conversar sobre o assunto com minha comadre, a Samantha, e ela falar da questão da nuvem: a maior parte dos meus arquivos realmente estão na nuvem, mas a falta de espaço no HD acaba por prejudicar o desempenho do sistema como um todo.

Outra solução seria a troca do sistema operacional, além da instalação do SD como uma pasta do C: original. Meu problema continuava sendo a necessidade do iTunes por causa do iPhone – sim, li na internet pessoas que conseguiram fazer o bicho conviver com o Ubuntu, mas em casos de aparelhos desbloqueados.

Um outro defeito do Mini 9 era a adaptação feita pela Dell para que seu teclado coubesse num equipamento tão pequeno: imaginem usar o ? e a / junto das teclas Q e W usando o botãod e função? E o Del ao lado da barra de espaço? E todas as funções junto dos números?

E se adaptar a tudo isso e, durante o dia, usar um teclado padrão da Dell, daqueles enormes, no desktop? Sim, os erros de português aumentaram exponencialmente.

Com a entrada de uma graninha extra, acabei optando pela compra de um novo equipamento e fiquei diante do dilema: notebook ou netbook?

O primeiro pensamento de uma louca por tecnologia é comprar um Mac de uma vez. Ou, no mínimo, comprar um equipamento com configuração semelhante ao que eu tinha antes do net.

Mas eu realmente precisava disso? Depois de muito pensar, e de ouvir conselhos diversos de vários amigos, acabei concluindo que um novo netbook, com um HD maior e um teclado mais confortável atenderia as minhas necessidades de pessoa física: escrever pro blog, editar fotos no Picasa, ouvir minhas músicas, assistir aos meus seriados.

Além disso, eu ganharia na parte financeira, a diferença de valor ficava próxima de dois mil reais, e continuaria com a mesma mobilidade: um netbook cabe em uma bolsa maior e, no caso dos equipamentos da Dell, vem com um modem interno, ou seja, você encaixa o chip no compartimento da bateria e pronto, nada de modems espetados em um de nossas preciosas portas USB.

Decisão tomada, semana passada, depois de quase trinta dias de espera dolorosa, recebi meu equipamento, personalizei e já sai usando.

E estou muito, muito, muito feliz. No Mini 10 o teclado é super confortável (eles tiraram as barrinhas da lateral, o que permitiu deixar os botões mais largos), o desempenho é excelente (rodo seriados em HD numa boa) e ele é ainda mais leve que o modelo anterior, apesar dos três centímetros a mais na largura. Ele é bem fininho e o acabamento está bem mais profissional que do modelo mais antigo.

Tenho usado, além do Google Docs, o Works pré-instalado, que quebra um galhão quando estou offline. Ah, sem falar no Windows 7, bem mais bonito e amigável.

Então, vejam vocês, por mais que nós, aficionados em tecnologia, early-adopters por definição, possamos reconhecer e admirar os novos recursos, nem sempre precisamos tê-los para sermos felizes, não é mesmo?

O antigo netbook? Agora é da Carol, desinstalei vários programas, dei uma limpada geral e ela tem usado o Chrome para acessar seus sites de jogos.

Com mais tempo, acho que no próximo feriado, devo instalar o Ubuntu para ela, já que ela pode usar outro player para suas músicas. Se tudo der certo conto por aqui também.

Clique nas fotos para vê-las maiores, para ver em tamanho original, visite meu Flickr.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

4 Comentários


    1. Oi Fernanda,

      Então, como eu falei, acho que vale a análise. No meu caso, que já tive os dois, eu achei que o netbook atende as minhas necessidades: em primeiro lugar a mobilidade é muito maior, já que ele cabe na bolsa; em segundo, hoje eu uso muito os programas na nuvem (uso email do gmail, uso do Google Docs para documentos) e os que uso instalados (Picasa, BSplayer) são leves o bastante para rodar bem no net.

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  1. Gostei muito do review!!! Estou na mesma dúvida: note ou netbook?! Queria muito o netbook pois não sou muito de jogar no computador mas o que me preocupa é o office!! Pois pelo que fiquei sabendo o office mais básico não tem powerpoint, e é uma coisa q eu uso muito! Outra dúvida é: o netbook suporte o itunes e algum programa que dê para baixar músicas?? Se você pudesse me esclarecer essa dúvida ficarei grato!! Qualquer coisa me mande um email =D

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    1. Oi Cleber, que bom que ajudei!

      No meu netbook eu tenho o iTunes instalado porque tenho um iPhone e ele roda numa boa. Para baixar arquivos eu uso o uTorrent, que é super levinho. Eu não tenho o Office instalado, já que uso o Google Documents, mas conheço gente que tem e diz que roda bem. Na verdade, acho que o netbook só compromete mesmo em relação a recursos para edição de vídeos ou para jogos, que dependem de maior velocidade de processamento e maior memória cache.

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