Foi num misto de curiosidade e receio que resolvi “encarar” o primeiro episódio de Na Forma da Lei: fã confessa de seriados policiais de todos os tipos e origens, esperava ansiosamente pelo que vinha e morria de medo de me decepcionar.
Tenho de dizer que, na média, o seriado se saiu bem. Se eu fosse escolher um seriado para comparação, eu diria que Na Forma da Lei segue um pouco a linha da produção Epitáfios, da HBO na Argentina: cenas fortes, tons escuros de fotografia, certo exagero dramático, bem coisa de latino.
Falando de exagero dramático, talvez esse seja o maior defeito da série até aqui: Henri Castelli erra muito no tom e torna seu personagem caricato. O exagero também aparece na formatura do grupo de amigos – falo mais a frente de Luana Piovani, mas aqui ela realmente não funcionou.
Outro erro é o excesso de explicações, talvez conseqüência da busca de uma solução para os poucos episódios para se contar uma história, tão diferente do modelo das novelas, em que o número de episódios permite maiores explicações sobre os personagens e acontecimentos, sendo até cansativo algumas vezes.
E eu confesso que o excesso de explicações me irritou mais que Henri Castelli, apesar de, muitas vezes, ter sido exercido por ele: primeiro o “olha-lá-que-vai-ter-confusão” enquanto você via a cena do baile, com Maurício se aproximando do casal, e já percebia o que estava rolando, depois o “ele-é-filho-do-senador-Viegas-o-homem-mais-poderoso-do-país”. A impressão que fica é que o autor ficou com medo de que os telespectadores não fossem capazes de entender por si mesmos a história.
Se existiram erros, muitos também foram os acertos: Márcio Garcia surpreende positivamente no papel de vilão, Ana Paula Arósio, Leonardo Machado e Samuel de Assis não comprometem, Ana Paula, na verdade, pouco pode mostrar do seu trabalho, mas o faz bem na cena da morte de Eduardo, em que ela transmite batante terror em suas expressões. Mesmo Luana Piovani, cujos trabalhos nunca me despertaram elogios, não se sai de todo mal, principalmente nas cenas do tempo presente. Arrisco dizer que ela bem pode encontrar o tom da personagem.
Jackson Costa, no papel de Anselmo, motorista que acaba se tornando um assassino e que, no finalzinho do episódio, é revelado meio-irmão de Maurício, filho do senador Viegas, merece vários elogios. Gostei bastante dele!
E o que dizer do senador? Bem, sempre achei o talento de Luis Mello, cuja formação é de teatro, pouco aproveitado pela TV Globo. Ao que parece, aqui, no papel de vilão, ele terá bastante chance de brilhar, basta pensar na cena em que se despede do filho Anselmo na delegacia, ou quando bate em Maurício em sua casa.
Como eu disse antes, Na Forma da Lei em vários momentos me remeteu a Eptáfios, seriado pelo qual sempre fui apaixonada (e que a HBO até hoje não lançou em DVD). Eu não saberia agora apontar em que outros momentos isso acontece, mas foi o suficiente para manter a curiosidade e eu ligar na Globo semana que vem.
Ah, só mais um defeito: o horário. Acho que estou velha demais para programas que começam às onze da noite.
O seriado também já ganhou seu site no portal do canal.
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Gostei muito ! achei muito interresante ,mas ouve um pouco de exagero na cenas em que os capagas cercam o casal ,cenas de rapel e pra acabar! Deveriam ser mais realista tinha outras formas de fazer estás cenas,que ficariam melhor.não da pra entender se o vilão já estava esperando o casal ou se ele encontrou por acaso dentro da boate,emtão foi tudo premeditado!
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Moises,
Eu também achei, mas acho que isso é muito de terem escolhido um autor de novelas como roteirista. Você gostou do segundo episódio? Eu dormi no meio! Vou procurar no site da Globo agora…
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oi! não pude assstir o segundo episódio pois estava trabalhando,e vi aultima parte do terceiro episódio,aquele duelo da delegada tá por fora! espero que melhore nos proximos episódios.