Parenthood: Pilot (01×01)

Quem me conhece sabe que eu me apego mesmo é aos seriados policiais. São eles que me prendem a atenção e aos quais eu acabo seguindo religiosamente. É claro que gosto de um novelão, Grey’s Anatomy e Brothers And Sisters estão aí para não me deixar mentir, mas não são meu gênero preferido. Mas quando fui lendo as notícias lá fora sobre a estréia de Parenthood eu fui ficando curiosa. Ia ser um drama familiar da NBC. Bate um medo nessa hora: eu nunca dou muita sorte com a NBC, os seriados do canal que eu mais gosto acabam ficando pelo caminho.

Com o final de ER, Maura Tierney foi escolhida para um dos papéis, mas a descoberta de um câncer de mama a afastou do seriado e especularam a contratação de Helen Hunt. Eu AMO a Helen por causa de Mad About You! Mas não passou de especulação e a escolha recaiu sobre Lauren Graham para o papel de Sarah. E eu vou reclamar? Jamais, todo mundo sabe de meu amor por Gilmore Girls.

Quando eu li o texto do Thiago sobre o episódio piloto eu achei engraçado: ele falava que Maura provavelmente seria mais adequada para o papel, de Sarah que ele tinha sido escrito para ela. Eu não acho que o papel tenha sido escrito para ela, mas acho que seria uma escolha natural do canal, que já tinha contrato com a atriz. Se ela faria melhor o papel? Não sei, confesso que por mais que eu tenha gostado sempre da Abby Lockhart de Maura em ER, eu acho que a atriz carrega demais a tristeza em seus papéis. Mesmo quando ela sorria em ER havia em seu olhar uma infelicidade aparente. E, se em ER, ela até pudesse ter motivos para ser assim por conta do tanto que a personagem sofria, em seus papéis nos filmes Insomnia, Liar Liar e Forces Of Nature isso se repete, e no último caso ela é uma noiva as vésperas do casamento, mesmo em Newsradio já era assim.

Ao olhar o desenvolvimento da personagem em Parenthood você percebe que isso não funcionaria tão bem aqui: em meio a algumas escolhas duvidosas, várias frustrações e muita batalha, Sarah tem uma vontade de dar certo e de ser feliz, até carregada de certa inocência, que precisa de um sorriso doce para acompanhar. E, falando de sorrisos doces, acho que Lauren é a melhor para o papel, melhor até que a Helen que tanto amo.

O primeiro episódio de Parenthood pode não ter animado a alguns, mesmo lá fora o seriado ainda não encontrou sua audiência, o que não impediu sua renovação para uma segunda temporada, mas depois da apresentação da família, e é gente pacas para ser apresentada, a dinâmica melhora muito e você encontra uma família para chamar de sua.

A vontade de dar certo na verdade marca a todos os membros da família Braverman, cada um em sua medida. Os pais Camille e Zeek (o adorável Craig T. Nelson que também adoro) conquistaram muitas coisas, mas têm quatro filhos que ainda dão suas cabeçadas e um casamento que pode ter acabado.

Os quatro filhos não poderiam ser mais diferentes e mais parecidos entre si: Crosby é o típico garotão que só cresceu em tamanho, não sabe bem do que estaá a fim de encarar para continuar com a namorada, a quem ama, mas que quer filhos, algo fora dos planos do garotão.

Adam (Peter Krause) é o irmão mais velho, sucesso nos negócios e que teria a família perfeita… Até que ela se mostra não tão perfeita assim: a filha mais velha Hadie parece toda certinha, mas carrega uma série de frustrações em função da atenção dada pelos pais ao filho mais novo Max, recém diagnosticado com Asperger. A esposa, Kristina abandonou a carreira para cuidar dos filhos e talvez também tenha sua carga de frustração para lidar.

Sarah, da qual já falamos um pouquinho, é a filha querida do pai. Escolheu errado na juventude e se casou com um homem que se tornou um músico frustrado e eternamente em reabilitação. Tem dois filhos adolescentes e volta a morar na casa dos pais por não conseguir se manter sozinha. Um recomeço nada fácil.

A caçula é Julia, advogada de sucesso que trabalha como louca e enfrenta o lado contrário da moeda de Kristina: passa tão pouco tempo com a filha que ela acaba apegada ao pai.

O maior tempo de tela é dedicado a Sarah e Adam, com intervenções sempre bem vindas do pai Zeek. E apesar dos vários problemas que aparecem, você percebe claramente que a intenção dos roteiristas não é de cair no dramalhão, mas mostrar histórias mais próximas dos membros da audiência.

Com tanta história boa para contar, é evidente que Parenthood ganhou lugar cativo na minha agenda.

Exibido pelo canal liv às quintas-feiras, a partir das 22h00, com reprises aos sábados a tarde e na quinta seguinte às 21h00.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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