Bones: The Plain In The Prodigy (05×03)

Esse sim foi um episódio digno de nota. Adoro quando mortes estranhas são acompanhadas de passados mais ou menos atormentados e personagens interessantes.

Assim como adoro quando Brennan e Booth encontram motivos para discutir religião, fé, crença. É engraçado, em primeiro lugar, porque Brennan tenta sempre tenta discutir de forma lógico algo que é totalmente ilógico. Fé é aquela coisa de: você tem ou não tem. E, por mais isenta que uma pessoa se apresente, ela sempre vai achar a sua fé mais correta que as demais.

Para Booth tudo que se relaciona ao universo Católico tem sentido e todo o resto é estranho, aceitemos ou não. E, no caso em questão, juntamos o fato de uma pessoa se posicionar contra algo ao próprio fato dos Amishs aguçarem nossa curiosidade e nossa incompreensão: como entender pessoas que abidicam de tudo, de todo o conforto moderno, simplesmente porque acham que isso é o correto e ponto?

Saindo do campo maior de discussões tão filosóficas: adorei a investigação e suas reviravoltas, descobrir o talento do menino, sua descoberta de um mundo de possibilidades e sua desistência de forma tão simplificada. Simples o bastante para que alguém de fora não consiga entender e acabe por colocar suas necessidades como mais importantes.

Adorei Cam tendo de enfrentar a questão de adolescentes e sexo, principalmente quando Angela pede que ela lembre de quando ela era adolescente e ela quase desmaia em pleno laboratório. Finalmente, adorei Booth com seu jeitão todo de agente do FBI e ex-atirador de elite para cima do próprio rapaz, se colocando na posição de protetor da moça.

Mas adorei, acima de tudo, Brennan e Booth mostrando aos pais do menino o vídeo dele tocando. Oferecendo algum conforto quando nada mais importa – e, provavelmente, se eles fossem desse mundo de cá, eles talvez não dessem tanta importância para aquele pequeno momento.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

2 Comentários


  1. a um tempo atrás, não me lembro bem se foi em L&O ou outra série policial, em que o assunto era aborto, mas me lembro da defesa em Pró-Vida pois indagavam se aquele bebe não poderia ser o cientista a descobrir a cura do cancer ou ser um grande lider capaz de promover a paz ou gênio da música, ou seja, alguém capaz de fazer coisas maravilhosas para a vidas de milhões de outras pessoas

    agora devem estar me perguntando, e daí ?
    o mesmo se aplica a pessoas que acabam desistindo dos mesmos feitos em prol da religião
    e por vezes vivendo vidas tristes ou revoltadas que terminam por gerar ódio

    sei que é difícil o questionamento religioso e o episódio me deixou muito pensativa sobre isso

    eu só me lembro de uma série em que o personagem em seu momento de angustia/dor/dúvidas procurou a religião e encontrou o equilíbrio e respostas para sua vida e sua alma, e pasmem foi no seriado Numb3rs e com o Don Epps, foi perfeito como os roteiristas usaram todo o caminho para a religião para que o personagem encontrasse o que lhe faltava sem ser piégas ou clichê

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  2. Gosto quando a série questiona crenças, quando Booth defende sua fé incondicionalmente e quando, apesar de diversos pontos de vista, a série apenas levanta questões para nós pensarmos.

    Este episódio foi diferente, triste e belo: a cena em que é mostrado o vídeo do menino tocando piano aos pais é belíssima em sua simplicidade.

    Definitivamente, eu estou adorando a volta de Bones!

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