Law&Order: Dignity (20×05)

O “monólogo” de McCoy ao final deste episódio é uma perfeita descrição do que é a verdade quando todos têm uma opinião formada sobre um assunto: quem dera o mundo fosse simples a fim de que pessoas que pensam inteiramente diferente se coloquem em lados opostos de uma discussão, mas é muito mais que isso. Duas pessoas podem concordar em tantas coisas e, ainda assim, se colocar em lados opostos por este ou aquele motivo e, pior, nem sempre você consegue se colocar neste ou naquele lado por muito tempo.

Dugnity é um episódio que pode ser chamado de perfeito: roteiro excelente, atuações idem, com destaque, como têm sido, para Cutter e Rubriosa. O episódio que deve ter garantido uma renovação para mais uma temporada porque ele comprova que Law&Order ainda pode entregar muita história boa, com ar de coisa nova, mesmo depois de 20 anos.

Engraçado foi que eu fui me colocando no lugar de cada um dos envolvidos. Mesmo tendo uma posição firme sobre o assunto, no momento em que ouvi a história daquele bebê que nasce em meio ao procedimento de aborto eu me senti revirada. Não tem como não entender porque é tão difícil se manter indiferente.

Engraçado é que em nenhum momento eu esperava que Cutter tivesse sido a pessoa a ligar, não porque ele quer ganhar acima de tudo, mas porque ele sempre coloca seu profissionalismo acima de tudo.

Por outro lado, me surpreendi pelo caminho escolhido por Rubriosa, não tanto por sua posição ética, até porque acho que não foi o que realmente importou para ela aqui, mas por ter tomado a decisão de ir contra o que McCoy determinou.

Lupo e Bernard já são os exemplos de pessoas em lados opostos que conseguem passar por cima disso para fazer o seu trabalho. Não poderia concordar mais do que quando Lupo fala que algumas pessoas deveriam ter licença para serem pais.

Deu para perceber que eu sou muito fã do personagem de Cutter, não é? É o tal negócio: eu achava impossível a vida pós McCoy e fiquei tão positivamente surpresa com Cutter que virei fã.

Outra coisa: é interessante perceber que não existe exagero algum na maneira como opiniões foram apresentadas. Sim, existem radicais dos dois lados da questão e eles são apaixonados quanto a suas posições de maneira até irracional.

Então nada mais adequado que o discurso final de Cutter chamando todos a razão: um assassinato é um assassinato, não importa o que sentimos.

E para não dizerem que não falei: a tenente encontra novas dificuldades em seu tratamento e isso pode abrir espaço para uma saída temporária por conta do tratamento. Ainda não sei ao certo o que os produtores e roteiristas pretendem aqui.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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