Parece que a mulherada assumiu de vez que esmalte é acessório da roupa. E vamos admitir: é uma delícia quando vemos que nossa mãe está chamando a atenção de alguém.
Eu já nem sei a quanto tempo eu faço minhas unhas. A questão é que nunca tive muito paciência para essa coisa de salão de beleza, revista de fofoca e papo sendo jogado fora, então fui tentando, tentando, até que aprendi – característica da descendência espanhola, eu acho: basta me falarem que eu não vou conseguir algo e a teimosia me faz tentar até conseguir.
Até mesmo francesinha eu faço, também depois de muita insistência e tentativa e erro. E se tem algo que eu posso afirmar sobre manicure é justamente isso: é tentativa e erro.
Além disso, existem algumas coisas que você precisa considerar cada vez que for fazer as unhas:
– Por melhor que você seja nisso, uma vez ou outra você vai errar e errar feio.
– Se você está com receio de passar determinada cor existe um grande chance de tudo dar errado – esmaltes são como cães: parecem perceber seu medo.
– Cada marca tem suas vantagens e desvantagens, não tem uma “melhor”, você vai acabar descobrindo qual a sua preferida à medida que for testando.
– Nunca, jamais, tire cutículas. Imagine que a manicure já lhe arranca um bife vez ou outra e que as chances de você repetir o feito são muito grandes. Empurrar cutículas é uma medida saudável e prática, você logo pega o jeito e pode fazer no banho mesmo.
Prestando atenção a estes quatro detalhes o importante é adquirir as ferramentas certas: um bom jogo de alicates (por mais que você não tire as cutículas, uma vez ou outra você vai precisar tirar uma pontinha), preferencialmente da Mundial; um bom “empurrador” de aço, nesse caso a marca não é tão importante, eles são todos parecidos demais; palitos de madeira com pontas muito finas, você pode, de vez em quando, acertar a ponta com a lixa, mas o ideal é que eles já venham bem finas; duas lixas, uma de metal para desbastar a unha, uma de quatro tipos para acertar detalhes (a que você mais vai usar é a de eliminar saliências); uma boa base (eu uso muito as da Colorama, mas, de novo, é questão de experimentar); um bom finalizante, como um dos roxinhos que fazem com que o esmalte dure mais ou um óleo secante (particularmente eu não gosto dos sprays) e um esmalte de qualidade e não muito velho.
Para retirar o esmalte e limpar você pode optar pela acetona ou pelos removedores sem ela. A primeira é rápida e eficiente, mas afeta a unha. Se sua idéia é mudar de cor toda semana, algumas vezes mais de uma vez por semana, o ideal é o removedor livre de acetona para que sua unha não enfraqueça.
Outra dica para iniciantes: comece com as cores mais claras, mais transparentes. Elas já são naturalmente irregulares, então são perfeitas para que você vá aprendendo a cobrir a unha sem fazer muita sujeira. Outros ótimos para começar são os da linha Camada Única da Colorama.
Para começar passe uma camada da base. Temos a tendência a usar o pincel super cheio no início, mas o ideal é limpar o pincel de maneira a não sobrar muito esmalte no pincel.
Aí vem a primeira mãe de esmalte. A regra do esmalte também funciona. Outra dica: comece com o pincel bem próximo da cutícula, na dúvida é melhor sujar mais do que começar mais a frente, porque vai ficar uma linha de contorno bem feia se fizer isso.
Eu acho mais fácil já passar o palito a cada mão de esmalte, deixo-o no removedor e na hora de passar é preciso pressioná-lo na direção da cutícula, se não você vai deixar uma faixa enorme ou, pior, riscar o esmalte de uma maneira que não vai dar para arrumar.
Depois da segunda ou terceira mão – tudo depende de como você quer cobrir a unha, mas tome cuidado para não ficar muito grosso, ele pode encher de bolinhas ou ficar com marca de amassado, não sei o que é pior – você deve molhar o palito e enrolá-lo em um pouquinho de algodão para limpar o que sobrou. A dica aqui é deixar o algodão bem fininho e só limpar a parte externa.
É claro que, com o tempo, a gente vai pegando o jeito e vai conseguindo limpar mais sem estragar a unha que acabou de fazer.
Fuja dos esmaltes difíceis como Maxi da Colorama: mesmo sendo escuro ele é terrível de acertar. Outro difícil é o Branco Purissímo. Diga-se de passagem o branco é a cor mais infeliz para passarmos na unha toda.
Eu tenho preferência pelos esmaltes da Colorama: adoro as cores, mas, mais que tudo, sou fã do pincel. Ele é mais reto, o que, para mim, facilita muito. Ontem arrisquei o Sereia da Impala. Valeu a verdade sobre farejar o medo: eu não tenho uma opinião formal sobre a cor e mesmo com três mãos não consegui acertar a cobertura. O pincel da Impala, bem redondo, também dificultou o meu trabalho.
E a francesinha? Qualquer dia desses faço um passo a passo dela, mas deixo algumas dicas: use um esmalte branco não muito novo, os mais líquidos acabam borrando mais. O ideal é um esmalte no meio termo, não muito novo nem muito velho, quando fica parecendo chiclete.
Eu também não uso base embaixo da francesinha, fica mais fácil de limpar em caso de erro, eu não tenho medo, passo o dedo em cima em caso de erro, tiro tudo e começo de novo.
Outra dica se refere a finura da pontinha: eu gosto dela bem fininha e o ideal é começar tentando fazê-la fina e depois você vai ganhando confiança e firmeza você vai arriscando mais até chegar na medida que mais lhe agrada.
Para ter mais firmeza eu uso um truque: faço a unha no sofá e dobro os joelhos. Apóio a mão que será pintada em um dos joelhos e o pulso da outra no outro. Isso ajuda a não ficar tremendo muito.
Eu costumo usar o trio Branco Puríssimo, Via Láctea e Diamante, todos da Colorama, para as minhas francesinhas. Não passe o palito com algodão na ponta das unhas: elas duram menos.
Gostou das dicas? No meu você pode ver as cores que eu ando tentando com os nomes e também poderá entrar nos vários grupos das mulheres loucas por esmaltes como e . também é o nome de um ótimo site sobre unhas.
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Simone, quantos detalhes!! Cansei, mas li até o final e agradeço, pois valeu muito a pena.
Eu também nunca suportei salões de beleza, herança que trouxe da minha mãe. Vou umas 2 vezes por mês à manicure porque afinal a gente merece se permitir uns momentos de cuidados, mas a conversa medíocre, os olhares cobiçosos e o ambiente em si dos salões não costuma me atrair muito, então eu tento – e muito – aprender a fazer as unhas em casa. Total insucesso…
Sua comunidade sobre esmaltes – de cores lindas, diga-se por sinal, eu já conhecia… passei dia desses pelo seu Flickr. Vou repassar o link do seu post a algumas amigas, afinal são orientações preciosas de quem realmente dedicou tempo e atenção a um tema “mundial”: unhas bem feitas, mãos bonitas!
Um beijo. Tiffany
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Aprendi dia desses um truque ótimo para fazer francesinha…
faço uma faixa do esmalte branco na palma da mão (de preferência aquela mais fofinha, abaixo do polegar). Isso vai servir de carimbo para a unha da outra mão que vai ser pintada… é só ir encostando na pontinha da unha, que nem um carimbo mesmo…fica perfeito, e rapidinho pega a prática!
Òtimas dicas, Simone! Obrigada!