Lie To Me foi uma grata surpresa em 2009. É claro que eu estava ansiosa, afinal, era um seriado de investigação e ainda tinha Tim Roth como protagonista – apesar de que, confesso, minha cena inesquecível de Roth é a do final de Gran Hotel, em que ele corta sem dó o dedo de Bruce Willis e sai levando o dinheiro e a bandeja, ou seja, nada dramática.
Além disso, também rolava a curiosidade decorrente do tema abordado: alguém é realmente capaz de ser um verdadeiro detector de mentiras humano, sabendo quem mente apenas prestando atenção a fatores corporais?
A pré-exibição da FOX, com direito a presença de um psicólogo forense só despertou mais interesse e, no final das contas, Lie To Me foi parar na lista de favoritos – já expliquei minha dificuldade com listas, não é? – e o livro de Eckman, consultor do seriado, foi parar na estante.
Episódio a episódio eu continuei acompanhando com gosto o que o seriado oferecia e a qualidade do seriado só melhorava. Existiam coisas de que eu não gostava? É claro, temos Loker, o personagem mais chato ever, e um certo exagero nas habilidades de Lightman, mas nada disso tira a graça de acompanhar a cada episódio e ficar tentando adivinhar aonde está a dica para a verdade.
Os dois episódios finais servem bem de exemplo para o que funciona e o que não funciona no seriado, sendo Blinded (01×12) funcionou muito mais que Sacrifice (01×13).
O primeiro acerto de Blinded é a presença de Mekhi Phifer como agente do FBI força bruta que se contrapõe a Cal e que acaba ficando no elenco. Sou fã de Phifer desde ER, e olha que quando ele entrou em ER eu odiava seu personagem, e sua química com Roth – eu sei, é raro falarmos de química entre pessoas do mesmo sexo, mas ela existe sim e é importante – funcionou bem. Independente de falarem algo você percebe estar olhando para opostos.
O segundo e principal acerto de Blinded foi o efeito surpresa: eu em nenhum momento percebi que o erro na lavanderia nada mais era que uma estratégia de Lightman para enganar o prisioneiro, e todo mundo a sua volta. Apesar de mais uma vez isso forçar a relação de Lightman e Torres, o que eu acho que cansa um pouco, foi interessante ver as outras mentes identificando isso depois – foi quase como ouvir o barulho das engrenagens começando a funcionar.
Em Sacrifice o maior erro é, de novo, a imposição de levar Torres e Lightman ao limite e aqui foi totalmente desnecessário. Mesmo se Lightman tomasse a decisão de não contar a Torres o ocorrido com seu namorado, do outro lado ninguém se preocupou em esclarecer para ela o motivo dessa decisão e isso causa a “ceninha” no final do episódio.
O restante do episódio funcionou bem como os demais, apesar de ter mais reviravoltas dos que os anteriores. Talvez eu também não tenha gostado tanto por causa da abordagem do terrorismo – confesso que ando de implicância com o tema.
De qualquer modo, Lie To me teve uma primeira, e curta, temporada de excelente qualidade, o que garantiu a segunda, com estréia prometida pela FOX ainda para 23 de Fevereiro às 22hoo.
Agora, me diga você: depois de cada episódio você não fica de olho nas outras pessoas a procura de pistas sobre a verdade?
Link Permanente
O que eu gosto em Blinded é que finalmente Cal tem um oponente a sua altura, e que mostra que apesar de ser brilhante, Lightman está longe de ser perfeito. Sim, ele estava manipulando o cara o tempo todo, mas por causa dessa manipulação, por querer ser visto pelo criminoso entrando em conflito com sua equipe, Cal se descuidou e Gillian quase foi sequestrada por conta disso. Mostra que nem com toda a habilidade do mundo dá pra controlar tudo, como os outros epis gostam de fazer parecer que ele é capaz.
Link Permanente
Não sei se foi um vilão a altura, acho que ainda estão para construir este – em Criminal Minds demorou 03 temporadas para acontecer – mas acho que foi a primeira vez que Cal ficou realmente abalado com algo.