Outubro termina, mas o assunto não #OutubroRosa

E Outubro vai chegando ao fim. Confesso que não vi o mês passar e isso é um perigo, imagina como serão novembro e dezembro? Quando tudo acontece rápido demais é fácil se perder e não fazer o que é preciso com a desculpa que nos faltou tempo.

Vamos assim, sendo atropelados pelo dia a dia, deixando de dar um sorriso, de dizer um alô e de afirmar que gostamos de alguém para que esta alguém possa carregar isto pelo resto de sua vida. No corre e corre do dia a dia nos esquecemos de nós mesmos e do que nos é caro e necessário.

Outubro chega ao fim, mas isso não significa que precisamos nos calar e não falar do assunto. Não é por falar a palavra câncer que amanheceremos com a doença. Ao contrário disso: ao falarmos disso podemos garantir que não deixaremos que mais este assunto seja consumido pelo nosso dia a dia e fique esquecido. Ao falar disso podemos lembrar a todos e a nós mesmos de fazer o auto-exame, que nos consome pouco mais de 30 segundos, mas que é importante visitar seu médico e fazer uma mamografia anual – se você ainda não tem 40 anos, você pode fazer uma ultrassonografia, discuta com seu médico o que é melhor ser feito.

Não nos esquecermos disso pode significar a diferença entre a vida e morte. Faz toda a diferença.

Ontem o Discovery Home & Health exibiu o programa Diário do Câncer, eu nem ia assisti-lo, mas me via ali, sentadinha sem perder nada e acompanhada da Carol, que ficou curiosa quanto ao que acontecia na tela, no porquê daquela linda garota perder seus cabelos. Tentei responder a ela de maneira simples, expliquei o que poderia ser absorvido por sua cabecinha e deixei de lado os detalhes mais tristes. Não foi tão difícil, ontem foi a história de uma vitoriosa.

Mas no domingo assisti ao especial de Farrah Fawcet e fiquei triste. O programa não chega a acompanhar seus últimos dias, mas nos mostra Farrah já bastante debilitada após o retorno do câncer pela terceira vez, após tratamentos tradicionais e outros inovadores.

Mulheres tão diferentes, essas duas enfrentaram um de nossos maiores medos e tiveram finais tão diversos. Se fossemos falar disso de forma simplista pensaríamos no que foi decisivo para conclusões tão diferentes, mas jamais descobriríamos a resposta.

Farrah descobriu seu câncer quando ele já estava em estágio mais avançado. A jornalista mostrada pelo outro programa descobriu seu nódulo no estágio dois, apesar disso ele já havia tomado conta de parte de sua axila, o que a obrigou a sessões de quimioterapia e radioterapia após a mastectomia.

A jornalista sempre se preocupou em ter uma vida saudável, por outro lado Farrah teve acesso a tratamentos caros, que exigiram viagens continentais.

No fundo, apesar de tantas diferenças, o mais chocante nos tratamentos foi o mesmo para ambas: a perda de seus cabelos. Pode parecer bobo, até fútil, mas acho que nenhum de nós considera o quanto nosso cabelo representa para nossa personalidade. No caso da jornalista ela perdeu duas coisas que sempre são associadas diretamente à feminilidade: seios e cabelos.

Farrah falou em seu diário que ela não era capaz de compreender porque alguns cânceres são mais pesquisados que outros – no caso dela isso complicou bastante seu tratamento. Eu não entendo porque todos não são prioridade número um em pesquisas.

Aí lembrei do livro de Mirella – Força Na Peruca: em determinado capítulo ela fala sobre o tempo em que ficava pensando porque ela tinha câncer, o que ela teria feito, o que ela poderia ter mudado para que não tivesse tido a doença. Ela fala do tanto de diferenças que existem entre uma e outra paciente. Aí ela finaliza: dormir dá câncer, afinal, está é a única coisa em comum entre todos os pacientes. Todos dormiam antes de ter câncer.

Com bom humor ela chama nossa atenção para algo que nunca deve ser esquecido, mesmo na correria de nosso dia a dia: ninguém sabe ao certo o que causa o câncer e, por isso, ninguém sabe ao certo como evitá-lo. Nossa maior defesa é descobrir o quanto antes para podermos agir contra o inimigo – um dos médicos de Farrah chama o câncer de terrorista e acho que é uma boa classificação, visto o tanto que ele modifica em nossas vidas.

Não é porque o Outubro Rosa deste ano está acabando que pararemos de falar do assunto e de lembrar a você da importância do auto-exame e da mamografia – digital, heim!

Fiquei orgulhosa de ver tantos blogueiros e blogueiras participando da ação e destaco dois textos que vale a leitura: do Fio de Ariadne e da Ana Paula, uma vitoriosa que passou pelo câncer com um positivismo de fazer inveja.

Para encerrar o mês com chave de ouro vou sortear no dia 31 de Outubro o livro Força na Peruca que ganhei na Noite Rosa – autografado pela autora. Para participar é só clicar neste link e preencher o formulário. Divulgo o resultado no dia 01 de Novembro.

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Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

1 comentário


  1. Olá Simone,

    Assisti ontem ao documentário da Farrah, e fiquei impressionada; estava até pensando em escrever sobre ele, mas você já disse tudo sobre o assunto. A luta dela foi admirável, mas devido ao estágio muito avançado da doença, com metástases no fígado, ela conseguiu mais dois anos de sobrevida à custa de muito sofrimento.

    Infelizmente poucas pessoas têm acesso a tratamentos caros e especializados como os que ela fez (bombardeio de laser diretamente no tumor, por ex), e é triste ver que muita gente acaba morrendo antes do que deveria ou desnecessariamente por falta de tratamentos adequados ou pior, falta de informação.

    E também achei curioso como a falta dos cabelos faz diferença para a maioria das mulheres… eu trocaria meus cabelos pela minha vida de bom grado!

    Grande abraço!

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