A Jóia de Medina foi um livro controverso antes mesmo de sua publicação: enquanto a casa de uma funcionária da editora que publicou o livro na Inglaterra era incendiada em protesto ao seu conteúdo, nos EUA a Random House desistia de sua publicação, aconselhada por um estudiosa especialista no Oriente Médio que os alertou quanto aos riscos da publicação.
O motivo? A Jóia de Medina é centrada na história de Aisha, uma das esposas de Maomé, um dos principais profetas da religião muçulmana.
Em Portugal, a Porto Editora, que também publicaria o livro, alegou que não o fazia por medo, mas por falta de qualidade do texto, que se trataria de um “pornô leve”.
O estardalhaço acabou valorizando a obra, que acabou ganhando a publicidade das diversas reportagens escritas sobre o assunto e lugar de destaque em livrarias ao redor do mundo.
Eu escolhi A Jóia de Medina para minha participação em nosso Clube do Livro a espera de uma ficção história, através da qual eu aprendesse mais sobre o islamismo e sobre como era a vida há dois mil anos, quando a religião surgiu.
Na verdade A Jóia de Medina, em minha opinião, não é uma ficção histórica. A autora, Sherry Jones, escolheu Aisha como a protagonista de um romance em que o foco é os dramas de uma menina que nem ao menos vive sua infância ao se tornar esposa do profeta aos nove anos de idade. Um livro essencialmente feminino – por favor não entendam isso como defeito, mas não acredito que um homem consiga se envolver pela história contada.
A escolha foi feliz, apesar de pouco documentada a vida de Aisha foi sendo transmitida de geração em geração: a esposa preferida de Maomé, sua conselheira impetuosa, casada aos nove e viúva aos dezoito, cujo marido morreu em seus braços. Ainda hoje, Aisha é usada como exemplo pelas mulheres do Islã que defendem seu papel na consolidação da religião.
Sherry Jones romantiza o que teria sido a vida de Aisha e suas companheiras de harém, tornando Aisha uma jovem obstinada e que tendia a não pensar em suas palavras e atos, agindo sempre por seu coração.
O início do livro é encantador, quando você vê você já passou da metade dele sem ter ao menos percebido. Na segunda metade a história se torna mais lenta, talvez porque boa parte da história se passa apenas no harém, onde as notícias do que acontecia em Meca e Medina chegam por trás dos biombos nos quais as mulheres do profeta deveriam se proteger dos olhos maliciosos de outros homens.
Ainda em 2010 a autora deverá lançar a segunda parte da história de Aisha, a partir da morte de Maomé, até sua viuvez.
Só não encontrei, em nenhum ponto do livro, motivo para estardalhaço quanto ao conteúdo. O livro é um bonito romance, uma bonita história, que não desafia nenhuma crença ou valor.
Agora é você quem tem a oportunidade de conhecer esta versão da história de Aisha e o início do islamismo, para isso basta acessar aqui e responder ao formulário. No dia 25 de Setembro eu sortearei o livro entre os participantes. Está esperando o quê para concorrer?
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Para adquirir A Jóia de Medina clique aqui.
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Também escolhi esse livro em nosso Cross Book e amei…
É realmente cativante!
Beijos
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Oi Simone,
abri dois topicos de discussão deste livro em redes sociais e estou deixando aqui para você e seus leitores opinarem lá se quiserem, ok?
http://www.goodreads.com/topic/show/214528-ficou-com-raiva-de-maom-tamb-m
http://www.olivreiro.com.br/comunidade/479-a-joia-de-medina#
Obrigado pela participação no nosso “beta” do Book Crossing!