* Escrito originalmente para publicação no Teleséries.
“Beyond the east the sunrise; Beyond the west the sea
And East and West the Wander-Thirst that will not let me be” – Gerald Gould
Eu gostei muito deste episódio de Criminal Minds e ele me deu um alívio, porque tinha ficado chateada com o episódio anterior, mas preciso tirar logo da frente o que me incomodou no episódio, coisa pequena e sem importância: se era para fazer as principais perguntas ao irmão do Unsub em inglês, por que Prentiss ficou falando em espanhol com o cara no começo? Tipo assim: ela nem avisou que ia começar a falar em inglês simplesmente saiu falando. Se ela já sabia que ele falava inglês por que perder tempo antes? Ai, esse povo do FBI.
Pronto, desabafo feito, retomamos então o monte de motivos para você gostar deste episódio: um Unsub realmente misterioso, com um monte de pista falsa no meio do caminho – o que valeu a ótima correção de percurso que Hotch faz no policial que deu apelido ao Unsub, mesmo tendo ficado óbvio que o uso do tal apelido só ia servir para Hotch dar uma de maioral mesmo – Morgan dando uma de super-herói, Hotch voltando a velha forma e acabando com a vida do bandido, uma vítima que escapa na hora H e “climinha” legal entre a equipe para encerrar o episódio – com a substituta de JJ sendo apresentada.
Gostei especialmente da equipe em campo a procura de pistas deixadas pelo assassino, apesar de ter considerado a parte dos desenhos deixados pelos sem teto um pouco mal aproveitada – e lembre-se sempre de carregar uma ou duas barras de chocolate com pasta de amendoim se tiver que pedir algum favor para alguém.
Como é de praxe por aqui, não são as pistas deixadas pelo Unsub que nos levam a solução do crime, mas sim seu estranho comportamento. O “aquilo” que o diferencia de outro assassino comum. O fato de ele passar horas após as mortes em uma casa cheia de sangue apenas para vivenciar a experiência de ter uma casa para si, uma cama de verdade.
Aí entra o que diferencia homens como ele dos demais. Outros também viveram sem uma casa, sem uma cama de verdade, mesmo seu irmão viveu isso. Mas foi ele que tomou o estranho caminho do assassinato depois de perder seu emprego. É assustador pensar em uma linha tão tênue separando uma pessoa normal de um louco.
A última parte do episódio funcionou muito bem, mesmo com Morgan tomando, de novo, uma decisão discutível ao sair correndo atrás do bandido em um trem. Achei até que ele ia levar outra bronca do Hotch, mas os roteiristas preferiram fazê-lo passar vergonha ao descobrir que a garota que ele havia paquerado no café é sua nova companheira de equipe.
Ah, antes de ir, mais uma coisa marcante do episódio: o trabalho de câmera que tinha por intenção nos fazer ver suas vítimas pela sua visão deturpada do mundo.
