Como, por exemplo, um projeto de lei que tiraria os fretados das ruas principais de São Paulo – uma das cidades mais carentes de transporte de massa que eu conheço – obrigando seus usuários a descerem em estações de metrô e disputarem um espaço nos já absurdamente lotados trens que nos atendem.
Em São Paulo, o uso de ônibus fretados, não tenho idéia da quantidade hoje na ativa, é bastante comum, principalmente para pessoas moradoras cidades próximas ou, ainda, de moradores dos extremos das cidades, que perderiam horas de seu dia e muito de sua paciência caso quisessem usar o transporte público ou, também, muito dinheiro se optassem pelo uso de seus carros. Eu mesma já usei por anos de ônibus fretados quando morava em Guarulhos e trabalhava na zona sul de São Paulo.
Em tempos em que o transporte público não oferece condições de atender a população e o trânsito se torna insuportável, com pessoas levando duas ou três horas para se locomover de um ponto a outro, eles são uma alternativa confortável e segura, e com um impacto ambiental muito menor.
Hoje os fretados resolveram fazer um protesto na Avenida Paulista, tomando conta do espaço e conturbando o trânsito do meio-dia. Ao contrário de outros protestos, ônibus se mantiveram na segunda faixa da direita, não prejudicando os ônibus comuns – o que mostra que eles apenas queriam dar o seu recado e não acabar com a vida do cidadão comum.
Eu apoio integralmente o movimento e fico aqui pensando o que se passa na cabeça desse povo que tem idéias tão infelizes.