Diferentemente do Paulo eu não esperava por Fringe. Eu nem sabia que ela havia demorado mais de 02 anos para ser feita. Eu não sabia que existia todo um burburinho por sua chegada. Nem sou fã do JJ Abrams (na realidade pouco me importa o que ele está fazendo, desde que ele não estrague Jornada nas Estrelas, pois aí vou passar a me importar por ficar com medo dele).
Acho que também não disponho de muito senso crítico, estou mais para fã mesmo. Não sou daquelas que sabe quem é o diretor do episódio, não ligo muito para se a qualidade do som é excepcional ou se as imagens foram geradas em alta definição (deve ser porque minha televisão ainda é de tubo). Como eu já disse uma vez, eu não me preocupo muito, eu quero uma boa história que me renda boa diversão.
Não vou dizer que eu não sabia nada do seriado, devo admitir que sabia da presença de Mark Valley, porque xinguei muito após sua saída de Boston legal. Também sabia que seria de ficção científica. Apesar de ter um blog sobre seriados e de ler muito material internacional sobre o assunto, eu sou mais do tipo que só lê reviews depois de ter assistido aos episódios e não vou atrás de spoilers. Também não ligo muito para saber qual o seriado mais badalado de cada temporada, a chance de que eu goste do menos badalado é enorme.
Isto posto, devo dizer que adorei o que vi. Passei a uma hora e meia do seriado sem piscar, sem sair do sofá e ainda voltei alguns pedaços quando alguém me interrompia. Se eu posso concordar em algo com o Paulo é que ele é muito bem produzido. As cenas iniciais, com o pessoal do avião praticamente derretendo sob nossos olhos, foram de virar o estômago.
A história é batida? É. Mas são muitas as histórias que melhoram ao serem recontadas. O mote do organismo estranho solto em um avião rende boa coisa desde os anos setenta, quando um filme do qual não lembro o nome colocava os passageiros tendo de resolver um problema semelhante se não seriam derrubados antes de ter chance de aterrizar – saco, assisti no TCM esses dias pela enésima vez e não lembro o nome.
Tive desconforto em alguns momentos, algumas coisas ainda parecem absurdas, mas aí eu lembro que é ficção científica e o desconforto passa (pense na cena em que a mulher da Massive Dynamyc mostra sua prótese de centésima geração).
Gostei do elenco. ninguém é sensacional, mas eu também não esperava por isso. Achei que ele foi bem esoclhido porque cada um funcionou em seu papel. Anna Torv, que eu nunca tinha visto mais gorda, faz a agente Olivia Dunham, que se apaixona pelo colega de trabalho e acaba sendo a peça principal da história pelo simples fato de que será capaz de fazer qualquer para salvá-lo .
Joshua Jackson, bem, ele é Joshua Jackson. Ele não faz papel de ninguém, ele é sempre ele mesmo. Então não vou falar que ele foi Pacey porque essa não é a questão. Ele é o rapazinho metido e arrogante de sempre… E fiquei com a impressão de que o tempo não passou para ele desde sua saída de Dawsons Creek. E isso não foi um elogio: a mesma cara de moleque.
Sua participação foi meio exagerada e, se continuar assim, pode comprometer, porque duvido que um dia ele me convença.
Outras coisas comprometeram? Nada que realmente me incomodasse, tudo depende de como a história será conduzida. Não me importo de ser mais uma teoria da conspiração (leio tantos livros sobre elas), mas é mais um seriado com data de vencimento: se fizer sucesso e resolverem estender a história ele deixa de funcionar.
Gostei da idéia do resgate do cientistas louco para que ele ajude o governo, gostei da montagem do laboratório – adorei a vaca, gente como eu adorei a vaca – achei interessante como as cenas em que Olivia reencontra John em seus sonhos foram montadas, apesar de ficar mais tensa com ela no tanque (a cena mais vista na internet quando o assunto é o seriado).
E fiquei surpresa sobre o rapaz do avião ter um irmão gêmeo, eu já estava tão envolvida que eu já estava achando que era a mesma pessoa e pensando em uma explicação.
Curiosidade para o episódio seguinte: Como o personagem de John volta? Ele morreu, tudo bem que ia ser interrogado depois de morto, mas ele morreu. O que vem então?
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Simone, Adorei seu comentário e concordo com ele. Eu também nem me mexi pois o piloto é muito bom e te deixa tensa até o final. Foi muito triste ver o John morrer depois de tudo que a Olivia fez por ele. Acho que este trio vai se entrosar cada vez mais. Vou assistir com certeza. Parabéns pelo seu site!
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Obrigada Elaine!
Estou super curiosa para ver o time se integrando.
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Si,
ahh, concordo em muitas coisas contigo e discordo de outras.
Discordo sobre o texto de Antunes, que ao contrario da maioria, soube apontar as falhas que ELE ACHOU. Pior coisa pra mim era ir nos milhares de blogs espalhados neste mundo virtual e lê sempre a mesma coisa “Lost é melhor que isso! Isso que é o novo arquivo x?” não sei se os produtores lá fora venderam esta ideia, mas noto que quase tudo que é feito hoje já sai com comparação “a nova série da criadora de sex and city, será melhor do que sex and city?” quando eu acho que cada qual deveria ser cada qual.
Agora sobre expectativa, vc não gosta ou não vê nada demais em J.J, mas se for alguem como Sorkin, ou outro roteirista(ator, diretor) q vc é fã, e que você descobre que esta fazendo uma nova série, sua ansiedade, creio eu, será maior, claro que você pode me responder “Paulitcho, tenho mil coisas mais importantes pra fazer do que ficar ansiosa por uma série”, mas sei que vc n vai dizer isto pq vc me adora =D
agora a parte que concordo, eu achei um otimo piloto, conversava com Thata que pra mim um excelente piloto, e olha que quase todas as séries que eu me tornei fã tiveram um piloto apenas mediano. Essa coisa de clichê tem sido meio abusivo, porque as cultuadas Dexter, californication, House, BSG, resumindo, todas as séries, mais cedo ou mais tarde utilizam deste metodo, lembro que na epoca que tava estudando pra ser roteirista, uma das apostilas falava que o clichê é necessario e sempre bem visto desde que seja bem colocado na trama. E as coisas encaixaram bem no piloto de Fringe. Essa frieza dos personagens combina perfeitamente com o final da série quando o parceiro de Olivia diz pra ele que os humanos estão obsoletos, ou seja, a coisa mais importante pra serem trabalhadas e abordadas do que se Olivia ta triste, alegre, se vai ficar com A ou B. eles tem trabalhado isso, mas de forma gradativa, que acho que é o tom ideal para o tipo de tema que a sérei aborda.
SObre Joshua Jackson, eu gosto do ator, acho que o grande problema dele é o mesmo que a Jennifer Garne sofre, e tantos outros atores e atrizes, que é o fato do grande destaque nas séries que os revelaram.
Peguemos como o exemplo o caso mais bem sucedido da Tv norte americana, George CLooney, ele não é um primor de ator, muito bom, mas não faz nada que nao tenhamos visto em algum episodio de ER.
Claro que as vezes temos um Spader e um Deep que contradiz tudo que estou falando acima, mas pra cada Spader e pra cada Deep, teremos milhares de Garner, Clooney e Jackson. e vc sabe que nao estou colocando estes 3 no mesmo patamar, apenas tentando explicar a dificil aceitação deles em novos projetos.
Dito isso, o grande problema do personagem de Jackson é a importância dele na série, ja tenho minha teoria, mas como vc está ainda no piloto, falarei disto depois, mas creio que seja mais um erro de ter conduzido mal o personagem do que o ator nao ter capacidade.
excelente texto
bjaum
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Paulitcho,
Isso foi um review do review, ufa. Risos…
Você está certo sobre uma coisa: eu te adoro, então nunca te xingo, risos.
Acho que eu não crio estas expectativas justamente porque não tento comparar, cada seriado para mim, mesmo que seja da mesma franquia, é uma nova história, uma nova relação. Para mim seriado é que nem namorado, risos, se comparar um com o outro você sempre acha defeitos, ninguém é perfeito, então você acha um cujos defeitos não te chateiam e segue com sua vida.
Só discordo muito de você quanto ao Joshua, eu jamais o compararia com Clooney, mas com Jack Nicholson. Ele, assim como Jack, é sempre ele, quando você olha para a tela você vê o ator, e não o personagem. Clooney é um ator limitado, mas muito charmoso, então você perdoa a primeira parte e fica com a segunda. No caso de Jack você perdoa porque, oras, ele é o Jack. No caso do Joshua ele não é ninguém ainda, então não tem o que perdoar.
Em Dawsons era uma história de adolescência e o jeitão dele fazia um ótimo contraponto para Dawson, que era até meio irreal em sua retidão, então caiu muito bem o seu jeito.
Mas, não tenho dúvidas, que talvez o erro dos roteiristas seja dar espaço demais para o personagem dele, um espaço que não tem.
Beijos
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Eu não sei porquê as pessoas implicam tanto com esse piloto, eu o adoro. Acho que tem um ritmo tão bom, um clima tão sombrio, que é impossível não ficar totalmente imerso naquele mundo fantasioso.
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Tatha,
é isso mesmo: você mergulha no clima.
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Olá, Simone!
Interessante seu texto. Eu me deparei com “Fringe” há pouco tempo. Estava lendo uma revista e lá dizia que era algo que não se podia deixar de assistir. Então, lá fui eu ver a genialidade de J. J. Abrams em ação.
Meu maior erro ao assistir foi tomar “Arquivo X” como referência. “Fringe” passa longe disso. Não existe o mesmo mistério, a mesma noção de realidade. Aqui, tudo é mais exagerado e a liberdade para “deformar” conceitos científicos é maior.
Quando tive noção disso, comecei a gostar mais de “Fringe”. Por exemplo: quando descobri que um misterioso careca aparece rapidamente em todos os episódios, passei a olhar atentamente cada cena. Quando desencanei com a precisão científica, comecei a me divertir ao ver os absurdos mostrados.
Gosto da atuação de John Noble como o Dr. Bishop, mas em alguns episódios ele é “amalucado” demais, e toda a carga cômica do seriado fica por conta dele. E nem sempre suas maluquices são engraçadas.
Mas, é um seriado para se curtir. Já me avisaram para não desistir dele, porque os últimos episódios exibidos foram os melhores. Então, continuo assistindo e curtindo cada novo episódio.
Um abraço!