Ainda ontem estava conversando com a Sam sobre a maneira como criamos a Carol, sobre a importância que damos as experiências vividas e não ensinadas que ela tem em sua vida. O contato com a natureza, a tentativa e o erro, o brincar como parte fundamental desta infância para que ela se torne uma pessoa rica.
Hoje voltei ao assunto com minha psicanalista, não somente sobre isso, mas sobre o que a Carol já demonstra ser como pessoa, o fato de ser questionadora, o fato de ser curiosa. A Carol nunca aceita respostas como Sim e Não, ela quer entender o porquê e, caso a gente não consiga convencê-la na explicação ela não hesita em buscar as respostas por conta própria.
A personalidade dela não foi considerada quando escolhemos a escola (afinal ela tinha um ano ainda e a gente ainda não tinha descoberto como ela era), mas se tornou questão principal na hora de pensarmos em mantê-la na escola em que ela estiver. Pelo menos eu pensava assim.
Quando conversei com a minha psicanalista, sobre eu considerar que uma escola tradicionalista, onde o ensino segue modelo mais amarrado, não seria o ideal para ela, de que ela precisava justamente de uma escola nos moldes da atual, aonde o aprendizado vem pela experiência (um exemplo disso é o fato dela aprender numeração e coordenação motora fina através da culinária).
Minha terapeuta me corrigiu me explicou que a personalidade dela, o que ela é, não mudaria, a questão seria trabalhar como aproveitar o potencial dela nesta outro modelo, não tão “ideal”. Falamos sobre o fato de não existir certo ou errado, de que estas escolhas têm vantagens e desvantagens.
Hoje, com seus cinco anos de idade, Carol pode estar um pouco em desvantagem em relação às crianças de sua idade, que já sabem ler e escrever (acreditamos que a alfabetização precoce não é interessante, mais um motivo considerado na hora da escolha da escola), no futuro? Bem, ninguém sabe.
Fiquei assustada quando ela falou em atraso. Como ela bem disse: a competição já começa no momento em que nossas crianças nascem e se nós entendemos que isso não deve vir na frente de sua felicidade e de seu enriquecimento como pessoa melhor para nós.
Mas devemos sempre considerar que, ao crescer, ela precisará aprender a trabalhar essa sua característica mais questionadora, aprender que não é a toda hora que ela conseguirá uma “respostas completa” e de que terá de seguir apenas com o “porque sim” e não se sentir frustrada.