Cold Case: The Road (05×15)

Um episódio primoroso de Cold Case. É o que posso dizer.

Quando um seriado muda um pouco sua fórmula ele corre o risco de deixar insatisfeitos os fãs mais fiéis. Isso tem acontecido constantemente com Criminal Minds, o que têm me irritado profundamente. Já, este episódio de Cold Case teve uma mudança profunda em sua fórmula, mas foi muito feliz.

No geral, esta temporada tem sido impecável.

A significativa mudança trazida neste episódio é o fato do caso investigado pela Homicídios é recente, de 2007, e acaba funcionando de mola propulsora para a descoberta de um assassino serial.

O início não poderia ser mais sutil: Lilly e Valens seguem para West Virginia a fim de buscar um homem que é suspeito do assassinato de uma jovem mulher, desaparecida de um estacionamento durante sua festa de noivado.

O assassino, interpretado pelo ótimo Damon Herriman, é John Smith, nome falso, preso por uma conversão proibida. Depois da conversão ele é parado pela polícia, em um carro roubado.

O episódio se passa, em grande parte do tempo, dentro do carro onde os dois detetives levam o rapaz de volta para Philly, e onde ocorre um jogo de gato de rato mental ótimo de se acompanhar.

A medida que John dá informações para a dupla, eles ligam para o restante da equipe na delegacia, conduzindo a investigação para a descoberta da morte de mais 04 mulheres. Todas desaparecidas depois de terem enviado material para elaboração de vídeos de suas vidas: uma depois do nascimento de sua filha, outra uma garota que tinha em Deus sua principal motivação, e Brenda, que havia mandado preparar um vídeo para sua festa de noivado.

É interessante ver como John se sente onipotente, como se ele conseguisse enxergar através de Lilly. Mas mais interessante é vê-la dando a virada final, mostrando ao assassino que ele está errado em acreditar que todas as mulheres são fracas.

A cena de sua infância, quando ele viu uma primeira mulher morrer dentro de um poço, ao invés de ajudá-la, é magistral… O garoto que o interpreta ainda menino consegue nos transmitir apenas em seu olhar toda a maldade que um dia dominaria aquela mente.

A motivação do assassino? Ver mulheres desistindo de viver ao tirar delas sua principal motivação para a vida. Como ele disse: a morte não é nada depois disso, ver aquela luz se apagando é o que lhe dava prazer.

O desenlace da história não poderia ser mais feliz: ele fala demais ali a beira do poço, dando a Lilly a resposta sobre a localização de Brenda, que não estava morta. E ele só fala demais porque, em nenhum momento, ele pensou que Lilly poderia ser mais do que ele esperava.

Foi prazeroso ver Lilly tirando a garota do porão escuro em que ela a havia colocado e ela abraçando o noivo, que não havia desistido de buscá-la, mesmo depois de tanto tempo.

Cold Case acerta onde muitos erram, mas suas principais marcas estão lá: a trilha sonora de primeira (todas as músicas já estão aqui no meu iPod), as cenas do passado feitas com um cuidado todo especial, um roteiro que não te deixar acreditar que outro final seria possível.

Músicas:

Rihanna, Umbrella, Albúm Good Girl Gone Bad
Gnarls Barkley, Crazy, Albúm St. Elsewhere
Israel Kamakawiwo’ole, Somewhere Over The Rainbow, Albúm Facing Future
Absinthe Blind, Bands 2, Albúm Rings
Lisa Germano, Red Thread, Albúm In the Maybe World,
OneRepublic, Come Home, Dreaming Out Loud

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

6 Comentários


  1. Esse episodio foi fenomenal……gostei de ver um novo parametro de Cold Case, aquele cara é sinistro, deu medo!!!!!A pessoa só por que não é feliz, acha que ninguém pode ser, meu deus a que ponto chega a doença de uma pessoa!!!!!Amei o namorado esperando todos esses anos e ele abraçando ela no final tão meigo – chorei –

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  2. Eu amo Cold Case! Acompanho desde o primeiro episódio e já cansei de chorar em vários episódios.
    Esse episódio foi realmente muito bom, mas já houve outros em que o crime foi recente, se não me engano, o final da última temporada foi assim, o criminoso até invadiu o distrito e ameaçou Lilly.
    Eu, particularmente, prefiro os crimes mais antigos, acho mais charmosas as reconstituições de época, e além disso, se o crimes começarem a ser recentes com frequência, o “cold” do “case” perderá o sentido.
    E obrigada, por ser um dos poucos blogs que comentam Cold Case.

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  3. Cold case é uma das minhas série preferidas! Este episódio foi emocionante. Lily conseguiu acabar com a superioridade de John Smith de forma bastante inteligente!
    A trilha como sempre é impecável!!

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  4. Mais um episódio perfeito de Cold Case, talvez o terceiro melhor. Não sei porque mas esses episódio com maniacos e assassinos em série me agradam muito mais.

    Realmente Damon Herriman é ótimo. O personagem dele chegou a me dar raiva, um perfeito louco e muio bem construido pelo ator.

    Tô achando essa temporada de Cold Case extremamente boa. E também acho essa série muito injustiçada por todos os prêmios americanos, não acho que ela teria capacidade para concorrer em Melhor Atriz Dramatica isso qualquer prêmio, porém acho que de melhor roteiro ou melhor direção sim.

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  5. Maurício,

    Concordo inteiramente contigo. Os roteiros são muito bem trabalhados, mas os prêmios em geral não dão muita bola para os seriados policiais….

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