Ontem, a dúvida cruel era: assistir o primeiro episódio da nova temporada de Medium ou a mais um inédito de Cold Case? Na falta de informações sobre as reprises de Medium (no site do canal ele nem consta da programação de hoje, vejam vocês, apesar do destaque da estréia na primeira página) acabei optando por garantir essa e deixar Cold Case pro fim de semana.
E a escolha foi boa. Não que Cold Case seja ruim, longe disso, adoro o seriado, mas este episódio de Medium teve um gosto todo especial e até meu marido grudou no sofá e não conseguiu largar até o último instante.
Primeiro: o começo do episódio com pessoas nas ruas falando do final da terceira temporada e de suas expectativas quanto ao que aguardava Allison agora. Acho que foi uma maneira muito interessante de nos trazer de volta aquele clima todo, com Allison e Joe ficando sem emprego, a verdade sobre sua função na promotoria sendo revelada, ela e sua família tendo de enfrentar o sarcasmo público.
Segundo: a cena do desaparecimento da criança. Todo pai é atormentado pelo medo de um dia perder seu filho em algum público, eu, particularmente tenho pânico quanto a isso e não deixo a Carol longe de mim por nenhum instante. Nessa cena, um pai acaba soltando da mão de sue filho por instantes para falar ao celular com um cliente ou chefe (isso não ficou muito claro para mim), e o menino segue em direção de um marionete enorme de palhaço (ele em si já bastante assustador). Vemos, enquanto o pai olha para o lado, quando o marionete é levado por um rapaz de jaqueta verde, sendo seguido pelo menino.
Como diria a Thata: o coração da gente se aperta quando vê um episódio onde a vítima é uma criança. E, apesar do trágico final, achei sensacional a maneira como o que foi feito para o menino foi mostrado sem ser mostrado (deu para entender?). Ainda é chocante de pensar, mas pelo menos você não foi exposto ao ato em si.
Allison acorda assustada do sonho com o desaparecimento do menino. O problema é que ela não tem para quem contar isso: Devallos está no México, pescando, e Scallon agora faz relações públicas para a polícia, fazendo palestras em escolas, e nem atende seus telefonemas.
A notícia sobre o menino chega aos noticiários e, já que Scallon não dá importância as poucas pistas de Allison, ela resolve ligar para uma empresa chamada Ameri-tips, contratada pelos pais para encontrar o menino. A empresa oferecia uma recompensa, algo que cairia bem para a família, já que os dois estão desempregados, mas Allison queria mesmo era ajudar e uma investigadora da Ameri-tips resolve encontra-la para verificar quão confiável é sua informação.
Terceiro: a entrada de Anjelica Huston!! Maravilhosa (meu marido acha que ela tá meio acabadinha), na primeira de suas várias aparições nesta temporada. Adorei todas (sem exceção) cenas das duas juntas e é ótimo Allison reencontrar um porto seguro, alguém que realmente está interessada em usar seu dom para o bem dos outros. E a história da personagem dela? Uma mulher que resolveu ser freira, mas não se deu bem com essa história de obediência cega. Segue para a polícia, seguindo o caminho da família, e acaba ali, com Allison Dubois.
No primeiro encontro das duas, após saber que Allison não estava no local, Cynthia Keener (sua personagem) desacredita de Allison e a chama de pessoa cruel depois que ela afirma que o garoto já está morto, seu espírito, inclusive, foi se despedir de seus pais. Allison deu a melhor resposta possível: “google me!”.
As pistas do caso são realmente poucas: a jaqueta verde de sarja vista no sonho de Allison no momento do sequestro e o fato do rapaz gostar de dançar, visto por Allison na cena em que ela vê o assassino pelos olhos do menino, vendo-o só do joelho para baixo, preso em uma gaiola. E não posso criticar Scallon não achar que as duas ajudariam mesmo.
Com o apoio da namorada, gostei de vê-los juntos novamente, Scallon resolve se envolver na investigação, indo até a loja de brinquedos. A cena dele encontrando o corpo do menino dentro da caixa de brinquedos é assustadora, ou chocante, acho que me falta palavras para classificá-la. Mas este encontro garante que ele volte a sua posição, na realidade ele ganha posições, já que o novo promotor só consegue pensar na eleição e pede que a descoberta seja escondida por algum tempo.
O promotor não gosta de saber que Scallon continua recebendo pistas de Allison, mas, depois de ver que mais nada foi encontrado no local e que o menino foi morto com veneno, resolve divulgar a descoberta. E Cynthia ouve a notícia da morte do garoto no rádio do carro, mais importante, ela ouve que o menino teria morrido na véspera, conforme falado por Allison.
Cynthia se une a Scallon no interrogatório dos suspeitos na loja de brinquedos, todos os que teriam a chave do local. Enquanto estão ali, uma outra pessoa começa a abrir a porta do depósito. O gerente da loja parece genuinamente surpreso.
Um rapaz alto abre a porta, ouvindo seu MP3 e dançando passos tortos de dança. Scallon se levanta de sua mesa e pergunta quem ele é. O rapaz é um exterminador de ratos (o que explica o rato no sonho de Allison), que veio retirar os ratos mortos com o veneno usado dias antes por ele. Ele percebe ter esquecido sua luvas em sua outra jaqueta e diz que voltará ao carro. Scallon pergunta se pode acompanha-lo e a cor de sua jaqueta.
Nesta hora, ele e Cynthia deviam estar pensando na mesma pessoa. O rapaz tenta retirar uma arma de sua calça, mas Scallon acaba por matá-lo (diga-se de passagem eu adorei a vontade com que ele matou o doente).
Cynthia passa pela casa de Allison com um cheque. Não é a recompensa oficial, mas um cheque dela, que acredita que as duas podem ter algum tipo de parceria bastante interessante. Eu também acredito nisso. Já falei que adorei a nova personagem?
No pano de fundo tudo aquilo que Medium tem de melhor: Joe falando ao telefone com sua mãe, de quem precisa de dinheiro emprestado, dizendo que ela e Ophra tem toda a razão quanto a algum estranho assunto; Bridgette brincando de Uni-duni-tê para quem irá levá-la para escola (“Não que vocês tenham alguma coisa para fazer.”) e Ariel mostrando que está se tornando uma mulher sensacional, que precisa escolher melhor suas amizades.
A edição final com as cenas da menina cantando na escola cortadas com as cenas de Scallon descobrindo o assassino foi SENSACIONAL. Te te fazer agarrar no sofá. Mas nuna imaginei My Favorite Things como trilha sonora de um tiroteio.