Só comigo?

Primeiro: é horrível encarar uma pia cheia de louça depois de chegar de um dia corrido de trabalho, ainda mais com um calor infernal. Mas você lava a louça. E você sabe por quê? Porquê foi sua sogra que ensinou seu marido a lavar a louça e arrumar a pia. Só por isso.

Fui mandar os votos do ranking de seriados de janeiro para o administrador da Sociedade de Blogs de Seriados. Escrevo o e-mail todo bonitinho. Mando beijos pros meninos. Escrevo Grupo no envio. Esqueço que estou no trabalho e que a lista de contatos preferencial é a do servidor e clico em enviar. Todo mundo do escritório recebe um e-mail com os meus votos do mês. Uns acham que é vírus, outros vem me perguntar sobre esses seriados que eu baixo. Adivinha qual será a primeira pergunta que meu chefe  vai me fazer na reunião de sexta?

No blog da Cora:

“Arrumando livros

A sensação que eu tenho é que, há séculos, não faço outra coisa. Mas agora, quando praticamente todos os livros já passaram pelas minhas mãos (o que não quer dizer que já estejam arrumados), eu olho para aquela bagunça cheia de orgulho.

Sabem de uma coisa?

Modéstia à parte, eu montei uma tremenda duma biblioteca.

E, o que é melhor: não tenho nenhuma culpa pelo dinheiro gasto nos livros. Se fossem roupas, a maioria nem existiria mais; se fosse uísque ou cerveja, eu ainda por cima teria engordado.

Agora me desculpem que vou correndo lá pra dentro de novo, antes de começar a calcular quanto já gastei em chocolate.”

Assino embaixo, igualzinho, tirando que, no meu caso, o que eu gastei com chocolate me engordou bem, viu?

Tirado do blog da Cora 2:

Diogo, o Terrível

Há uma ótima pensata/entrevista do João Pereira Coutinho, colunista português da Folha Online, com o Diogo Mainardi. Começa assim:

‘É um dos meus desportos favoritos: chegar ao Brasil e falar, em tom blasé, de Diogo Mainardi. “Você leu a coluna dele na Veja? Muito boa”, digo eu. O meu interlocutor cai num silêncio sepulcral. As veias do pescoço vão inchando como em certos filmes de vampirismo. O sangue concentra-se todo na cabeça. Os olhos, vermelhos e irados, saem das órbitas. A boca espuma. Os queixos tremem. Alguns levam a mão ao braço esquerdo e pedem uma ambulância. Deus do céu, eu já perdi a conta dos infartos, ou das ameaças de infarto, que a minha perversidade provocou em São Paulo e no Rio. Diogo Mainardi não é um colunista. É uma assombração.

Curioso. Irônico. Paradoxal. As mesmas pessoas que desmaiam na minha frente com o nome de Mainardi não desmaiam com uma elite política corrupta que usa dinheiro público tradução: dinheiro dos brasileiros para suas negociatas. O mal não está em quem rouba. Está naqueles que denunciam o roubo. Em condições normais, um país estaria grato aos jornalistas que vigiam e criticam o poder. Mas o Brasil não é um país normal. Aliás, Portugal também não é e pressinto aqui uma cultura histórica comum: quando um colunista abre a boca para criticar o governo, ele não critica o governo. Ele é um demente, um invejoso, um fracassado. E, em caso de discórdia, os leitores, para não falar dos colegas de ofício, não estão dispostos a contra-argumentar. Mas a censurar. O ideal não é discutir. É silenciar. Na impossibilidade de fuzilar. Curiosas mentalidades.'”

Tem passagem para fora daqui?? Bem longe?? Com mentalidades menos… Nem sei o que dizer.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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