Ser ou não ser

Cresci como uma “dog person”: cachorros e cachorros espalhados pela casa, sempre mais que dois. Quando eu era bem bebê mamãe conta que um cachorro dormia no meu berço.

Fui fazer terapia, todo mundo devia tentar viu, e a terapeuta me fala: “Cara (é psicanalista paulista), você é tão insegura que precisa de um bicho totalmente dependente de você e que não consegue não gostar de alguém para se sentir amada?”

Na época a ficha não caiu, acho que fiquei até meio chateada, mas passou.

Casei e fui morar em um apartamento. Eu e Maridão trabalhando o dia todo, vez em quando descer para a casa dos pais na praia (aqui em Sampa quando vamos para o litoral a gente fala descer, por causa da serra sabe), não dava para encaixar um cachorro na equação.

‘Tô eu andando no shopping na hora do almoço, carregando barriga de três meses de Carol, e dou de cara com um bicho muito simpático na vitrine do petshop. E não é que o era um gato! Ou melhor, uma gata!

Pois bem, liguei pro Maridão, uma catperson desde sempre, que vinha falando de me dar um bichinho felino em função de minha frustração de não ter um bicho nenhum, e falei: “Se for para me dar um gato então é esse!”

Dia seguinte, sábado, Maridão e Eu vamos para o petshop e o bichinho continua lá, me esperando. Bichinho virou Malagueta.

E eu virei catperson sem perceber: gatos são sensacionais! Eles te conquistam, eles são espertos, eles são curiosos, eles inventam, eles mexem nas coisas, eles se escondem nos cantos e buracos, eles derrubam tudo, eles são independentes, eles não fazem sujeira, eles se viram sozinhos… Eu viajo e eles ficam numa boa, eu volto e eles me olham com uma cara de quem não têm certeza se foi uma boa eu ter voltado.

Maridão fala: Você é o mundo de um cachorro. O gato acha que é o dono do mundo, mas ele deixa você brincar com ele um pouquinho.

E hoje? Acho que a terapia funcionou! Malagueta agora tem a companhia de Mozzarella e eu fiquei tão apaixonada que tudo meu tem gatos: camisetas, bolsas, colares…

E o que não tem gato, bem, tem pêlo de gato, já que Malagueta é uma gata persa de classe. Já Mozzarella é uma vira-lata autêntica, que não para quieta.

 

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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