Dreamscapes: Crouch End

Tem uma verdade que vale para mim mais que muitas outras: se juntarmos um roteiro inspirado em Stephen King e bichos ou monstros estranhos não vai sair boa coisa. Bizarro, bizarro, bizarro!

Crouch End é uma área ao norte de Londres, um vale entre Crouch Hill e Alexandra Park, uma área de casas antigas e muitos gramados e parques. Crouch End também é o nome de uma história de Stephen King publicada originalmente em New Tales Of The Cthulhu Mythos, em 1980, e republicada em uma diferente versão na coleção Nightmares and Dreamscapes em 1993.

Crouch End

Segundo os fãs da literatura de terror, Stephen King conseguiu colocar diversas referências às obras de ficção de H.P. Lovecraft, autor prolífico e famoso por suas histórias de horror.

Em uma delegacia de Londres, Doris entra assustada, bastante ferida e cansada. Aos policiais de plantão ela informa que seu marido, o advogado Leonard, apelido Looney, desapareceu. Ela então começa a contar sua estranha história.

Doris e Looney estão em Londres para sua lua-de-mel e Looney, advogado por profissão, recebe a ligação de um colega de trabalho que mora nas proximidades, em Crouch End. Ele os convida para um jantar e, apesar da resistência de Doris, Looney acha essa uma boa oportunidade de fazer uma média.

Após serem rejeitados por um taxista que se nega à levá-los ao local e ainda os aconselha a manterem-se afastados, eles ficam por mais de meia-hora sem ver um táxi sequer, algo bem improvável numa cidade como Londres.

Vemos, em uma cena recortada e bem montada, um táxi antigo, preto, se aproximando, um simpático senhor ao volante. Eles informam o endereço de destino, o motorista apenas sorri e parte.

Ao ver que perdeu o endereço, Looney tenta ligar para o amigo de seu celular, mas não consegue. Quando chegam próximos à Crouch End, Doris olha a paisagem, em frente a um bar um grupo de motoqueiros chama a sua atenção. Ao se aproximarem Doris tem a impressão que seus rostos se transformam em rostos de lobisomens.

Ela se assusta, ao olhar de novo tudo voltou ao normal. Mais a frente a manchete dos jornais colocados em frente a uma banca lhe assustam novamente: 60 pessoas perdidas em terror subterrâneo. Ela conta a Looney sobre os jornais, imaginando se o subterrâneo se referiria ao metrô (num jogo de palavras pelo fato de americanos e ingleses darem diferentes nomes ao metrô).

Eles perguntam se houve algum acidente, mas o motorista nega. Passando pelo portal de Crouch End, Looney percebe que não tem o endereço do local… E seu celular também não funciona.

Eles encostam junto a um telefone público. Enquanto Looney tenta a ligação, o motorista, Archie, começa a contar a história do lugar à Doris: Crouch End teria sido construído sobre um cemitério druida e, por isso, é cheio de passagens entre diferentes dimensões. Por causa disso, estranhas coisas podem acontecer no local. Ele ainda aconselha, a já terrificada mulher, a partir dali, antes que seja tarde demais.

Doris deixa o carro, assustada. Nas ruas nada acontece, tudo está parado, ninguém próximo, nenhum carro. Em uma loja um gato, de costas, chama a atenção dela. Ela se aproxima sorrindo e bate no vidro da vitrine. Quando o gato se volta para ela um de seus olhos é substituído por um espaço como se o sangue formasse algo semelhante a fogo e no centro uma bola branca, parecida com vidro.

Doris se assusta e se aproxima do telefone. O táxi não está mais lá, simplesmente desapareceu.

Looney sai do telefone e pergunta o que aconteceu, ela não sabe. Ele diz que o local do jantar é próximo e eles devem ir andando. Duas crianças se aproximam. No lugar da mãe do menino, algo semelhante a uma garra. Os dois fazem chacota do casal perdido, quando Looney ameaça ir em sua direção eles fogem.

Eles partem pelas ruas da cidade, todas vazias. Um som chama a atenção, ele vem de uma casa de esquina, com uma cerca viva. Looney e Doris olham por entre a cerca, tentando identificar o que é. Buracos no jardim parecem soltar fumaça. Doris lembra do que Archie disse e pede ao marido que os dois saiam de lá.

Crouch End

Ele acha tudo um exagero e entra no jardim. Doris não consegue ver mais nada lá dentro, apenas ouve os gritos do marido. Na primeira cena bizarra da noite, ela vê a mão do marido saindo dos arbustos, quando tenta puxá-la fica apenas segurando a mão, enquanto ele sai por outro buraco da cerca, com as duas mãos. Ela joga a que está segurando longe e ajuda Looney a se levantar.

Ele está ferido e sujo e repete que eles devem correr. No caminho joga longe seu paletó. De repente, parece que ele volta a si. Reclama do fato de ter perdido o paletó, esquecendo que ele mesmo o jogou fora. Doris ainda tenta trazê-lo de volta a razão, mas ele só repete que eles precisam ir para o jantar. Tenta novamente uma ligação, mas o telefone fica mudo.

Apesar da insistência de Doris para irem embora, os dois partem andando, tentando lembrar do caminho para a casa do amigo. As ruas continuam silenciosas e vazias.

Em determinado momento, sei lá eu como, Doris consegue convencer o marido a procurar uma saída de lá, e os dois andam na direção que acreditam ser a correta. Looney faz com que ela jure nunca contar o que aconteceu a ninguém. Se eu fosse ela eu responderia: nem se eu quisesse.

Eles chegam a ver o outro lado, o fim de Crouch End, mas algo assusta Looney e ele não aceita seguir pelo caminho mais fácil. Seguindo por outra rua eles vem um viaduto e, sob ele, nada mais é visto. De repente uma ventania começa a carregar coisas e pessoas por baixo do viaduto, como se ali existisse um vórtex.

Doris se segura em um poste, enquanto Looney se ajoelha no chão, algo estranho acontece com ele, estranho e difícil de explicar aqui, ele grita, se contorce, wird! Depois que a ventania pára, Doris quer fugir, mas Looney quer entrar no lugar. Mesmo quando voltam a ver a saída, ele insiste em voltar até lá e corre de Doris.

Ele chama pela esposa constantemente, lembrando que ela disse amá-lo e que não iria abandoná-lo. Ela começa a atravessar abaixo do viaduto. De repente ela sente uma mão em seu ombro. Um bicho, monstro peludo, muito mais alto que ela está lhe segurando. Ele lhe pede cigarros e ela corre na direção de Looney.

Crouch End

Mas ele sumiu. Ela começa a andar por aquele lugar estranho, nas portas nomes druidas escritos. De repente ela vê as duas crianças em um beco. Tenta conversar com ele, mas o menino lhe diz que o marido dela foi levado por algo semelhante a bodes que fazem algo estranho. Confesso, nesse momento eu já tinha certeza que eu devia ter ido dormir depois que It Crowd acabou.

Ela corre e encontra Looney, ele lhe diz que agora eles ficarão juntos para sempre, então algo que parece um polvo, ou melhor, braços de polvo, mas com bocas em suas pontas, sai de um buraco no chão, comendo Looney, começando pela cabeça. Quando uma das bocas volta a ser aberta, o rosto de Looney aparece como sendo parte do bicho, com sangue saindo dos olhos.

Doris consegue correr, voltando a ver uma saída. As duas crianças ainda tentam impedir que ela saia, mas ela consegue chegar ao outro lado, cansada, chorando, assustada.

Do outro lado do beco a vida corre normal, carros nas ruas, pessoas caminhando. Ela pergunta a um casal de senhores onde fica a delegacia, conta o que aconteceu. O senhor apenas diz que aconteceu mais uma vez, a senhora pede que ela se afaste.

Voltamos a cena inicial, na delegacia, mais uma vez o policial pede que Doris conte sua história, antes que ela comece um gato pula sobre ela, derrubando a xícara de café. O policial briga com o gato, de nome Looney… Ele foi encontrado naquela manhã.

Doris olha para o gato, que olha de volta… Em seu olho esquerdo um círculo de sangue e fogo, no centro uma bola de vidro.

Espero que semana que vem seja melhor…

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

3 Comentários


  1. Oi Simone..sempre vejo o seu blog pra me atualizar sobre os nossos seriados…ontem eu comecei a ver esse episódio, mas não terminei. Ainda bem que vc falou do final..espero realmente que o próximo melhore.
    abços

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  2. Vou concordar com vcs. Foi ruim. Uma pena porque o da semana passada, dos soldadinhos foi muito bom, inteligente e criativo e não precisou um diálogo sequer. Dá para pensar que Nightmares terá altos e baixos.

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  3. Episódio chato… não consegui assitir inteiro, ficava zapeando…
    Semana que vem é o episódio com o William H. Maccy, pelo qual ele foi indicado ao Emmy
    espero realmente que o próximo melhore²

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