Cinema: Eu só posso imaginar

A canção gospel I Can Only Imagine conseguiu atravessar barreiras e se tornar um sucesso pop nos EUA e fora dele – ganhou dois Dove Awards em 2002, dos quais um foi na categoria Música Pop/Contemporânea do Ano e outro na categoria Música do Ano. Escrita por Bart Millard, vocalista da banda MercyMe, ela fala sobre acreditar (fé) e se entregar (devoção), mas ainda assim consegue transmitir uma mensagem que não depende de crenças religiosas para ser percebida.

Já o longa-metragem homônimo Eu Só Posso Imaginar, com estreia nacional agendada para está quinta, 31 de maio, se divide em dois: na primeira parte é possível criar empatia pelo personagem principal, Bart Millard (vivido por J. Michael Finley) e por sua história de superação; na segunda parte, ao colocar a religião como peça mais importante da história, ele perde parte de seu brilho.

Bart Millard foi um garoto que nasceu e cresceu em um lar problemático: seu pai (vivido por Dennis Quaid), frustrado por não ter alcançado o sucesso que esperava ao ser uma estrela do futebol na escola, é violento e Bart e sua mãe vivem como a pisar em ovos a fim de não sofrer fisicamente a cada vez que ele se sente contrariado. Em determinado momento a mãe não suporta mais o sofrimento e quando o menino retorna de um acampamento acaba por abandonar os dois.

A partir daí Bart tenta sem sucesso agradar o pai, primeiro também se tornando um jogador de futebol, depois tentando simplesmente deixar tudo arrumado e mantendo-se fora do alcance dele o máximo de tempo possível.

Em sua fuga ele acaba no coral da escola e, por conta disso, no papel principal de uma peça musical. Os muitos elogios e o reconhecimento de seu talento fazem com que Bart também decida partir a procura do sucesso, formando a banda MercyMe.

A luta é difícil e ao longo dela Bart e seus colegas terão erros e acertos e chegarão muito perto de realizar seu sonho. Só que Bart parece incapaz de deixar o passado para trás e realmente seguir em frente. Momento em que ele resolve visitar seu pai e descobre que muita coisa mudou.

É quando o filme perde seu jeitão de road movie e se torna um filme religioso com ensinamentos a cada diálogo. Ainda que eu entenda a importância da mensagem para a produção, acredito que seria possível deixar a mensagem um pouco mais leve (pensei bastante em A Cabana, cuja mensagem de perdão é bastante semelhante, mas consegue manter-se longe das citações bíblicas).

Ainda assim, graças a construção da primeira parte e pelo carisma de seus personagens, o filme consegue emocionar (a gente se sente manipulado? sim, mas nem tanto) e deixa uma bonita mensagem de redenção.

Além de Dennis Quaid e J. Michael Finley, o drama reúne os atores Madeline Carroll, Cloris Leachman, Trace Adkins e  Rhoda Griffis.

Ficha técnica

Direção: Andrew Erwin, Jon Erwin

Elenco: Dennis Quaid, J. Michael Finley, Madeline Carroll, Cloris Leachman, Trace Adkins, Rhoda Griffis

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A Paris Filmes firmou uma parceria com o Ministério dos Direitos Humanos para uma ação inédita e colaborativa no lançamento de Eu Só Posso Imaginar (I Can Only Imagine).

Com estreia oficial agendada para 31 de maio e sessões de pré-estreias pagas nos dias 18, 19, 20, 25, 26 e 27 de maio, as exibições do longa-metragem protagonizado por Dennis Quaid e J. Michael Finley serão precedidas por uma vinheta do Ministério, com 30 segundos, que convida os espectadores a denunciar violações contra crianças e adolescentes, pessoas idosas, pessoas com deficiência, população LGBT, pessoas em situação de rua e discriminação racial. Para conferir a vinheta clique aqui.

Os canais divulgados no vídeo são o Disque 100, o aplicativo Proteja Brasil, e o site Humaniza Redes. Nos Estados Unidos, a Lionsgate, responsável pela distribuição do filme no país, promoveu uma ação semelhante com o Chat About Faith, um canal idealizado para auxiliar pessoas em situação de risco pessoal e social.

Sobre o Disque 100
O Disque 100 é o maior serviço brasileiro de recepção de denúncias de violações de direitos humanos. O canal é gratuito e mantém o sigilo dos denunciantes. Além de receber denúncias, a central encaminha os casos para uma rede de proteção composta por entidades que possam ajudar a evitar e interromper as violações, como o Ministério Público, instituições de assistência social e de segurança pública. Em 2017, o Disque 100 recebeu mais de 142 mil denúncias.

O Ministério dos Direitos Humanos está nas redes sociais, nos canais:  facebook.com/direitoshumanosbrasilinstagram.com/min_direitoshumanos e twitter.com/dhumanosbrasil.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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