Cinema: Tomb Raider – A Origem

Uma superprodução com ares de aventura possível. Uma heroína amada por seus fãs que ressurge repaginada. Em um contexto diferente e com uma nova cara, contando uma história leve e moderna, Lara Croft volta às telonas em mais uma aventura, justamente quando a sociedade parece se abrir mais para produtos de cultura pop que conversem sobre o poder da mulher.

Heroína do videogame e figura cativa no imaginário popular desde sua representação icônica feita por Angelina Jolie nos anos 2000, Lara Croft tem seu retorno triunfal em 2018 com Tomb Raider – A Origem, filme com estreia prevista para esta quinta, dia 15 de março.

Em seu novo filme, Lara Croft é a independente filha de um excêntrico aventureiro que desapareceu quando ela era criança. Agora, já com 21 anos de idade e sem maiores propósitos na vida, Lara trabalha como entregadora em Londres e vive com pouco dinheiro, já que se recusou a assumir o império da família. Impelida por sua consciência a dar um desfecho àquela história, afinal, o pai morreu ou não?, Lara sai em uma aventura em busca de resolver esse mistério.


A empreitada acaba por leva-la a uma mítica ilha localizada ao longo da costa do Japão. É quando se dá conta de que sua missão não será fácil, já que a ilha é muito mais traiçoeira do que se podia prever. E é ali, entre lutas e ameaças, que Lara deve ultrapassar seus limites para sobreviver ao cumprir sua missão e se tornar digna do nome Tomb Raider.

Se aproveitando do hype da melhor maneira possível, Tomb Raider: A Origem não é uma adaptação do jogo, e sim inspirado por ele. No entanto, a produção tratou de plantar diversas referências ao longo do filme, pequenos tesouros que serão facilmente identificáveis para quem já jogou. Isso ajuda a cativar imediatamente a atenção do público pelo filme, mas Tomb Raider: A Origem não é preguiçoso, não se limita a fazer o básico e, por isso, não para por aí.

A oscarizada Alicia Vikander (“Ex_Machina: Instinto Artificial”, “A Garota Dinamarquesa”) é quem assume a “responsa” de interpretar Lara Croft, nos trazendo uma versão muito mais coesa e focada da heroína. Ficam de lado as questões de deslumbramento sobre ela ser linda e sexy – que ela é, mas não é o ponto. A Lara Croft de Alicia Vikander não tem tempo para questões supérfluas nesse cenário. Ela é forte, determinada e correta. Ela é uma mulher com uma missão, como todas nós somos, de alguma forma, e não perde tempo.

Roar Uthaug (“A Onda”) é quem assina a direção do longa, entregando um filme de ação como os bons filmes que costumávamos ver por aí. Com uma plasticidade confortável, sem exagerar nas cenas de luta ou na incômoda barulheira dos efeitos sonoros comum a esse gênero, Tomb Raider: A Origem é uma peça de entretenimento como as que gostamos de ver. Só que melhor. Tudo nele flui quando entrega o que esperamos e nos deixa confortáveis com seu subtexto político.

Desse modo, mesmo sem nenhum discurso literal ou afirmação pontual sobre empoderamento, a Lara Croft de 2018 faz muito mais pelas mulheres do que se poderia imaginar. Em um tempo em que somos bombardeadas com tantas novas antigas ídolas, como Mulher-Maravilha e as incríveis mulheres de Wakanda presentes em Pantera Negra, Lara Croft ressurge para tomar o lugar que lhe é de direito no imaginário pop. Repaginada, sim. Em um contexto de empoderamento feminino, sim. Mas ainda respeitando sua essência e se adequando aos novos tempos sem precisar mentir nem forçar a barra.

Só por isso Tomb Raider: A Origem já vale muito o ingresso. Mas é por ir além do básico que o longa se afirma como imperdível.


O longa tem no elenco também Dominic West (“Jogo do Dinheiro”, “300”), Walton Goggins (“Os Oito Odiados”, “Django Livre”), Daniel Wu (série de TV “Into the Badlands”) e a divina-suprema-maravilhosa indicada ao Oscar Kristin Scott Thomas (“O Paciente Inglês”). O roteiro é Geneva Robertson-Dworet e Alastair Siddons, com história de Evan Daugherty e Robertson-Dworet. No time criativo, respondem o diretor de fotografia George Richmond; o designer de produção Gary Freeman; o editor indicado ao Oscar Stuart Baird e o editor Michael Tronick. A música é de Tom Holkenborg e a produção do ganhador do Oscar Graham King (“Os Infiltrados”) sob a bandeira da sua GK Films. Os produtores executivos são Patrick McCormick, Denis O’Sullivan e Noah Hughes.

A Warner Bros. Pictures e a Metro-Goldwyn-Mayer Pictures apresentam Tomb Raider: A Origem, uma produção da Square Enix Limited e GK Films. Com estreia prevista para 15 de março de 2018, o filme será distribuído pela Warner Bros. Pictures, uma empresa da Warner Bros. Entertainment, e em territórios selecionados pela MGM.

Escrito por Tati Lopatiuk

Tati Lopatiuk é redatora e escritora em São Paulo. Gosta de romances em seriados, filmes, livros e na vida. Suas séries favoritas são Girls, The Office e Breaking Bad. Pois é.

Seus livros estão na Amazon e seus textos estão no blog.

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