Jessica Chanstain é a Princesa do Poquer em A Grande Jogada

A estreia de Aaron Sorkin como diretor não poderia ter mais cara de “Aaron Sorkin” que A Grande Jogada, produção baseada no livro de memórias de Molly Bloom (Molly’s Game) que conta a história real de uma ex-esquiadora campeã que, após ter de abandonar a carreia esportiva, passa de garçonete à “Princesa do Pôquer”.

Provavelmente porque Sorkin também é o responsável pelo roteiro adaptado – indicado ao Globo de Ouro e ao Oscar -, o que significa que você terá muitos diálogos e monólogos e explicações e ao invés de se entediar com isso, você se sentirá assistindo a um filme de ação.

Poucos roteiristas são capazes de algo assim e Sorkin é um dos melhores nisso (o melhor, talvez).

Além disso, o filme conta com a interpretação segura (podemos dizer MARAVILHOSA) de Jessica Chastain e uma participação curta, mas exata, de Idris Elba.

Claro, os ingredientes da história de Molly ajudam e muito: adoramos ver uma história em que alguém vence a despeito de todas as estatísticas, principalmente se ela também consegue vencer o grande inimigo “estado que não consegue prender criminosos realmente perigosos, mas adora prejudicar os pequenos”.

Tudo bem, Molly não é tão pequena assim: ela foi criada para ser uma campeã olímpica, mas o acaso (o destino, o azar) não quis assim. Cansada das cobranças de seu pai (Kevin Costner em mais um papel menor que nos faz pensar por que afinal ele não se tornou o grande astro que poderia), ela muda de cidade e vira garçonete. Seu péssimo chefe organiza jogos de pôquer com algumas celebridades e ela logo descobre que as gorjetas destes podem ser muito melhores que o salário que ela teria caso tivesse ido para a faculdade de direito.

O destino de novo lhe passa a perna, leia-se o chefe era babaca mesmo, mas ao invés de cair, Molly resolve usar o que aprendeu mais sua obstinação e organizar os próprios jogos. Os maiores jogos. Pena que a grandeza, e o dinheiro, venham com o ônus de se envolver com as pessoas erradas, como a máfia russa, e tomar decisões erradas.

Dizem que quanto maior a altitude, mais dura é a queda e A Grande Jogada nos conta exatamente como tudo aconteceu com uma detalhada descrição de sua protagonista e um rol de personagens secundários delicioso (todos muito bem interpretados).

O FBI tem Molly nas mãos e, assim como seu advogado (interpretado por Elba), teremos a oportunidade de julgá-la culpada ou inocente antes que a promotoria ou o juiz tenha a oportunidade de fazer o mesmo. E, se como eu, você não sabe o final dessa história, ainda poderá se deliciar com o terço final do filme.

Impossível não pensar em anti-heróis dos clássicos do cinema envolvendo máfia, dinheiro, lugares glamourosos e um humor muito bem dosado. Pensar em Cassino e em O Lobo de Wall Street.

Assim como é impossível não pensar que Jessica Chastain é impecável na escolha dos projetos em que se envolve (vocês foram assistir a Armas na Mesa como eu disse para assistirem, não foram?).

Com distribuição Diamond Films, A Grande Jogada estreia nesta quinta, 22 de fevereiro, em grande circuito.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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