Chicago Med: Generation Gap (2×20)

O nome do episódio, Generation Gap, em teoria representaria o motivo dos diversos conflitos que aconteceram nas tramas, só que eu não poderia imaginar algo mais inadequado:

  • Doutor Charles e Robin? Ele inicialmente preferiu fingir que a filha não tinha problemas, não é nada fácil admitir que um filho nosso passa por algo, principalmente quando não podemos ajudá-lo a superar ou quando sabemos o quanto ele sofrerá por causa disso, mas ele sabia. Sabia desde o momento em que pegou o elevador com ela e Connor, sabia quando a viu encarando a máquina de salgados como se ali existisse um vazio, sabia quando Connor veio falar com ele. Tentou fingir que não era isso, mas teve que encarar a difícil verdade ao final. A dúvida que permaneceu para mim, depois do comentário da médica na lanchonete, é se Charles também tem esquizofrenia além de depressão.

  • Will, Jay e seu pai tem problemas de relacionamento. Talvez esta seja a trama em que “conflito de gerações” mais se encaixa como explicação, mas isso também seria muito simplista. Eu imagino que a mãe dos rapazes tenha morrido quando eles ainda eram novos e o pai segurou o rojão. Além disso temos a questão de ele ser um cara mais simples, diríamos bruto, que teve de se virar e para quem estudar anos de faculdade nunca ficou entre as opções de escolha de vida. Sua resistência com relação a escolha de Will pode ser mais explicada por isso que qualquer outra coisa… E pelo medo que o seu caçula acabasse metendo os pés pelas mãos e também sofrendo por isso. Ainda assim, como Connor fez questão de dizer, melhor uma relação de amor com tumulto do que relação nenhuma, não é verdade?
  • O menino com problemas de controle e seus pais. Ali existia uma questão complicada de fé acima da ciência junto da já citada “cegueira seletiva” que muitas vezes acomete os pais. Além de não entenderem a gravidade do que acontecia/sentia seu filho, eles achavam que frases da bíblia, um tanto de oração e, provavelmente, afastá-lo de garotas, resolveria tudo isso. Uma pena que o garoto tenha ido tão longe por conta da culpa – e definitivamente este é um daqueles casos que só aparecem em Chicago Med.

O episódio ainda teve o caso do menino com escorbuto – numa boa, nem marujos hoje em dia tem escorbuto e por mais relapsa que aquela mãe fosse, as porcarias de hoje são todas adicionadas de vitaminas, ferro, minerais e coisas assim justamente para evitar que crianças tenham problemas como esse, então fiquei um tanto incrédula – que serviu apenas para mostrar que Natalie anda sofrendo de culpa materna.

Sobre a aproximação de Sarah e Noah, bem, prefiro não falar nada, quem sabe assim os roteiristas esqueçam essa história.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

Deixe uma resposta