Chicago Med: Theseus’ Ship (2×13)

“Tulpa é uma entidade ou objeto que, segundo o budismo tibetano, pode ser criado unicamente pela força de vontade, envolvendo meditação, concentração e visualização intensas. Em outras palavras, a tulpa seria um pensamento tornado tão real pelo praticante que chegaria a assumir uma forma física, material.”

Eu sinceramente acho que os budistas não pensavam exatamente em uma segunda personalidade quando falaram deste pensamento, mas isso não dez com que os roteiristas de Chicago Med se sentissem limitados e, com  isso, acabaram criando um dos casos mais interessantes que eu vi na série – ótima coisa a esta altura em que eu já andava mais reclamando dela do que outra coisa.

A questão da garota que havia criado sua “tulpa” como uma mulher amiga foi uma ótima forma de mostrar que os limites entre sanidade e loucura são variáveis e que definitivamente nem toda “loucura” precisa ser resolvida, que na verdade algumas delas são capazes de manter as pessoas vivas e, vai parecer estranho eu sei, lúcidas.

O caso da menina do episódio me pareceu um bom exemplo disso, uma garota solitária, com prováveis problemas sérios com seus pais e que parecia estar encarando problemas no casamento – provavelmente onde ela se sentia segura – e que encontrou em sua “tulpa” uma amizade que lhe manteve mais segura.

Só falta a Sarah perder seus preconceitos, no episódio passado ela falou que psicanálise é coisa para loucos, hoje queria logo dar um remédio mágico para a garota, e assim como Charles eu acho que ela pode se tornar um boa psiquiatra. Até este episódio eu nem ao menos tinha pensado no fato dela ter ido de um extremo ao outro ao trocar a patologia pela psiquiatria.

CHICAGO MED -- "Theseus' Ship" Episode 213 -- Pictured: (l-r) Rachel DiPillo as Sarah Reese, Oliver Platt as Daniel Charles, Brian Tee as Ethan Choi -- (Photo by: Elizabeth Sisson/NBC)

E falando em extremos: o que você faz quando seu filho lhe pede para desistir de lutar por sua vida? A doutora Manning se viu em uma situação bem complicada no episódio e eu me senti muito muito tocada por aquele pai. Imagino que para a maioria das pessoas a reação que se espera é a que April teve, querendo obrigar o menino a tomar a medicação, mas eu simplesmente pensava naquele pai vendo seu filho definhar por causa do tratamento e sem que ninguém pudesse lhe garantir que aquele sacrifício valeria a pena depois.

Eu só posso entende-lo. Até mesmo ter vontade de abraçá-lo.

O roteiro, no entanto, foge das decisões difíceis, foge da aceitação de que algumas vezes não adianta insistir na luta e dá a solução mágica: sem a quimioterapia o menino estava melhorando ao invés de piorar. Sai o dilema sobre até onde lutar, entra um pouquinho de milagre.

O último caso da noite foi sobre uma senhora que deixou de lado cuidar de si mesma para cuidar de gatos. A surpresa, pelo menos para mim, foi a revelação de que a toxoplasmose faz com que você goste ainda mais de gatos… Cleide, pensei em você, risos!!

Finalmente, mas não menos importante, o doutor Rhodes saiu da cidade com o doutor Latham para uma cirurgia importante, mas o caso pouco importava, a questão foi o doutor Latham enfrentando mais um desafio pós diagnóstico e início do tratamento. Ele acaba enganado por uma moça e cabe ao Rhodes ser o cavaleiro salvador – eu amei, claro – e a amizade dos dois vai ganhando com os desafios. Eu não esperava gostar tanto disso.

P.S. A namorada do ruivo falando dos ex-namorados? Eu ria loucamente. Não adianta, os roteiristas já estão preparando o caixão desta relação.

P.S. do P.S. O nome do episódio faz referência ao navio de Teseu que, conforme a mitologia, levava jovens para o sacrifício para acalmar  o Minotauro. Teseu foi o herói ateniense que decidiu que não seria sacrificado e que ele avisaria aos atenienses se conseguisse matar o Minotauro trocando a cor das velas do barco em seu retorno (ele voltava com velas negras, mas ele colocaria velas brancas). Eu confesso que ainda estou tentando entender a ligação dele com a história.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

3 Comentários


  1. O caso da senhora com toxoplasmose foi o mais estapafúrdio que me incomodou, além do fato dele ter paixão pelos gatos era também arquiteta, só faltou ser torcedora do flamengo heheheheh

    Mas a reação do médico ruivo, nem consigo mencionar o nome dele de tanta raiva que fiquei, foi a que mais me desagradou, ele dizer que era mais um caso de amante de gatos.

    Sobre o menino que não queria mais receber o tratamento só digo que a Natalie e April eram redondamente em chamar o conselho tutelar, caramba não precisava disso.

    O Rhodes se ficar entediado com a medicina pode pedir ao Voight uma vaga para detetive.

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    1. Hahaha e ela ainda ficou caída pelo doutor Charles!!!

      Também achei péssimo, ainda mais porque Natalie teve a oportunidade de conversar com o menino e ver que o pai apenas estava atendendo ao pedido dele.

      O ruivo é aquela coisa: raramente dá uma dentro.

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  2. A historia da toxoplasmose foi o fim. essa doença não tem relação direta com os gatos. Foi altamente preconceituosa em relação a gatos e pessoas que os tem. Ficou parecendo “se tenho gatos sou louca”…sinceramente faltou pesquisa dos roteiristas.

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