Uma olhadinha em DC Legends of Tomorrow

Eu sempre fui uma garota Marvel, confesso. As histórias dos heróis da DC nunca ficaram entre as minhas favoritas na escolha dos gibis – pra ser realmente sincera a primeira escolha sempre foram os almanaques Disney em que Tio Patinhas, Pato Donald e os sobrinhos viviam sensacionais aventuras relacionadas a história do mundo e dá-lhe visitas ao Egito, fundação dos EUA, Revolução Francesa etc. – e mesmo quando o assunto era cinema eu me diverti bem mais com X-Men, Homem Aranha e Vingadores, apesar de gostar muito de várias versões do Batman.

No mundo das séries a coisa foi um pouco diferente porque, pelo menos em minha lembrança, Batman e Super Homem (ou Super Boy) eram onipresentes e a DC também dominava os desenhos animados com a Liga da Justiça (X-Men viria mais tarde). Não sei ao certo quando a coisa mudou, mas novos tempos fizeram com a Marvel dominasse o cinema com um sucesso depois do outro com seu primeiro time e que as produções caprichadas de Demolidor e Jessica Jones pela Netflix ou Marvel – Agents Of Shield apresentassem toda uma nova geração a heróis antes conhecidos só pelos fãs de quadrinhos mais apaixonados por não estrelarem nenhuma franquia mais conhecida – esta última contando com o impulso dado pelo sucesso dos filmes dos Vingadores.

(Sim, a esta altura você já percebeu o quão nerd eu sou. Minha filha de 12 anos ficou bastante chocada quando ela percebeu isso, espero que não aconteça o mesmo com vocês)

E como a TV vem representando cada vez mais dindin no bolso dos produtores sempre existem as tentativas de emplacar um novo sucesso.

Nos últimos anos a missão começou com Arrow. Eu assisti aos dois primeiros episódios, pensei “não” e deixei para lá. Não que eu considerasse a série ruim, apenas foi uma daquelas que enfrentou concorrência mais forte e ficou para trás. Quando Flash chegou à TV, então, eu nem tentei. Santa Netflix no nosso caminho para ajudar quando a agenda é complicada: resolvi dar uma chance ao moço que corre para caramba e quando vi já tinha devorado com gosto a primeira temporada inteira, verdadeiramente apegada aos personagens.

Por conta dessa paixão toda que acabei dando uma segunda chance a Arrow e estou aqui terminando a terceira temporada gostando bem mais do que eu imaginava, ainda que eu ache um verdadeiro tédio o passado do Oliver na ilha e em Hong Kong – funcionou bem na primeira temporada, mais ou menos na segunda, acho que só enche linguiça na terceira.

Super Girl? Tentei. Não deu. Não que a série seja ruim, não é mesmo, mas curiosamente ela acabou sendo muito mais teen que suas companheiras (e eu a beira dos 40, não conta pra ninguém), então quando não tem mais nada eu dou uma olhadinha para ver as caras da Calista, atriz que eu adoro.

Chegamos, então, a aposta desta temporada: DC Legends Of Tomorrow. A premissa da série foi juntar heróis de segundo escalão e até mesmo vilões mais adorados e montar um esquadrão cujo objetivo é salvar o futuro eliminando um inimigo chamado Vandal Savage.

dc legends-of-tomorrow

Eles sabem que este vilão poderá acabar com a Terra porque foram reunidos por um Mestre do Tempo, Rip Hunter (vivido por ninguém menos que nosso eterno Rory de Doctor Who, Arthur Darvill). Aos fãs de Doctor Who, diga-se, o episódio piloto pode ter parecido um ajuntado de coisas que já se viu antes: Rip reunido com o conselho dos mestres do tempo, depois roubando uma nave-máquina do tempo quando sua missão não é aprovada e o tanto de verdades não muito verdades que ele usa para juntar seus escolhidos. Ah, e  a máquina do tempo se camufla para não ser encontrada.

Se Rip, apesar do déjà-vu, é carismático e divertido, bem, não dá para dizer o mesmo de todos os seus companheiros de missão, conhecidos de quem acompanha as séries irmãs, ainda que não seja necessário ter assistido as demais para assistir a esta.

Eu, por exemplo, ainda não estou em dia com Arrow e Flash, então não assisti ao crossover que apresenta as tramas de alguns personagens antes deles serem “raptados” por Rip, mas já conhecia Sarah e Ray do primeiro, e Capitão Frio, Onda Térmica e Firestorm do segundo. Ou seja, tinham ficado de fora o casal Gavião.

Meu primeiro problema com a série talvez tenha sido Sarah: eu já não ia muito com a cara da personagem em Arrow quando ela ainda era Canário Negro. Depois dei de cara com o casal Gavião que, meu povo, é ruim de doer. Sem expressão, sem carisma, sem química. Pelas cenas desse piloto a Mulher Gavião, esquecida de quem realmente era, namorava com Cisco em Flash. Olha, eles podiam ter trazido o Cisco no lugar do moço que apareceu aqui e iam conseguir melhor uns 30% na série.

Sorte que Rip é um bom personagem e com ele no centro da trama, a falta de carisma do restante do grupo não pesa tanto.

A trama deste piloto basicamente se referiu a esta busca de Rip por seus companheiros, a explicação de porque eles os está convocando e a primeira viagem no tempo, para ser mais exata na linha temporal de Savage, na tentativa de mudar o futuro. Senti falta de maiores explicações sobre os personagens, do outro lado a ausência de explicações demais em um episódio de 40 minutos acaba dando mais tempo para a trama principal, o que é bom.

Os acertos: como eu disse, Rip é um bom personagem, as sacadas pop estão lá (vale referência a Star Wars, Prison Break, Doctor Who) e eu sempre serei fã disso, os efeitos especiais são ótimos e, para quem já é fã das séries irmãs, é interessante perceber um respeito por elas, não só na participação de Oliver, Cisco, Laurel, mas por ver a Gideon de Barry sendo o “sistema operacional” da nave de Rip. Além disso, não faltou ação, ou seja, o piloto diverte.

Melhor momento: Rip explicando que os escolheu porque eles não são significativos o bastante para afetar alguma linha do tempo importante. Deve ter sido um golpe e tanto para o Ray, que já tinha tido problemas de auto-estima quando sua “morte” em Arrow havia passado despercebida.

Maiores medos: o casal Gavião (não consigo vê-los melhorando e tenho medo de quando isso for necessário) e o vilão. Um bom vilão faz uma boa história e no caso dos super heróis isso é ainda mais importante. O tal Savage, até o momento, está soando caricato demais para mim.

Meus amigos que acompanham pela agenda americana estão divididos: alguns dizem que não melhora, mas gostam mesmo assim; outros dizem que  a coisa melhora bastante e que vale a pena dar uma chance.

Você dará?

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

9 Comentários


  1. Tentei assistir, mas não deu! Primeiro, Rip selecionando os “herói” contra algo, me lembrou do Nick reunindo o povo nos Vingadores I para acabar com Loki e o Tesserat. Por ai, já não desceu…
    Aí algumas cenas me fez lembrar de Heros.. Lembra-se?
    E depois não vi um personagem legal ou simpático que valesse a pena assistir.
    Sei não, mas acho que nao chega nem perto da 2º temporada.

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    1. Escapei de Heroes, mas darei mais um tempinho para a série, vai que ela engrena? Grimm só foi se tornar boa depois do quarto episódio.

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  2. sou persistente e sadomasoquista …. então vou dar uma chance !

    como eu só assisto pela tv paga daqui, sinto que os crossovers serão sofríveis pois o canal warner nem sabe qd irá exibir Arrow :/

    e realmente, a série é uma suruba de todas essas séries mencionadas … mas até que ficou legal pois é interessante pra mim captar essas referências

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  3. Assisti ao piloto, não fiquei empolgada, mas assim como a Cleide, sou brasileira e não desisto nunca, continuarei assistindo e ver onde vai dar.
    Casal gavião, não gostei. Sem química, sem graça. Com certeza a mulher gavião tinha mais química com o Cisco.
    Gostei do Hunter. Torço muito pelo Ray e vejo muito potencial no Snart.
    O vilão precisa melhorar, e muito, se não vai ficar parecendo o Berlin de The Blacklist. Todo mundo esperava algo que não aconteceu.

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  4. Concordo com você Simone, Supergirl está parecendo série adolescente. Acho que o roteiro deveria ser reformulado.
    Tenho pena da Calista, quem assistiu Ally Mcbeal deve pensar: o que ela tá fazendo ali? Coitada.

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  5. Dei uma chance e não me arrependo, o vilão evoluiu, o casal Gavião se tornou peça fundamental para a trama, valeu muito assistir!

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