Arquivo X: Mulder & Scully Meet the Were-Monster (10×03)

Eu assisti a Arquivo X de forma bastante irregular: a primeira operadora de TV a cabo que tivemos em casa não tinha o canal, na TV aberta as coisas não foram tão fáceis como foram para ER, transmitida em horário fixo pela TV Globo, e ela não foi exaustivamente reprisada como Friends.

Então eu vi “pedaços”: algumas temporadas inteiras, outras aos pedaços e assisti aos filmes.

Mesmo gostando muito da série, confesso que era muito história para ir atrás, ainda mais considerando o tanto de série nova que a gente inclui no “catálogo” e fui deixando. Ano passado, com o anúncio da nova temporada resolvi que ia tentar: assistir a tudo na Netflix antes da estreia.

Não deu. Não conseguia emendar vários episódios em seguida, como tenho feito com Arrow neste carnaval, porque exigem atenção aos detalhes, uma verdadeira imersão. Também fiquei com a impressão de que talvez a série não tenha envelhecido tão bem, pra mim pelo menos, para ser reassistida com a mesma empolgação.

Tenho um amigo que fala que não devemos reler livros ou rever filmes porque o sentimento nunca é o mesmo. Acho que existem exceções, West Wing, ER, Boston Legal, Harry Potter, mas algumas realmente perdem parte da magia, talvez porque já sabemos o que vai acontecer e em alguns casos a tensão de não saber é o mais importante da história.

Questão é que não terminei minha maratona e estava com sentimentos confusos sobre o retorno ao ver os dois primeiros episódios, um pouco dessa minha desilusão ao tentar rever tudo, talvez pelo medo dela ser decepcionante, algo comum nestas tentativas de “refazer o passado” que andam invadindo a TV e os cinemas.

Isso até Mulder & Scully Meet the Were-Monster.

Numa verdadeira auto-homenagem, homenagem aos fãs também, o episódio recheado de referências foi delicioso de ser visto. Diferente do sentimento que tive ao tentar rever a série ou com os dois episódios iniciais, a emoção que eu senti foi igualzinha a que eu tinha com os episódios lá no passado.

Arquivo X 10x03 s10e03 Scully

E, claro, ajuda o fato de Gillian estar simplesmente maravilhosa. Sem sombra de dúvida o tempo dela sendo cínica em Hannibal ajudou a fazer com que ficasse perfeita no episódio.

Sim, eu sei que muita gente acha episódios soltos uma perda de tempo, ainda mais considerando que esta décima temporada será curtinha, mas eu lembro que apesar de uma trama principal sobre conspiração, os episódios “monstruosos” da série sempre foram ótimos.

Além disso, depois de dois episódios com um Mulder um tanto desiludido, foi bom vê-lo fervendo em teorias sobre o que afinal estava acontecendo naquela pequena cidade.

Pontos extras para o Lagartão transformado em ser humano por acaso: nunca vi ninguém descrever tão bem as neuroses humanas e, se eu fosse ele, entendo perfeitamente ele estar louquinho para voltar ao normal, não é verdade?

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

4 Comentários


  1. Acho que gostei mais da sua crítica do que do episódio!
    Penso q esta nova temporada é como mãe q vai no espetáculo de balé da filha de 4anos! Independente do q a filha faça ela sempre vai achar lindo!
    Eu estou nessa! Adorando a volta da dupla, da abetura, do Mulder… Pensar q o tempo passou…aquele mundo que já não existe mais….

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    1. Oi Anavic, tudo bom?? Gostei da compração, risos. A gente se emociona mesmo, na verdade acho que esperar mais do que essa nostalgia é bobeira, né?

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  2. totalmente concordo.. sua crítica está muito melhor que o episódio em si! mas como fã.. assisto e tudo bem.. fiquei um pouco desapontada, mas só um pouco.

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    1. Obrigada, Patrícia. Esse quinto episódio também foi bem bom, não foi?? Acho que esse retorno valeu como homenagem, mas não vai conseguir equiparar ao que a série era.

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