Das verdades…

Pouco antes do Natal uma querida amiga veio em casa. Ela está grávida e começamos a conversar sobre como está sendo sua experiência e ela acabou confirmando algo que acredito já há algum tempo: ainda bem que fiquei grávida da Carol muito antes dos blogs maternos e do excesso de opiniões 100% das redes sociais.

A confirmação foi quando ela me disse que a maior dificuldade da gravidez tem sido lidar com as perguntas, afinal a gente não sabe de que lado do “movimento” a pessoa que fez a pergunta está.

E você sofrerá com uma enorme lição de moral se falar que não vê problemas em uma cesárea se a pessoa achar que somente um parto normal faz uma mãe. Ou ela lhe chamará de hippie metida a besta se você disse que faz questão do parto normal e ela te achar uma louca. E se você escolher berço ao invés dos lindos quartos montessorianos que agora dominam as revistas infantis?

Eu só fui falar de parto com minha médica, escolhida para que eu tivesse plena confiança nela, quando estava já no último trimestre da gravidez e exames mostravam que eu estava com placenta prévia – quando a placenta amadurece mais rápido e pode deixar de oferecer os nutrientes necessários ao bebê – e a prioridade das duas sempre foi que Carol ficasse bem, não sofresse.

Sempre pensei: ótimo se puder ser normal, se não puder, ótimo também.

Carol nasceu de uma cesárea agendada para antes das 40 semanas, nasceu forte, APGAR perfeito, eu fiquei muito bem. O meu único cuidado da gravidez, fazer hidroginástica, me ajudou a não engordar muito e a não ter retenção de líquidos, sai do hospital para casa sem dores, andando normalmente e três dias depois já agachava para pegar gata carente no colo.

Minha companhia de gravidez havia sido o livro O Que Esperar Quando Se Está Esperando e, olha, ele é bom no que promete: a cada semana eu identificava em mim o que ele dizia que aconteceria, com exceção para a asia que não tive e meu enjoo que foi além do primeiro trimestre, ele acertou tudo, dos chutes do bebê as hemorroidas.

Em casa Carol foi para o berço, não porque eu ache errado colocar o bebê no quarto dos pais ou algo assim, mas porque o quarto dela é de frente para o meu e não me dava trabalho algum atravessar o corredor mínimo quando ela chorava.

Tanto que quando o berço virou cama e ela aprendeu a andar, nunca esquentamos quando ela se achegava para dormir conosco. O que faz até hoje, só que hoje a cama não dá conta de todo mundo e quando ela chega alguém tem de sair – todo mundo significa: eu, Tequila, Jujuba, marido, Provolone e Carol.

Então, as coisas nesses tempos eram mais simples. Uma prova que nem sempre informação a vontade é positivo, principalmente quando as pessoas resolvem assumir suas verdades como verdades de todos.

O Rod Gordon, inclusive, escreveu uma crônica bem interessante sobre a defesa ferrenha de suas verdade.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

Deixe uma resposta