Você é o que você veste

Ou deveria ser. Mas não da maneira que você está pensando.

09-24-14-shs-Linda-Rodin-1

“Sure, you can be concerned about how you look but if it doesn’t feel true to you, discard it. Nothing Linda wears seems to be dictated by anything other than her personal preferences.”

“Claro, você pode se preocupar como você parece mas se não parece verdadeiro para você, descarte. Nada que Linda veste parece ditado por nada além de suas preferências pessoais.”

Eu penso nisso toda vez que alguém  me indica uma imagem que fez com que ele/ela lembrasse de mim ou quando uma amiga querida fala que me encontrou no aeroporto porque procurou por uma bolsa vermelha de corações.

Vestidos estilo anos 50/60, lenços de cabelo, poás, colares coloridos, sapatilhas vermelhas. Não é difícil pensar em coisas que as pessoas facilmente associam a mim porque elas estão presentes no meu guarda-roupa de maneira consistente.

Assim como rolam indicações das recentes reportagens que falam de mulheres que assumiram seus cabelos brancos.

Quando eu junto tudo isso eu confesso: sinto-me orgulhosa. Orgulhosa porque eu me olho no espelho e vejo quem eu sou e é isso que as pessoas também veem.

Do outro lado eu confesso que não faço ideia do que a moda atual anda ditando e que por vezes tenho dúvidas se o que eu uso está “adequado” para a minha nova faixa etária – diz ela aos 38, quando está prestes a pular para a seguinte.

Na última vez em que prestei atenção a isso eu lembro que as meninas da mesma idade usavam calças capri com salto alto e twin-sets de linha e tinham cabelos lisos e loiros. A maior parte delas, pelo menos.

Eu me sentia um tanto inadequada buscando por sapatilhas enquanto as vitrines das lojas estavam cheias de sapatos e sandálias de salto annabela – sim, imagine um tempo em que achar uma sapatilha bonitinha exigia vasculhar muitas lojas e rezar um pouco pedindo por ajuda –, com cabelos encaracolados escovados com boas horas no cabeleireiro e odiando de morte os saltos dos meus sapatos de trabalho, mesmo quando eram do modelo boneca, única forma de eu colocar um tanto de identidade naqueles sapatos pretos.

Com o tempo a inadequação deu lugar a um sentimento de conforto com a própria pele e o olhar começou a encontrar nas ruas pessoas que também me transmitiam isso e que me faziam sorrir.

Então, quando eu encontrei Linda Rodin, me vi anos a frente e, ahhhh, que sensação boa foi essa.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

1 comentário


  1. Confesso que já tentei me antenar nesse negócio de o-que-está-usando, mas desisti logo… Se por acaso a estação traz alguma “tendência” que casa com o que visto normalmente, ótimo, aproveito. Senão, não ligo. E assim a gente consegue manter um guarda-roupas personalizado e as peças combinam entre si, né? 🙂

    Responder

Deixe uma resposta