E era tudo outra coisa

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Ao que parece o calor chegou de verdade agora. Sim, eu sou dessas que adora o calor, mesmo a gente praticamente derretendo em praça pública e eu perdendo o pique de andar tanto quanto gostaria. Mesmo começando o período de briga aqui em casa: eu prefiro a janela aberta, mesmo que tenha claridade, o marido prefere o ventilador a toda, mesmo tendo barulho. No final a gente não dorme direito até que o sono finalmente seja grande demais para ligar para detalhes. Mas eu continuo adorando o verão.

E aí que todo mundo falou do Lulu e o Tubby durante semanas. Eu li um texto que achei legal sobre o assunto – esse aqui – e todo o resto tinha algum viés com o qual não concordava muito. No final das contas, versão feminina ou masculina, eu acho uma tremenda besteira um aplicativo desse, mas acho ainda mais besteira a gente se preocupar tanto com isso. Ou melhor, acho besteira a gente se preocupar tanto com isso e tão pouco com outras coisas.

Uma amiga querida falou que o lado bom de tudo isso é que ela deu uma geral em tudo que ela compartilha na rede, nos amigos que mantém no Facebook, e com certeza mudou seu comportamento – eu queria passar o link para a postagem, mas o Facebook dela é bem restrito, direitinho como deve ser – e eu acho que esta é a maior questão: a gente precisa se preocupar com quem a gente trás pra nossa vida sempre, não só porque alguém pode usar o que falamos contra a gente.

Ter no Facebook quem é amigo de verdade, ao invés de uma lista enorme de desconhecidos só para dizer que tem muitos. Compartilhar aquilo com que concordamos, de preferência depois de ter verificado se é verdade e se não vai prejudicar ninguém, ao invés de compartilhar bobeira apenas para dar ibope. Na verdade a gente precisa repensar comportamentos que já eram péssimos fora da internet – quem lembra do caso da escola carioca acusada de abuso? um dia descobriram que era tudo mentira, mas a vida da família proprietária do local nunca voltou ao eixo e eu duvido que alguém que fez piquete acusando-os tenha voltado lá para pedir desculpas – porque na rede eles ganham efeito multiplicado.

A gente precisa ser mais tolerante, menos cheio de razão, mais acolhedor, menos sacana. E a gente precisa, de verdade, parar para pensar no que está fazendo.

Teve gente mudando de sexo no Facebook para ficar de fora dos tais aplicativos, teve gente se descadastrando do Tubby antes mesmo dele existir, para descobrir depois que, vejam só, ele não existe mesmo. Ele fazia parte de uma campanha contra a objetificação das pessoas! Eu só posso dar parabéns aos envolvidos, porque eles movimentaram muita gente e, quem sabe, agora essas pessoas realmente mudem de atitude depois de terem sido alvos do Lulu ou terem caído na história do Tubby.

Porque eu vi muita gente achando que o Lulu não tinha nada demais, mas depois quando o Tubby apareceu acharam abuso. E vi gente que reclamou do Lulu, depois rindo e achando que o Tubby tinha mais que vir ao ar mesmo. Sabe o que isso mostra? Egoísmo. Dificuldade de enxergar o outro. Porque para não ligar para nenhum dos dois porque nem se imagina baixando um aplicativo desse ou falar que qualquer uma das duas versões está errada porque respeito bom é aquele que tem duas vias você precisa se colocar no lugar do outro.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

2 Comentários


  1. Bem, a “pegada” do tubby era muito, muito mais pesada que a do Lulu. Basta ver as tags pra sacar isso. Era sexista, machista pra caramba. E nem a pau eu compro essa versão de que “ah, era brinks”.

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    1. Eu continuo achando os dois péssimos, mas eu acho péssimo mesmo a ideia de julgar os outros e de a gente se preocupar tanto com iss..

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