Esquerda, direita ou nem tanto?

Você acordou meio confuso com tudo que está acontecendo no país? Era contra as manifestações e agora nem tanto? Era a favor das manifestações e agora acha que o povo se perdeu? Calma, você não é o único e isso nem é ruim, afinal significa que todos estamos pensando em política de uma forma que há muito não se fazia neste país e todos, sem exceção, estamos loucos para descobrir o que vem depois.

Todo dia agora tem manifestação em várias cidades. Tem gente comemorando a baixa no valor das passagens em alguns, gente ainda lutando pela diminuição em outros. Tem gente querendo aproveitar a força popular e colocar o bloco na rua contra corrupção, PEC 37, segurança, educação, fora Dilma, fora Alckmin… Ops, como assim fora presidente e governador? Heim, tem gente pedindo a volta da ditadura?

Lembram que eu falei que a democracia adormeceu cedo demais por aqui? Então é isso, realmente estamos todos acordando e tentando decidir no que acreditar, no que apostar, no que defender. A grande verdade é que a gente acordou e descobriu que não tem quem nos represente, apesar de ficarmos apertando o botão verde da urna quase todo ano. Eu não consigo apontar entre os políticos de hoje alguém que realmente fale por mim, você consegue?

Boa parte do povo que está na rua também não e por isso eles fazem questão de dizer que o movimento atual é apartidário. Ou seja, não tem partido, mas isso não significa que seja apolítico. Sabe a diferença? Então senta que lá vem o vídeo:

Quem diria que eu ia gostar de um vídeo do PC Siqueira 

É claro que estamos falando aí em cima de extremos, ou seja, entre uma pessoa totalmente de direita e outra totalmente de esquerda existem mil e uma variações em função do que cada um acredita e defende. Eu estou mais a esquerda, sou a favor do livre mercado, mas também defendo que todos na sociedade tem direito a saúde, educação e segurança de qualidade. Eu não me importaria de forma alguma de pagar impostos como os que pago se eu soubesse que eles seriam direcionados para estes serviços. O problema é que não vão, eu adoraria colocar minha filha em uma escola pública e não ter de gastar com um plano  de saúde e imagino que vocês também.

E é por isso que essa manifestação vai ter gente de todo tipo, porque no modelo atual todo mundo está perdendo, todo mundo está vendo que as coisas não estão melhorando, pelo contrário. A classe média, muito apontada como vilã em qualquer discurso, perdeu. A classe mais baixa, que conseguiu alguma inclusão, também está perdendo o pouco que conseguiu.

Como Boechat bem falou nesta manhã de sexta-feira: é muita energia solta ao mesmo tempo e deixa ela circular!

Por mais que a coisa pareça um tanto sem sentido agora o importante mesmo é que todos estão se fazendo ouvir e, eu sempre na torcida, querendo um país melhor, pouco importa se a esquerda, a direita ou nem tanto. Mas não se enganem: sim as manifestações tem cunho político e, como eu já escrevi no meu outro post, eu espero que mudem “tudo isso que está aí” e traga novos rostos para os partidos.

Quem sabe assim eu consigo encontrar alguém que me represente.

Então tenha calma, continue recebendo informações, discuta, converse, aprenda, ensine. Ali a diante tem um país melhor por causa disso.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

4 Comentários


  1. Texto bem reflexivo… interessante suas ponderações. Não estou ativista nas manifestações, mas concordo com a parte da mudança, e tomara mesmo que depois de toda essa energia acumulada espalhada, venha realmente os frutos saudáveis para o nosso país!

    Beijinhos
    Karin

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    1. Eu assumo que sou mais ativista de sofá mesmo, talvez seja juízo demais ou coragem de menos, ou simplesmente o fato de ter uma filha pequena, mas apoio muito o pessoal que está tomando as ruas, só o fato de estarmos falando tanto de política já é um enorme passo pra mudar, né? Beijos

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