Livro: A culpa é das estrelas

livro a culpa é das estrelas john greenEssa é a maior ilusão que criamos ao longo da vida: um dia, quando formos adultos, as coisas farão sentido e será fácil acreditar em algo de todo o coração.

Só que não é bem assim e de novo eu me pego encontrando num livro para adolescentes – ou jovens adultos – um apanhado de frases que parecem falar diretamente ao meu coração.

E, não bastasse isso, o livro é lindo. De uma delicadeza ímpar.

Não, eu não conhecia John Green, seu livro estava ali a minha espera em um canto da livraria, provavelmente em destaque porque outras pessoas já haviam descoberto que ali se escondia ouro. Se escondia um livro que se torna um velho amigo – como em uma indireta do bem no Facebook que fez com que uma querida amiga lembrasse de mim.

Sinopse

Hazel é uma paciente terminal. Ainda que, por um milagre da medicina, seu tumor tenha encolhido bastante – o que lhe dá a promessa de viver mais alguns anos -, o último capítulo de sua história foi escrito no momento do diagnóstico. Mas em todo bom enredo há uma reviravolta, e a de Hazel se chama Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas.

“Um pequeno infinito”, acho que esse é um dos meus trechos preferidos do livro, quando Augustus e Hazel percebem que o infinito contido em cada coisa, em cada vida, é tão diferente quanto o número de números que existem entre o 0 e o 1.

Não sou formada em matemática, mas sei de uma coisa: existe uma quantidade infinita de números entre o 0 e o 1. Tem o 0,1 e o 0,12 e o 0,112 e uma infinidade de outros. Obviamente, existe um conjunto ainda maior entre o 0 e o 2 ou entre o 0 e o 1 milhão. Alguns infinitos são maiores que outros. Um escritor de quem costumávamos gostar nos ensinou isso. Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. queria mais números do que provavelmente vou ter e, por Deus, queria mais números para o Augustus Waters… Mas, Gus, meu amor, você não imagina o tamanho da minha gratidão peço nosso pequeno infinito. Eu não o trocaria por nada nesse mundo. Você me deu uma eternidade dentro dos nossos dias numerados e sou muito grata por isso.”

A Culpa é das Estrelas é um livro que nos faz chorar, várias vezes, e que, em nos fazendo chorar, nos faz perceber o tanto de vida que está contido em um único instante, nos faz perceber que cabe a nós correr atrás do que realmente nos importa, nem que isso seja saber o destino dos personagens fictícios de um livro.

Porque neste livro temos um livro dentro de um livro: o livro preferido de Hazel será o início da linda dela e Augustus e por causa dele os dois deixam um pouco de lado sua vida de luta diária contra o câncer, sua sobrevivência, para correr atrás de um algo mais, aquele algo que realmente nos move.

E esse algo é o que tem significado para o mundo, mesmo que ninguém mais no mundo além de nossos amigos próximos e familiares fiquem sabendo disso.

P.S. Aproveita e lê essa resenha aqui do livro que está bem boa.

P.S. do P.S. Tenho vários outros trechos favoritos no livro, principalmente relacionados a Hazel e seus pais. Óh Deus, me dê a chance de ter um tanto dessa sabedoria!!! Eu faria um texto enorme se citasse todos eles e, muito provavelmente, acabaria com a expectativa de quem ainda não leu porque os mais mais são do final do livro. Mas depois que você ler – diga que vai! – você pode vir aqui e me dizer o quão especiais eles são.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

3 Comentários



  1. Si, li o livro depois deste seu post. E a caixa de lenços foi companheira no último terço da leitura. Um livro sensível ,tocante, com lições e mais lições em várias páginas. Amei. Obrigada mais uma vez pela dica! Beijo.

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