Glee: Michael (03×11)

Eu não tenho falado mais de Glee porque quem gosta de sofrimento é masoquista e ninguém merece me ver só falando mal da série, porque eu não andava nem conseguindo fazer graça nos textos, só porque eu perdi a paixão.

Mas eu não deixei de assistir Glee porque padeço daquele mal do desapego que já dividi com vocês e que minha terapeuta não conseguiu curar ainda – na verdade eu assisto a mais ou menos 50 séries, mas não dá para escrever de todas porque preciso trabalhar para pagar as contas, imaginem.

Pois bem, depois de uma primeira temporada que surpreendeu a todos, a segunda foi caindo, caindo caindo e a terceira foi um desastre atrás do outro, histórias esvaziadas, tramas sem graça, furos de roteiro. A principal diferença entre segunda e terceira temporada é que, nessa, nem os números musicais estavam se salvando.

Então Glee, junto com House, virou a série que eu assisto enquanto eu faço qualquer outra coisa.

Mas aí eles resolveram fazer um episódio homenagem à nada mais nada menos que Michael Jackson!! #TODOSCOMEMORA

Quem é mais jovem pode não entender, mas Michael revolucionou a forma como a música “acontecia” na vida da gente. Ele e Madonna, quando a MTV nem existia ainda, criaram a linguagem do vídeo-clipe, eles fizeram com que a gente parasse na frente da televisão para ver música e isso era diferente de tudo que existia até ali.

Ele faturou sozinho 8 Grammys em apenas um ano – e vocês achando que a Adele estava contudo né?

A despeito de suas manias e esquisitices, Michael era talentoso demais e isso aparecia desde muito pequeno: vê-lo nos Jackson Five, ouvi-lo em suas músicas mais inspiradas, ver sua dança, tudo isso faz com que a gente testemunhe esse talento.

E Michael, o episódio homenagem de Glee, mostrou que a produção reconhece isso. Eu não sei como foi para quem não conheceu Michael “ao vivo” e não como a história de alguém que teve sucesso e ficou muito estranho, mas para mim foi muito bom ter a oportunidade de ver esses meninos e meninas (nem tão meninos, eu sei) reinterpretando suas músicas, mesmo Scream, nem tao conhecida assim.

E a maior quantidade de números musicais, nove se não estou enganada, ajudou a que as histórias não me irritassem tanto (maldade, eu sei).

Minha interpretação favorita (de novo: gostei de todas, sem exceção), foi a dada para Black Or White, que teve direito até a “trucagem” com as imagens do pessoal do New Directions:

Black Or White, o original, já tem mais de 20 anos e foi considerado revolucionário quando de seu lançamento. Lembro que durante uma semana inteira só se falava da estreia dele na TV, que aqui no Brasil se deu em uma exibição do Fantástico, família toda reunida em volta da televisão num domingo a noite.

O clipe todo, com historinha no começo e Michael dançando sem som ao final enquanto quebra vidros com mensagens preconceituosas em carros e vitrines, tem mais de 10 minutos e pode ser encontrado no YouTube, mas não permite a incorporação. Então deixo a versão mais curta, apenas para que quem não conhece possa comparar (alguém não conhece?).

Não sei se sou só eu, mas rola uma tristeza em saber que há 20 anos atrás Michael lançava essa mensagem contra o racismo e ela ainda não tenha convencido todo mundo.

P.S. Olha, nem adianta me xingar, heim! Tem um monte de blog que ainda consegue elogiar a série, então me deixem aqui com a minha opinião e me respeitem.

P.S. do P.S. Carol ainda não conhecia este clipe. Ela ouve bastante Michael Jackson e já havia visto os clipes de Bad e Thriller, o segundo valeu pesadelos por uns dias, e também algumas performances dele no Jackson Five. Seu comentário ao ver: “mas mãe, parece outra pessoa cantando!”

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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