Livros: A Mulher do Viajante do Tempo

Sinopse

Quando se conhecem, Henry tem 28 anos e Clare, vinte. Ele é um moderno bibliotecário; ela, uma linda estudante de arte. Os dois se apaixonam, se casam e passam a perseguir os objetivos comuns à maioria dos casais – filhos, bons amigos, um trabalho gratificante. Mas o seu casamento nunca poderá ser normal. Henry sofre de um distúrbio genético raro e de tempos em tempos, seu relógio biológico dá uma guinada para frente ou para trás, e ele então é capaz de viajar no tempo, levado a momentos emocionalmente importantes de sua vida, no passado ou no futuro. Os deslocamentos são imprevisíveis e Henry é incapaz de controlá-los. A cada viagem, ele tem uma idade diferente e precisa se readaptar mais uma vez à própria vida. E Clare, para quem o tempo passa normalmente, tem de aprender a conviver com a ausência de Henry e com o caráter inusitado de sua relação.

A Mulher da Viajante do Tempo foi mais um desses livros que eu corri para comprar depois de ter lido um texto muito inspirado, e apaixonado, falando sobre sua história. Engraçado é que ele já constava da lista de “livros do desejo” há muito tempo, mas sempre ficava pra trás na hora da compra – normalmente porque um novo desejo aparece na ilha central da livraria, com vocês também é assim?

É claro que ter encontrado a versão de bolso dele me encorajou ainda mais, ainda que com preço acima da média, então foi pra ele que eu parti quando terminei A Guardiã de Minha Irmã, tendo sido o penúltimo livro que li em 2011, ano em que consegui retomar o ritmo de um por semana.

“Minha vida é um longo déjà vu.”

Esta é uma declaração de Henry DeTamble que cabe muito bem para explicar como é sua vida: por conta de uma modificação genética ele se torna um viajante no tempo. O que, a primeira vista, pode parecer maravilhoso carrega sua carga de problemas: ele nunca pode levar nada consigo em suas viagens, então surge nú e sem dinheiro em seu novo tempo/espaço em todas as viagens; ele não consegue controlar quando vai viajar no tempo, nem quando vai voltar, apesar de, com o tempo, ele conseguir identificar os sinais de quando isso acontecerá; ele acaba revivendo tristes momentos repetidas vezes, algumas delas por escolha, outras quando não quer; e ele sabe mais sobre o futuro do que seria mentalmente saudável a alguém saber.

Mas tudo isso é só um detalhe, já que o diferencial do livro, que nos chama a atenção, é o outro lado dessa história, contada por Clare, que conhece Henry ainda menina e é logo informada de que um dia casará com ele. Imaginem o que é a espera até o dia em que ela poderá encontrar REALMENTE Henry, o Henry do tempo presente, aquele que é apenas um pouco mais velho que ela.

Parte da história do livro é esta espera, com Clare vivendo sua vida e recebendo visitas esporádicas de um Henry em diferentes idades, parte dela é sua vida após o verdadeiro encontro, quando ela e Henry realmente passam a conviver e ela passa a ser a mulher que espera enquanto ele faz suas visitas ao passado e ao futuro.

Entre idas e vindas no tempo a autora encontra uma forma interessante de nos situar na história: a cada capítulo é anotado, além da data em que o que será contado se passará, a idade dos dois personagens principais (isso quando não temos mais de um Henry em cena), e a estratégia funciona que é uma beleza.

Então vejam bem: é um romance que foge do comum, com direito a tratamento sério sobre viagens no tempo (implicações, porque não mudar o futuro, as complicações, o quanto se pode saber sem que isso afete sua vida e a das pessoas que você ama) e com protagonistas interessantes. Resultado: uma delícia de ser lido.

Em momento algum tem cara de livro de estréia, quanto mais eu poderia imaginar que a autora teve dificuldades para encontrar um agente literário disposto a trabalhar com ela.

Como eu disse, a versão de bolso de A Mulher do Viajante no Tempo custa um pouco mais caro do que as edições de bolso que estou acostumada a comprar, mas vale o investimento. Ela está esgotada no Submarino e Saraiva, mas disponível na Livraria Cultura.

P.S. O livro virou filme e ganhou o terrível nome Te Amarei Para Sempre aqui deste lado do Equador. Confesso que os textos sobre o filme não me animaram muito não a assistir…

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

2 Comentários


  1. O filme não é ruim, Si, só não é tão bom quanto o livro. Ele é mais linear (acho que confundiria um pouco se fosse contado da mesma forma temporal que o livro) e algumas emoções estão trocadas (mas talvez isso seja devido a interpretação de quem roteirizou ser diferente da minha ao ler o livro), mas não é um desperdício de tempo.
    Agora, o livro é fantástico. Uma pena que seja tão caro. Quando eu comprei estava um absurdo e mesmo após um bom tempo continua absurdamente caro. Mas vale a pena, foi um dinheiro bem gasto e não me arrependo nem um pouquinho por ter feito a loucura de entrar na livraria e comprar um livro só por ter gostado do título, sem ter a menor ideia do que se tratava.

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  2. eu adorei isto muito legal mesmo eu queria ler a verdadeira historia.beijjjjjjjjoooooooooosssssss eu aaaaaaaaaaaaaaaa ddddddddddd oooooooooooooooooooooooo rrrrrrrrrroooooooooooooo

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