Livro: Um Dia

Todos estão falando dele. E com razão: Um Dia é desses livros que conquistam a todos, independentemente de suas preferências literárias.

Eu confesso que o comprei apenas para garantir a capa – vocês também ficam tristes quando mudam a capa do livro porque ele virou filme e eles resolvem estampar os protagonistas no livro? – e ele ia para a pilha do criado mudo esperando por sua vez, mas eu tinha ficado tão frustrada com A Linguagem das Emoções que eu estava precisando de um livro que me prendesse do começo ao fim e, ao que parecia, Um Dia era esse livro.

Então venho eu aqui dizer a vocês que ele é mesmo: o livro conta a história de duas pessoas, Emma e Dexter, ao longo de 20 anos, usando para isso apenas um dia de cada ano, o mesmo do dia do ano em que os dois se “conheceram” – as aspas são porque eles já se conheciam, tinham se visto, estavam na mesma universidade, mas foi num 15 de julho que eles realmente se conheceram, deu para entender? – e que eles voltam a compartilhar outras vezes.

A história do 3º livro de David Nichols é simples, os personagens, principalmente Emma, são cativantes e não existe uma chance sequer de você não querer saber como a história acaba. Até lá, você vai rir um pouco e chorar outro tanto, daquele jeito que só boas histórias são capazes.

Eu li em apenas cinco dias, sendo que no último dia eu ainda tinha um bom pedaço pela frente, mas simplesmente não conseguia largar, madrugada a dentro eu fui até a última palavra. Ao final, Nichols nos conta pequenos detalhes que desconhecíamos da história original, voltando ao primeiro 15 de Julho e o dia seguinte.

No cinema a britânica Emma será vivida por Anne Hathaway, motivo de reclamações semelhantes ao filme baseado em O Diário de Bridget Jones e a escolha de Catherine Zellweger, e por conta disso era seu rosto delicado que eu imaginava ao ler a história.

Um rosto que combina bem com a pessoa que Emma é, daquelas cuja força às vezes passa imperceptível. Já Dexter… Dexter pode se parecer com alguns amigos queridos que encontramos ao longo da vida que simplesmente se perdem por não reconhecer em si um talento natural ou por não se acharem merecedores da felicidade, mesmo tendo uma imagem de segurança.

Um Dia não é um livro inteiramente triste ou feliz, porque a vida da gente não é. Na verdade, assim como na vida real, percebemos que trilhamos um caminho bastante incerto, fazendo escolhas às vezes contraditórias e ao mesmo tempo lógicas.

Um Dia tem o mérito de mostrar a vida como ela é com o charme que nem sempre conseguimos ver.

*****

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Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

7 Comentários


  1. Acabei de ler o livro ontem, levei três dias e acho que foi meu recorde rs, mas não paro de pensar em Dexter e Emma. O livro me deixou sem palavras e provocou em mim vários sentimentos. Ao mesmo tempo que amei o Dexter, queria socá-lo. E eu tenho um pouco da Emma, aliás, muito, então me apaixonei por ela. Mas eu senti que o final deixou a desejar. Quando acabei fiquei me perguntando: “tem mais?” Eu não sei o que, mas faltou alguma coisa.

    Vou ficar pensando nesse livro muitos dias ainda.

    ***

    No livro há uma referência à O Morro dos Ventos Uivantes. Eu li esse livro uma vez aos trancos e barrancos, achei muito chato, extremamente chato, e confesso que não vejo nada de bom a não ser a famosa frase “não posso viver sem minha alma” citada por todos os filmes e livros hoje em dia. To chegando a conclusão que eu não entendi o livro……vou tentar mais uma vez pra ver porque as pessoas o acham tão especial.

    Bjs

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    1. Lara, eu ODEIO Morro dos Ventos Uivantes, risos. Então acho que não entendi também 😛

      Eu não gostei de Dexter, eu simplesmente não conseguia entender porque Emma não achava outra pessoa, ela merecia tanto mais. Mas triste mesmo é ela ter conseguido o que sonhava e nem poder aproveitar… Ai,ai, lá vou eu chorar de novo…

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      1. Me incomodava muito a bebedeira dele e o uso de drogas, eu achava aquilo muito distante da minha realidade ou da realidade que conheço. Mas sei que na Inglaterra os jovens, principalmente naquela época, bebiam e usavam nessa quantidade, nessa qualidade do livro.

        Mas eu amei o Dexter. E eu amava a relação dos dois. Era até uma atração inexplicável, algo trazia o Dexter para a Emma de uma forma que não dava pra evitar. Mas sim, foi triste ela não poder aproveitar o que esperou vinte anos pra viver.

        Eu acho que só faltou o Dexter admitir isso. Reconhecer que ele perdeu tempo aproveitando a vida, enquanto a sua grande amiga estava ali ao seu lado, né?

        Você sabe que eu não chorei quando li? Eu senti uma pontada no peito e foi como um puxão de orelha, mas não chorei. E olha que eu choro com comercial de margarina, hein? Não sei bem explicar. Acho que mais pra frente vou ler novamente. Sem dúvida me tocou bastante.

        Bjs.

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  2. Eu também li em apenas 5 dias foi o meu record, não imaginava que esse livro iria ser tão bom, eu simplesmente amei de verdade, vou até ler de novo!

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  3. gente, vocês podem me dizer qual é a frase da capa de trás do livro? brigada desde já :)))

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  4. Acabei de ler o livro ontem. E, simplesmente AMEI!!! A princípio, fiquei desconfiada porque é um gênero que não tem muito a ver comigo. Prefiro algo com um maior teor de suspense, com um final inesperado…
    Mas, acabei adorando porque a história é muito bem contada e também porque pude perceber o quanto inesperada é a vida. O quanto ela é surpreendente. E para isso, não precisa ocorrer nada tão apoteótico.
    Claro que também há uma grande identificação com os persnagens e suas incertezas inerentes a qualquer ser, principalmente na faixa dos vinte poucos anos.
    Bem, restarão muitas reflexões sobre o livro por alguns dias… até o próximo livro bom que terei a sorte de ler!

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