Por Uma Infância Sem Racismo: Juntos Somos Ótimos

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O título deste post foi retirado de um livro que tem sido tema de trabalho da turma de escola da Carol. Assim como na história do livro, a classe de minha filha tem crianças de vários tipos: crianças de várias idades, uma menina com síndrome de Down, uma menina com nanismo, decendentes de asiáticos, negros e loiros.

E o livro fala do quanto isso é positivo, de como as diferenças são importantes para crescermos, para aprendemos, para sermos melhores. Para sermos ótimos.

Fui imediatamente remetida para esse livro ao ler no blog Desabafo de Mãe um texto de Célia Santos falando sobre uma campanha da UNICEF contra o racismo. No texto, Célia fala sobre viver numa sociedade que não assume seus preconceitos e da dificuldade de ensinar a nossos filhos sobre isso, até pela falta de convivência com o diferente.

Tentei então rememorar ocasiões em que eu tenha tentado ensinar para a Carol sobre não ter preconceito e realmente essas ocasiões são raras. Mas, pensando melhor, a resposta vem fácil: são em nossas atitudes que nossos filhos podem ver que não “criamos diferenças”.

Meus pais nunca sentaram comigo para falar se era certo ou errado ter preconceito. Na verdade, eles não tinham e pronto. Então, ao crescer, eu aprendi que não era uma questão de certo ou errado, é a questão de que a diferença não existe. Raça? Somos todos humanos.

Mas tem algo importante a ser ensinado: se não existe a diferença, o racismo e o preconceito são errados, muito errados. E é importante que nossas crianças saibam reagir a isto, saibam ver quando um amigo está sofrendo preconceito, quando eles estão sofrendo preconceito e saibam reagir: seja procurando por alguém que os ajude, seja ajudando seu amigo a não ficar triste e a não se sentir menos por conta do que outra pessoa possa falar ou fazer.

E hoje, último dia da Semana de Solidariedade Com Os Povos Em Luta Contra o Racismo, tire cinco minutinhos e pense no que você tem feito contra o preconceito. Se for pai ou mãe, pense de que forma você está apresentando o mundo para o seu pequeno de maneira que ele não crie preconceitos.

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Juntos Somos Ótimos

O livro infantil, que está esgotado em quase todas as livraris, conta as aventuras e desafios de uma inclusiva, na qual as crianças se divertem e se ajudam mutuamente.

Max tem síndrome de Down, Bianca usa cadeira de rodas… Uma história sensível que mostra explicitamente como as crianças aprendem convivendo umas com as outras.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

4 Comentários


  1. Oi, Simone;

    Converso muito com as meninas sobre isso, principalmente porque a professora adorada das meninas é negra, e sofre vez ou outra com o racismo de mães que comentam que “tinha que ser preta” a professora que botou o filhote delas de castigo… Catatau pegou então o hábito de dizer que a professora era “morena”, porque viu que dizer “negra” era ofensivo e que magoaria a profa. Ela chorou muito quando eu disse que a mestra era negra: “Não, mãe, não fala isso! Ela vai ficar muito triste com você!” E eu explicando que a professora tinha muito, MUITO orgulho de ser negra. Enfim ela aceitou, mas ainda se sente pisando em ovos com o assunto.

    No Natal dei à Zé Colméia a barbie negra mais linda que eu já vi, da coleção Black Label (você conhece?). Parece uma princesa núbia. Absolutamente de tirar o fôlego. E ela anda com aquela boneca pra cima e para baixo.

    Mas é complicado (complicado não é a palavra certa; na cabeça delas racismo é quase surreal) explicar, porque elas jamais se deram conta que na sala delas há um único garoto negro – que é de Angola. Elas começaram a perceber, aos poucos, que sempre vêem a criançada na entrada daquele colégio público – e os alunos são quase todos negros. Que os bandidos nas novelas são negros, assim como as empregadas e os motoristas. O porquê do salseiro com a Thais Araújo na novela.

    Eu tenho diversos livros falando desse tema – e acho muito legal a campanha “Onde você guarda o seu racismo” (está no Youtube): não guarde, jogue fora.
    Bjs

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