Livro: Destrinchando

Julie&Julia foi uma daquelas grandes surpresas da vida: tanto o filme como o livro são carregados de magia, são envolventes. Você assiste ou lê e sente uma vontade imensa de sair cozinhando loucamente todas as noites.

Eu, que nunca tinha ouvido falar de Julia Childs virei fã da senhora que só gostava de uma coisa mais que de cozinhar: de comer.

E é evidente que eu comprei Destrinchando esperando por um outro Julie&Julia, dificilmente qualquer uma de nós faria o mesmo. Mas os dois são imensamente diferentes – sim, ainda temos receitas, ainda falamos de comida e de cozinhas, mas o foco é Julie, sua vida, suas dúvidas, suas dificuldades.

A história contada começa logo após Julie ter tido sua vida revirada por conta do blog que virou livro que virou filme.

Ela resolve então que vai se tornar aprendiz de açougueiro. Mais que a vontade de aprender algo novo, Julie se vê impulsionada para fazer algo diferente porque está frustrada: o casamento perfeito do primeiro livro caiu na rotina sem paixão e ela não sabe ao certo o que quer.

Ela nos conta sobre o aprendizado, conta detalhes de sua crise no casamento e de como reencontrou uma velha paixão e acabou com um amante. Ela conta de forma muito sincera seus sentimentos e frustrações. Se o livro tem um trunfo é o fato de que ela é muito sincera, mesmo sabendo que poderia ser julgada por conta disso.

Algumas das coisas que ela conta são tristes de verdade e você fica imaginando o quanto as pessoas que viveram aquilo sofreram e da coragem que tiveram em deixar sua história ser contada.

Apesar de tudo isso, Destrinchando não é um livro depressivo. Ele conta uma história, que muitas vezes nos faz pensar em nossa própria história, em nossas buscas, em nossos vazios. A parte final do livro passa voando de tanto que te envolve.

Ahh, duas coisas que ficam após o livro terminado:

a) Vontade de comer fígado: jamais pensei que diria isso. A primeira receita do livro é de fígado e, cara, Julie dá uma descrição do prato e da sensação de saboreá-lo que, não fosse o fato do meu marido não deixar esse item entrar em casa, eu já teria feito só para matar a vontade.

b) Enquanto um monte de gente fala que as mensagens de texto acabaram com nossa capacidade de ter uma comunicação agradável, Julie, como eu, prefere as mensagens: “Por que gaguejar em um fone, quando posso compor cuidadosamente uma mensagem inteligente e caprichada?”

c) Além de Buffy, agora são várias as citações de Veronica Mars. Julie se revela uma fã bastante obstinada.

Ficou curiosa? O livro está em promoção no Submarino.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

2 Comentários


  1. Aiai, adorei o filme e não li o livro, já vi que tenho dois na lista para ler 🙂
    O duro é q já sei q vou engordar com a leitura rsrs ah, e eu adoro fígado!!
    bjs

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