Means And Ends…

O nome deste post foi roubado de um episódio desta temporada de Medium. Eu não só adorei o episódio como gostei demais de seu nome, cheio de significados para aquela história e para a minha história também.

A foto acima é de uma exposição montada entre o SESC Paulista e o Itaú Cultural. Eu passava embaixo dela todos os dias úteis, indo e vindo do trabalho. Naquela época eu achava “legal”, hoje eu fico pensando se esse é o único modo de uma bicicleta ficar em segurança em Sampa. Just thinking….

Sexta eu vinha de carona com o marido para o trabalho, passa por mim, ali, na Avenida Doutor Arnaldo, um rapaz de bicicleta. Ele vai e a gente fica no farol. Eu dei um sorriso para ele, ele retribuiu. Fiquei feliz por ele.

Mais a frente um carro com centenas de adesivos, sério mesmo. Todos faziam referência à opção da proprietária pelo vegetarianismo. Alguns faziam referência ao fato de que os vegetarianos vão salvar o mundo por causa de sua opção; vários atacavam quem come carne como responsável pelo apocalipse. O carro? Um desses off roads enormes que gastam galões de gasolina. Pra que coerência, não é mesmo?

Eu, que achava que estava com tudo porque consigo andar mais de 15 quilometros no Parque Villa Lobos sem esforço algum, resolvi me aventurar e comprar um frango assado no feriado de bicicleta.

Resolvi seguir a regrinha de que bicicleta é veículo e que deve seguir o sentido de cada rua dei uma volta enorme na tentativa de fugir das ladeiras mais íngremes do bairro. Para então descobrir que as pequenas também são bem difíceis quando se está pedalando.

Acabei empurrando a bike metade do caminho, suando horrores, mas fiquei toda feliz. O negócio agora é levar o treino do parque para as ruas mesmo. Quem sabe uma voltinha todo dia, para ganhar mais força.

Ah, só criei coragem de sair na rua porque finalmente achei o capacete que queria – aqueles que mais parecem naves espaciais nada tem a ver comigo – e por um precinho mais camarada do que o que eu havia pedido para um amigo trazer de fora. Detalhe: ele é um capacete para enduros… A cavalo. A Carol tirou umas fotos com ele.

Tenho usado o Yahoo! Social Bike nas minhas rotas, mas o bichinho é meio pirado. Se considerarmos a rota que ele desenho na história do frango assado, por exemplo, minha casa ficaria em outro lugar, a rotisserie idem e eu não teria voltado, ficando por lá. Ele parou de marcar justamente quando tirei a foto do franguinho na minha cestinha. Além de parar a marcação, ele também não subiu nenhuma das minhas fotos do percurso (e elas não ficam no rolo da camêra, humpf), me impedindo de mostrar para vocês as subidas que encarei.

Ele já havia falhado antes no Parque Villa Lobos mesmo: uma vez marcou mais quilômetros do que eu tinha andado, na outra comeu vários quilômetros. Por duas vezes ele simplesmente zerou a marcação de quilometragem e velocidade média após eu tirar uma foto. Em três casos as fotos foram perdidas.

O programinha, super levinho, marca a rota realizada através do GPS do aparelho, permite que você compartilhe fotos diretamente no Flickr e compartilha a rota depois no twitter. Eu vou testá-lo no meu iPod Touch 4, quem sabe os paus são porque meu iPhone, bem, já é quase um idoso.

O desenho abaixo é do Cabelo, feito em homenagem à Márcia, ciclista morta no ano passado – em janeiro de 2009 – ao ser atropelada por um ônibus em plena Avenida Paulista. Uma busca rápida na internet te leva a vários relatos, depoimentos, fotos, dos amigos e conhecidos da ciclista.

Chocante ver como a perda de uma vida pode ser tratada com tanto descaso – motoristas, mídia – e como as pessoas andam tão “ruins”. Na homenagem feita por ciclistas na semana seguinte à morte teve tanto motorista brigando, gente sendo violenta, por pouco alguém não se machucou.

Eu prefiro o sorriso que troquei com o ciclista no outro dia…

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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