Parenthood, Temporada 1

Eu tomando vergonha na cara, porque, convenhamos, esse review deveria ter saído há muito tempo atrás. O problema? Como sempre minha incapacidade de administrar a agenda de reviews quando eu me meto a baixar seriados antes de quando vou escrevê-los. Esse, na verdade, foi um dos poucos em que eu deixe-me cair em tentação: agora baixo aqueles sobre os quais sei que não escreverei. De resto espero bonitinha que nem você e só assisto na agenda da TV a cabo.

Falando desta primeira temporada a Parenthood é preciso se abrir parênteses para as frustrações que podem ter surgido: se você esperava reencontrar Lorelai Gilmore, bem, isso não aconteceu. Se você esperava encontrar mais um drama arrebatador – e muitas vezes irreal –  como nas primeiras temporadas de Brothers And Sisters, bem, também não encontrou.

Mas as nossas maiores frustrações também são a razão de nossos maiores alegrias: é muito interessante ver Lauren Graham sendo uma mãe imperfeita como Sarah é. E é muito legal encontrar uma família mais próxima de nossa realidade, cheia de pequenos dramas e com bem menos questões existenciais a serem resolvidas.

Os grandes trunfos desta primeira temporada foram: a poesia com que as questões relacionadas ao autismo do pequeno Max, principalmente no episódio do Team Braverman, em que ele faz a pergunta final e vemos pais perdidos, mas tentando fazer o melhor trabalho possível; Jabbar e Crosby, numa linda relação de pai e filho que mostra que sim, vínculos podem ser criados a qualquer momento desde que exista amor; Amber e sua revolta adolescente que mostra tão bem os dramas desses quase adultos, tudo bem que normalmente carregamos um ou dois desses dramas nessa vida, enquanto Amber carrega um monte; e a família como um todo, nos jantares no fundo da casa ou nos treinos de beisebol.

Se Lauren Grahan não tem uma personagem forte e a beira da perfeição, ela tem bastante coisa para mostrar seu trabalho como atriz: com um coração partido em tantos sentidos é difícil mesmo encontrar a felicidade, mas Sarah tenta acertar, tem fé e vontade.

O que eu talvez tenha estranhado mais foi o Zeek, o pai Braverman. Eu sou fã de Craig T. Nelson desde criança e ele sempre foi meio um herói, meio parecido com meu pai. Aqui eu me irrito com ele em mais momentos que gostaria, a ponto de torcer para que ele não reconquiste a esposa, apesar de enxergar sinceridade em sua intenção. A questão é que ele é tão imperfeito que incomoda. No final das contas, quando olho com calma, talvez ele me incomode justamente porque os heróis da vida real também são assim imperfeitos.

A trama mais fraca, ou com a qual eu menos simpatizo, é a que vemos na casa de Julia Braverman. Às vezes acho que o marido só funciona como acessório de decoração, que falta substância ao seu personagem – enquanto sobra nos demais, que já conhecemos tão bem. E não é porque ele não é um Braverman em si, porque Cristina nos reservou grandes momentos ao longo da temporada – uma de minhas personagens favoritas.

No final das contas, na avaliação cuidadosa, me apaixonei pelos Braverman ao longo do caminho, não foi questão de amor à primeira vista, e fiquei feliz de saber que teremos mais uma temporada, de saber que Sarah terá um novo amor. Fiquei até bem curiosa de saber como Zeek vai se livrar da encrenca em que se meteu. E fico imaginando o tanto de poesia que a família de Adam ainda trará para minha casa.

Fico então, revendo um episódio aqui e outro ali, esperando pelo que virá.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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