Aborto, não é uma escolha fácil, mas é uma escolha

Aborto não é assunto fácil: vejam vocês, eu estava querendo escrever este texto já tinha algumas semanas, mas você fica pensando na “pegada”. O assunto se tornou tão difícil que, não importa qual é a sua opinião sobre, sempre encontrará alguém que não concorde.

Aborto é assunto delicado: tem tanto sentimento envolvido, é perda e ganho, é escolha que não tem retorno.

Aborto é assunto presente: dificilmente você não conhece alguém que tenha feito um aborto. De um grupo de cinco grandes amigas que tive na escola e faculdade, três delas fizeram um aborto em algum momento de sua vida, por motivos tão diferentes e tão parecidos.

Aborto não pode ser assunto tabú. Porque tem gente que morre tentando um aborto da forma incorreta ou em lugares impróprios. Porque muita gente tem medo de falar que fez porque existe preconceito. Porque tem gente que não faz, com mais medo ainda.

Eu fui criada em uma família intensamente católica (espanhóis pagam até imposto para igreja, vejam vocês) e fui criada ouvindo dentro de casa ou dentro da igreja que aborto é assassinato. Mas nunca ninguém me explicou direito como fica o lado da mãe.

Sim, tem o pai, tem a família. Mas tem uma mulher ou menina que carrega por nove meses uma criança nem sempre desejada e que tem de se colocar em segundo plano, mudar seus sonhos, algumas vezes deixa até de sonhar. Pode parecer egoísmo para você, mas para mim é um egoísmo bem saudável.

São tantas as campanhas que falam sobre as mulheres que se arrependem de ter feito um aborto, nunca vi ninguém falando do outro lado da moeda: a moça, a menina, que às vezes enxerga no aborto uma escolha válida, segue depois com sua vida e nada impede que ela seja mãe novamente, e de uma forma plena e verdadeira.

Uma das amigas que citei acima é mãe de um lindo menino, as outras não tiveram filhos, uma por não ter achado a pessoa certa, a segunda porque não quer ser mãe, simples assim e certo sim para ela.

Se eu sempre achei que nasci para ser mãe, se curti até mesmo os enjôos da gravidez que me fizeram perder cinco quilos, se curti as descobertas da Carol e consigo colocar um sorriso no rosto junto das olheiras bem fornidas nestas sete anos de correria é porque essa sou eu e assim me cabe. Se a mulher não quer isso, Deus meu, ela tem todo direito de encontrar sua felicidade em outras coisas, outros projetos, não é menos mulher por isso, nem menos digna.

E se eu sempre achei que nasci para ser mãe também tem o fato de que Carol, mesmo não planejada, chegou em bom momento: eu já estava casada, tinha meu canto, tinha uma carreira, já era formada. E nada como um bebê recebido num ninho acolhedor.

Sou a favor da vida, plena de direitos e alegrias.

E sou a favor do direito de escolha para a mulher sobre o que fazer de seu corpo e em que momento. Até porque: a escolha é dela, bem como as consequências.

E, até aqui, eu só falei das mulheres que, por uma questão ou outra, escolhem o destino de uma gravidez indesejada. O que falar então da mãe que se descobre em risco de vida ou que descobre uma doença incurável. Alguém pode dizer o que se sente ao carregar uma gravidez assim até o final? As marcas que isso deixa?

E por que falar de tudo isso? Porque um projeto monstro transita sob as sombras: o Estatuto do Nascituro. Este projeto, que pode virar lei, pensem nisso, determina que a vida existe a partir do momento da concepção (ideia inteiramente ligada a questões religiosas de foro íntimo dos legisladores) e que a mulher deixa de ter o pouco direito de escolha que hoje já tem.

Para piorar um pouco mais: ele determina que pessoas a favor da escolha, como eu, não possam externalizar sua opinião (estaríamos incitando um crime). Passamos então a portar uma mordaça que limita nosso direito de expressão, ou vamos parar na cadeia.

Achou pouco? O Estatuto cria o que foi apelidado de “bolsa estupro”: a mulher grávida em consequência de um estupro não pode mais abortar e passaria a receber uma pensão do estuprador até a criança atingir a maioridade – ou seja, você é obrigada a aceitar dinheiro da pessoa que lhe violentou da pior maneira possível – e, caso ele não seja localizado, o Estado se incumbiria dessa missão.

Se você, como eu, ficou escandalizado com a hipótese de que uma lei como essa possa ser aprovada, não se faça de rogado: fale, brigue, discuta. Cobre de seu parlamentar uma posição digna. Não deixe que essa seja mais uma lei aprovada na calada da noite, não vire as costas.

Para ler mais sobre a questão eu sugiro:

Católicas Pelo Direito de Decidir: 28 de Maio, Dia de Luto: O Estatuto do Nascituro atenta contra a saúde e a dignidade das mulheres

Ladybug: Para Deputador os não-nascidos valem mais que as mulheres vivas

Livros e Afins: Estatuto do Nascituro: o estupro ético por nossos legisladores

Luluzinhacamp: Pela Dignidade da Mulher e Pelo Direito do Nascituro

Vou fazer um aborto hoje

P.S. No capítulo de ontem da novela Passione, Fátima (Bianca Bin), adolescente que engravidou de seu namorado, acaba buscando por um aborto em uma clínica clandestina e quase morre, enfrentando a realidade de muitas garotas sem opção. Ao mesmo tempo que é importante falar do assunto, é importante apresentar o assunto de forma adequada para pessoas que não conhecem todos os lados da moeda.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

35 Comentários


  1. Simone que texto lindo. Um dos mais interessante que li até agora sobre este assunto insano, reflete a minha posição sobre. Não consigo compreender por que os legisladores deste país não conhecem a dimensão laica do estado e do cargo que ocupam, insistindo em trazer para a esfera pública dogmas de suas religiões.
    Li discussões inflamadas sobre o assunto cujos interlocutores somente bradavam que a mulher tem que pensar no bem maior, e fico me indagando e não será esta mulher que decide o que é bem maior para ela? Mais uma vez querem usurpar direitos de igualdade adquiridos pelas mulheres e garantidos pela constiruição federal, revestindo a opressão de um simulacro de proteção à vida, mas me pergunto, e na vida desta mulher, a qual exigem sacrifícios inimagináveis quem pensa? Os legisladores querem cada vez mais criar mecanismos de interferência e regulação da vida privada dos cidadãos em detrimento daquilo que realmente lhes cabe, por isso não podemos nos calar e é imprescindível que estejamos sempre vigilantes e atentos ao que eles transitam nas sombras.

    estrelinhas coloridas…


    1. Mi, obrigada! Confesso que o mesmo levou bem mais tempo para ser escrito do que estou acostumada. Beijos no coração.


  2. si!!! Valeu o tempo! um dos melhores posts do ano. quanta delicadeza, clareza, doçura.
    Obrigada mesmo pelo apoio.
    beijo


  3. Adorei, Simone!! Bela história. Eu também conheço muitas pessoas que não tiveram opção mais sensata que recorrer ao aborto. Inclusive uma que, depois de ter dois filhos aos 18-19 anos, passou a fazer abortos sistematicamente, pela pobreza em que vivia. Foi a forma que ela encontrou para fazer “planejamento familiar” por ser totalmente desamparada financeira e culturalmente e pelo governo. E, claro, ela enfrentou tudo isso sozinha – apesar de ser casada até hoje com o pai de seus filhos.
    Qto à novela, a impressão que fica é que a personagem quase morre porque assim deve ser com quem tenta abortar – não uma consequência da falta de políticas públicas de saúde da mulher.


  4. Muito bem escrito o artigo. Só tem uma pequena falha, que se acaba tornando enorme. Esquece-se que quando se fala em aborto. Fala-se em extinguir uma vida como a sua ou como a minha, porque de fato ela o é. Isso está na constituição brasileira desde 1998 e qualquer aluno de 2o. grau que estudou o mínimo de biologia sabe. A partir da concepção não existe nenhuma descontinuidade no desenvolvimento do ser humano. Eu não sou menos humano hoje que serei amanha, do que fui há 10 anos e do que fui ao momento em que fui concebido.

    Desde o momento da fecundação a célula do embrião é uma célula exatamente igual a minha e a sua querida Simone. O primeiro argumento contrário a essa afirmação costuma ser que. O embrião humano não é independente. Mas também é verdade que sempre teremos algum grau de dependência do que nos é exterior.

    Interessante reler o seu texto, nele vi a seguinte frase: “nada impede que ela seja mãe novamente”

    O que me chamou atenção foi o novamente… Para uma pessoa ser mãe é preciso que exista um filho. Acaso este filho seria de que espécie?

    Chamou-me atenção a seguinte frase também: “Até por que: a escolha é dela, bem como as conseqüências.”

    Que fique claro que ainda não falei sobre estupro, nem de pessoas desinformadas. Veja bem, a conseqüência natural de um ato sexual sem proteção é a gravidez. Na sociedade de hoje, no nosso nível ficar grávida por acidente é inconseqüência e um aborto é a cereja do bolo. Imagino que você e as suas amigas que mataram seus filhos conheçam vários métodos anticoncepcionais… Desculpe a dureza, nesses casos não cabe eufemismo.

    Quanto ao estupro e as pessoas desinformadas. Eu tenho a sorte na vida de conhecer dois casos de duas mães que optaram por não fazer um aborto. A primeira, mãe adolescente analfabeta funcional, engravidou do namorado de 14 anos, pensou em abortar, não levou a frente, nasceu um menino saudável que hoje está mudando a vida da família com seu trabalho. entrou em faculdade federal de direito. O Douglas é meu conhecido.

    Outra menina, de 17 anos, estuprada, pensou em abortar. Não abortou. Nasceu o Marcos Vinicius, meu melhor amigo.

    As histórias têm muito mais detalhes. Não convém ficar aqui escrevendo todos eles. O que quero dizer é que aborto não é uma escolha não. Aborto mexe com a vida de quem não tem como se defender.


    1. Como eu disse, sou católica, jamais faria um aborto porque vai contra algo em que acredito, mas outra mulher, com outro conceito, com outra vida, outros sonhos, outra realidade, não pode ser impedida de escolher o que quer para si.

      Acho que várias coisas que colocou são validas para você e até para mim e que devem pesar em nossas escolhas e não nas de outra pessoa.


  5. Discordo completamente do seu texto.

    E eu sou praticamente um ateu, essa questão para mim nada tem a ver com religião (ainda que as religiões adorem meter o bedelho onde não lhes diz respeito, como é de praxe da parte delas). É realmente uma situação bastante delicada.

    Deixa eu propor aqui um exercício para deixar claro meu ponto de vista. Suponhamos que a nossa espécie não necessitasse de 9 meses dentro do útero da mãe para começar o seu desenvolvimento. Imagine hipoteticamente se os fetos se desenvolvessem em uma espécie de “ovo”, fora do corpo da mãe. Você tem alguma dúvida de que a humanidade encararia esse “ovo” como um novo ser e que quebrá-lo eventualmente seria considerado assassinato? Eu não tenho dúvida alguma a respeito disso.

    Acontece que a espécie humana possui esse enlace biológico. Mas isso não muda essencialmente o fator conceitual da coisa toda. Imagine agora se a tecnologia da medicina evoluísse a ponto de os médicos serem capazes de fazer um feto se desenvolver fora do corpo da mãe de maneira saudável e segura. Tem alguma dúvida que a prática do aborto seria imediatamente deixada fora de cogitação e que o feto seria valorizado como um ser vivo distinto? Quanto mais eu penso nessas hipóteses mais eu tenho a certeza de que as pessoas não tem o menor motivo plausível para não considerar o feto como um ser vivo à parte e que elas apenas pensam assim porque a existência do feto condiciona a mulher à uma situação de gravidez. E a condição biológica da situação não deveria mudar a nossa noção conceitual do que é essencialmente um feto.

    Eu posso dizer aqui que acho que a vida começa em sua concepção (não seria uma coisa óbvia? Qual sentido de chamar o evento de “concepção” se não fosse ali o início de tudo?) porque essencialmente é ali que o novo organismo adquire uma característica única que o define e difere de todo o corpo da mãe (o seu próprio código genético) e que tudo o que acontece a partir dali seja apenas seu crescimento próprio. Mas mesmo concedendo o benefício da dúvida à questão chegaremos a conclusão de que não sabemos a rigor o momento exato que a vida começa porque justamente temos uma enorme dificuldade de estabelecer o próprio conceito de “vida”. E assim sendo, estando às cegas quanto a questão do feto ser um “outro ser humano” ou não (o que para a minha visão particular é uma dúvida que não tem razão de ser) é preferível não realizar o aborto, uma vez que o risco de estar cometendo assassinato é palpável.

    Minha mãe tinha diversas razões para achar que deveria me abortar, mas ela entendeu que não cabia a ela essa decisão. Ela respeitou o meu direito à vida e sou eternamente grato a ela por isso.

    É o que eu acho sobre o tema. Envolve mais do que a mãe e seus direitos, creio. Mas não julgo quem tem opinião diferente da minha, o assunto é polêmico e o debate é sempre sadio.


    1. Felipe,

      Assim como vc considero a discussão importante, mas, antes de tudo, para mim vale a questão pessoal: como eu disse sou católica, jamais faria um aborto porque vai contra o meu conceito de vida, mas outra mulher, com outro conceito, com outra vida, outros sonhos, outra realidade, não pode ser impedida de escolher o que quer para si.


  6. Simone, mas aí é que está. A partir do momento que você considera o feto um ser distinto (e não há razão conceitual para achar o contrário), isso muda toda a questão. Ninguém tem o direito de inferir sobre o direito à vida de outra pessoa, nem mesmo uma mãe sobre o filho. Você não pode achar que matar a criança seja realmente uma solução concebível para a situação, entende? E é uma coisa deveras importante para ser relativizada dessa forma, dependendo do conceito que você use, você pode estar cometendo o maior crime possível. Isso é muito sério.


    1. Felipe,

      Mas a questão é: eu acredito nisso, mas não sei se é verdade ou não e, mais, a outra pessoa pode não acreditar. É diferente de um assassinato: eu, você e todos sabemos que ali é uma vida. Eu não posso provar para o outro o que eu acho.

      Então não posso interferir em suas decisões.


  7. Simone, se ninguém realmente tem certeza, ainda assim é um risco palpável se tratar ali de outra vida não? Já que não há certeza, não há como determinar se é ou não assassinato. Nessas condições não é preferível não fazer o aborto? Independente da crença de qualquer pessoa, não é uma coisa em que dê para relativizar a esse ponto, estamos decidindo sobre outra vida.


    1. E aí chegamos a diferença entre eu e você: não, eu não acho certo tirar o direito de alguém de qualquer coisa com base na inerteza…


  8. Eu assumo essa postura justamente na intenção de tentar preservar um direito maior, que é o direito à vida.


  9. Felipe,

    Assim como a Simone, sou católico. Não comentei isso pois acho que isso não enriquece em nada a discussão, isso deve ser debatido no campo da biologia e da medicina.
    Contudo, faço uma pequena ressalva em relação ao que você disse sobre a Igreja. A igreja, assim como você e como eu (que sou igreja também) acredita que um aborto é um crime, mesmo que isso não seja uma questão estritamente religiosa, ela tem o direito e dever de expressar a sua opinião, levantar o debate, assim como toda a qualquer reunião de pessoas. Hoje a Igreja tem voltado a sua vocação original. “De a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus” e neste caso a vida humana para os católicos é um dom divino e deve ser defendido. Mas esse não é o problema.

    O problema aqui é onde começa a vida Humana…

    Simone,

    http://saude.hsw.uol.com.br/reproducao-humana10.htm
    Na fase 1 existe um óvulo e um espermatozóide. Duas células 1n (com 23 cromossomos)
    Na fase 2 o espermatozóide consegue entrar no óvulo, mas ainda não houve a combinação (64 cromossomos espalhados pela célula)
    Na fase 3 idem
    Na fase 4 existe uma célula humana com 23 PARES de cromossomos, iguais aos que essa pessoa vai carregar a vida toda. Sem nenhuma descontinuidade até o dia da sua morte.

    Deste momento em diante, cabe a argumento do ovo do Felipe. Cabe o meu argumento da dignidade humana (eu não sou menos humano hoje do que amanha, nem sou mais humano que há 20 anos).

    O momento de dúvida, é entre na fase 2 e 3… Considerando que isso tudo ocorre dentro de uma célula, Podemos considerar o tempo ínfimo. Ademais, não da para parar essa reação uma vez que o SPTZ entra no óvulo.
    Espero que tenha esclarecido, não sei se convenci, qualquer coisa me procure. E me adicionem no twitter. @ferreiragpd
    Gostaria de salientar mais uma coisa. Pela primeira vez estou tendo um debate sobre esse assunto com pessoas tranqüilas e que argumentam com a razão. Obrigado pela oportunidade. 🙂


    1. Gustavo,

      Escclareceu sim: você entende que a partir do momento em que a célula formada é equivalente a existente pelo resto da vida já existe vida. Então, eu também acho, eu acho até que, para mim, existe vida no momento dois. Mas isso sou eu e eu sou responsável por defender isso no que se refere a mim. Se é verdadeiro? Você não verá nenhum cientista defender sem sombra de dúvida, quem dirá eu, mera contadora. vai ter gente que te dirá que mesmo óvulo e espermatozóide tem vida e não deve ser desperdiçado.

      Sim, a vida é um bem valioso, mas, mais uma vez, eu não posso decidir como alguém viverá a sua, em momento algum.

      Mas eu acredito mais ainda que cada um deve ser responsável por suas escolhas, se, acima de tudo, aquilo que creio for verdade, bem, a pessoa que optar por diferente caminho com certeza terá de lidar com isso. Eu não vou fazê-lo por ela.

      Vamos pensar nas células tronco de embriões, saindo do assunto aborto: entendo que, pensando dessa forma, você deva ser contra o seu uso para pesquisa e medicina, certo? Eu jamais poderia ser contra se isso vai ajudar pessoas cuja vida pode mudar por causa disso. Imagino uma pessoa com Alzheimer, com Parkinson podendo encontrar uima nova esperança nisso.

      Fico eu também feliz de poder conversar com pessoas tranquilas, eu dificilmente abordo temas polêmicos porque é muito fácil alguém simplesmente te atacar, sem dó. Mas acho difícil também o convencimento, tanto de eu convencer você ou você me convencer, porque não pesa nisso só a parte racional, entra muito de sentimento.


  10. Volto mais tarde para complementar a resposta, mas em relacao as celular tronco embrionárias.

    1 Sou absolutamente contra
    2 os estudo feitos até hoje mostram que as celulas tronco adultas dao muito mais resultado que com as celulas tronco embrionárias. E não é porque sao estudadas a menos tempo. Muitos lugares a pesquisa sempre aconteceu paralelamente.

    Quanto a defesa objetiva desse conceito (de que a vida humana comeca na fecundação), ela é feita por vários cientistas desde 1827, graças a Karl Ernest von Baer e por muitosmédicos (catolicos ou nao). Sendo assim, defendo a vida de quem ano pode se defender.

    Eu sugiro que leia esse debate (quando tiver tempo). Ele é do campo jurídico. Mas acho que engrandece o nosso. Por favor, desconsidere o resto do site, não faço ideia o que tem nele, só foi lugar onde encontrei mais rápido o debate…

    http://cavaleirodotemplo.blogspot.com/2008/11/matartamar.html

    em tempo. quando começa o Tópico “eu tenho medo” é so opiniao de outras pessoas. O importante é o artigo do Cicero harada, a replica e a tréplica.
    Vamos nos falando.


  11. Simone, penso como você. Eu também não faria, mas respeito o direito de quem escolhe fazer. Além disso, nossa sociedade prefere o quê: um monte de filhos indesejados abandonados à própria sorte? Porque o governo criminaliza o aborto, os ricos continuam fazendo. As mulheres pobres, morrem ou tem que criar um ser que elas não tem a menor condição. E aí, onde vamos parar? O respeito à vida justifica uma vida indigna?

    Escrevi meu texto mas deu um pau lá no servidor, deve entrar amanhã.
    Beijos grande!


  12. Que ótimo texto, muito obrigada.

    Não tenho religião, mas não sei se faria um aborto caso precisasse. O que eu gostaria é de poder escolher, com segurança, o que fazer com o meu corpo.

    Não importa o que eu acho, o que o padre acha, o que qualquer pessoa acha. O direito ao corpo deve ser garantido.

    O que se defende não é o aborto, rapazes, mas o direito à escolha.


    1. Ólá renata! É isso mesmo: a questão é o direito da escolha, cada um convive com as consequências de seus atos, não é?

      beijos


  13. Não é uma escolha se você considerar o aborto como terminar a vida de outro ser.

    Não se trataria apenas do seu corpo nesse caso, e sim de dois corpos distintos, o fato de um depender biologicamente do outro não muda isso.

    Se vermos a situação nesta perspectiva, aborto = matar. E matar não é uma escolha, não é um direito. É um crime.


  14. Pessoas queridas,
    Parem de adaptar as suas crenças às dos outros. Parem de decidir pelos outros. Vocês não têm esse direito mais do que qualquer mulher tem o direito de decidir se vai ou não mudar TODA a sua vida em prol de algo que não deseja.
    Quantos de vocês já foram estuprados?
    Quantos de vocês já se viram sem apoio emocional ou financeiro?
    Quantos de vocês já descobriram que sofriam um risco de vida, mas não podiam, legalmente, fazer nada para se proteger?
    Quantos de vocês já descobriram que dariam à luz e cuidariam de uma criança com uma doença incurável e que nasceria para viver nada mais do que meia dúzia de dias, depois de você tê-la carregado por nove meses?
    Quantos de vocês já se viram com um filho indesejado e sem qualquer capacidade psicológica de mantê-lo sozinho? Isso, é claro, no mundo utópico onde homens se vêem confrontados por essa decisão tanto quanto uma mulher. Porque dizer “eu vou ajudar” é fácil. A barriga não é de vocês, a vida não é de vocês, a saúde não é de vocês e é muito fácil pagar pensão alimentícia quando a criação não depende de nada mais do que o seu rico dinheirinho.
    Pensem além dos bebês que vocês nem conhecem. Pensem nas mulheres que vão sofrer sozinhas por isso. Nas mulheres que sequer têm direito de escolha. Pensem que, se a namorada de vocês engravidar amanhã (acidentes acontecem, vocês sabiam que antibiótico termina o efeito da pílula anticoncepcional? Pois é, a sua namorada pode pegar uma gripe, não saber que a pílula vai parar de funcionar e engravidar, sem nunca ter sido descuidada) e nunca tiver desejado filhos, ela não vai poder se livrar disso, mas vocês SEMPRE vão.
    E pensem, realmente, se a mulher escolhe sozinha a não usar um método contraceptivo. Se a concepção é só dela. Não é, né? Mas a gravidez é só nossa. A criação também. Então é muito fácil falar sobre “escolhas pela vida do nenê” quando isso não os prejudica.
    A propósito, o seu amigo é fruto de um estupro? Que bom pra ele que a mãe não abortou. Mas e daí? Todas as outras estupradas precisam se ver obrigadas a dar à luz a uma lembrança do pior momento da vida delas? E ainda vêm falar que aborto é desumanidade!

    Adorei o texto inicial.
    :*


    1. Olá Júlia!

      Obrigada!! Sua mensagem também ficou linda.

      Infelizmente, como eu disse para a Vivianni, vivemos numa sociedade em que a visão da mulher como um ser com direitos, com escolhas, ainda é soterrado por vontades de terceiros.


  15. Lindo texto Simone!Posso divulgar no twitter?

    É bom ler textos que tratem da outra perspectiva, é importante ressaltar o lado da mulher no aborto e me assusta o quanto as pessoas não conseguem enxergar que estamos falando de pelo menos uma vida sim quando tratamos de aborto :a vida da mulher.Um ser humano completo independente, com sentimentos, sonhos que é capaz de sentir dor,coisas que fetos antes da construção do sistema nervoso central não tem, igualar mulher ao feto é completamente inaceitável pra mim nesse ponto.

    Sem falar que enquanto discutimos mulheres morrem em nome de abortos mal feitos, é a quinta causa de morte materna no país.Mulheres com situação melhor de renda abortam,mas essa legislação força a milhares a se submeterem a verdadeiros açougueiros, essas sim se arrependem porque no desespero não tiveram tempo de pensar em alternativas, essas se arrependem por conta das sequelas, muitas porque não poderão mais ter filh@s.


    1. Olá Vivianni! Pode divulgar sim.

      Eu acho que o grande problema é que ainda somos uma sociedade patriarcal, aonde o direito da mulher fica em segundo, teceiro, quarto plano…


  16. Simone, concordo plenamente no que diz respeito a mulher ter o direito de escolher ser ou não ser mãe, mas considero também que para isto existem anticoncepcionais, Diu, e uma série de métodos contraceptivos que, tenho certeza, de que se não existisse a possibilidade de retirar o feto durante a gestação, muitas mulheres e homens os utilizariam. Acredito que temos que tratar e discutir sobre a raiz da questão, isto é, contracepção ou esterilização (no caso das mais determinadas a não vocação ou desejo pela maternidade) e não tratar a reflexão sobre este assunto após ser dado inicio a uma nova vida. Acho isso descaso para com o ser humano.Digo isto, pois como vc, tenho muitas amigas que jah fizeram aborto, e apesar do alto nível de instrução não utilizam métodos que impedem a concepçao de um “quase-filho”, não como deveriam. Acho que a vida esta sendo banalizada, por que não lutar para q os bebes não sejam feitos ao invés de lutar para que depois de gerados sejam retirados? tenho 23 anos, tenho uma vida sexualmente ativa uso pilula, preservativo e se houver algum incidente como por exemplo a camisinha estourar, tomo a pilula do dia seguinte, antes do dia seguinte, digasse de passagem. Nunca me ocorreu uma suspeita de gravidez indesejada, justamente porque não a desejo e não acho justo submeter um ser humano
    (ainda q em fase gestacional) a morte pelo meu descuido. Antes de pensar em sermos mulheres ou homens temos que pensar em sermos seres humanos responsáveis e dignos de um dia nos tornarmos pais, mães, profissionais, políticos, formadores de opinião etc. E o humano, acredito eu, não deve ser tão frio diante de outra vida, que ele mesmo gerou, esteja ela no início ou no final.. tem vida, e é humano, e como pude ver em meus livros de ciência do segundo grau está em pleno desenvolvimento, diferentemente dos seres tb humanos que clamam por eutanasia, os projetos de bebes crescem e se desemvolvem, não estão definhado ou estagnados, e um dia serao carol, rodrigo, mariana, renata.. Acho que se não queremos devemos e PODEMOS evitar. Não faço parte de nenhum grupo religioso mas não consigo entender como tantas pessoas conseguem aceitar com naturalidade formar um ser e depois descartá-lo, será que a vida humana deixou de valer? sera que so se é humano quando se tem a possibilidade de refletir de fazer escolhas, ate os 4 anos de idade eu não o era..mas hoje sou, o q não faz de mim algo menos humano naquela época..entendem? vcs teriam coragem de jogar no lixo um feto humano? mas podem comer uma vaca.. entemdem? o q faz a diferença é ser humano, e o feto ja é humano, acredito q por mais pro-aborto que sejam não conseguiriam ver um feto sendo jogado num lixo comum ou um animal se alimentando dele, isto pq mesmo morto temos uma especie de respeito ao q é humano, ou pelo menos deveriamos ter, mas ao pensar na morte deste como uma possibilidade estamos sendo indiferentes ate mesmo para com a nossa natureza. Eu acho q aborto é um nome muito bonito para o q realmente é um aborto, aborto é matar algo q não é um cancer nem uma doença, mas é algo humano e que está dentro de vc, noossa isso me causa arrepios, experimenta contar isso pra sua filha pra ver o que vai dizer, eh algo macabro e assustador quando vamos ver a fundo.. O discurso da escolha, das renúncias do feminismo é muito bonito, mas os fins não justificam os meios..Acho q todas as crianças devem ser bem criadas como a sua e como eu fui e que as mulheres tb devem ser boas profissionais , ter projetos, uma graduação, mas pra isso não podem passar por cima de tudo e de todos, há limites, há valores, e o respeito a vida humana desde o inicio ate o final é um deles. A questao parece girar em torno de onde se inicia a vida, algumas amigas q fizeram recriminavam outras por terem feito aos 4 meses, disseram q o bb ainda respirava qnd o medico o tirou e o jogou no lixo, disse chorando muito, mas q diferença meu Deus o dela foi tirado aos dois c o citotec..sabe, se inicia no momento q eh gerado, no momento q vc toma conhecimento..Eh difícil qnd vejo como o mundo está, realmente não tenho vontade de ter filhos e pra isso tomo todo o cuidado,e se um dia acontecer vou ser digna e arcar c a responsabilidade dos meus atos.A questão tb colocada: a vida da mulher ou a do bb? acho q essa questao deve ser colocada qnd há riscos a mãe e não em uma gestação provocada e segura, eh como ter um filho de dois meses querer viajar ou ter uma oportunidade ótima de trabalho em outro país e pensar a vida do bb ou a minha, a deixa c a avo, a banalizaçao da vida não ocorre soh no ventre está em todas as esferas da vida e em todas as etapas, abram os olhos as pessoas estão se tornando cada vez mais egoístas e interesseiras, um filho fruto de um relacionamento estável e em boas condiçoes financeiras é mais filho ou mais humano q um decorrente de uma relação fortuita no meio de uma faculdade? quer dizer entao q as pessoas não valem mais por elas mesmas mas sim pelo contexto em q estão inseridas, e se o seu lindo casamento acabar e vc ficar pobre, se apaixonar por outro homem q n a quer, vai jogar sua filha fora? as coisas não funcionam desse jeito simone, temos q ter valores q vão alem da comodidade, nem sempre as melhores escolhas são as mais fáceis mais c certeza são aquelas q nos farao um dia olhar pra tras e sorrir diante da nossa vida! Dignidade, amor, esperança, ética, fazer o bem, fé x praticidade, independência, ismos.. me surpreende muito tb levar a questão como direito das mulheres como se fosse uma luta feminista, pois nunca vi nenhum homem achar ruim a mulher fazer aborto de um filho seu, digo isso pq ja vi varios, não so acharam bom, como tb sugerem e patrocinam, acordem o aborto é a coisa mais machista q pode existir, o homem não sente nada se livra de um “pepino” qnd muitas vezes foi ele q nao quis usar a camisinha ou quis “gozar dentro” os homens realmente não se importam, ou vcs acham q esses politicos sao militantes pro-aborto?? claro q n, talvez jah tenham patrocinado varios, n liberam pq sabem q a igreja catolica e o brasil é um país católico ia “cair em cima”. Acordem essa luta não eh das mulheres pelos seus direitos, é uma luta autodestrutiva, onde mulheres mutilam seus proprios corpos enquanto homens saem ilesos e continuam cada vez mais irresponsáveis, se eles achassem q a mulher n iria tirar c certeza n arriscariam..Isto é fato.


  17. ola d simone desculpe vir comentar sem a conhecer mas preciso de agradecer …
    Obrigada por nao condenar quem faz um aborto apesar de assumir que jamais faria um
    Eu fiz um aborto ha 3 meses e estou mt arrependida todos os dias penso no meu bebe
    criei um blog para ver se encontrava mulheres na minha situaçao e k precisasem de desabafar e ajudarmo-nos mutuamente pk o aborto deixa muitas mazelas psicologicas
    se quizerem visitem e comentem mae-de-um-abortado.blogspot.com
    Mais uma vez obrigada


  18. simone….
    Adorei o q você escreveu….sinto q apesar dessa geração ser totalmente manipulada em todos os sentidos dês de crenças, marketing agressivo e compulsivo…tem pessoas que compreende o sofrimento dos outros…sem tem o pré-conceito julgar sem ao menos conhecer… Sofremos a todo instante da sociedade e de nos mesmo…. Só entendemos uma pessoa quando passamos pela mesma situação…e nem sempre é igual… Dependendo de nossa visão de vida e a bagagem que levamos istate de aprendizado…..e acho que a partir do momento que uma pessoa faz um aborto…ela dando continuidade a sua vida vai automaticamente se punindo…e sofrendo nem precisa de deus p julgar por que ela mesmo vai se julgar pelo seu “erro”certamente existe uma razão por sua escolha….ela mesma tem que se perdoar…e nao julgar…estamos aqui simplesmente para aprender a enxergar nosso próprio erro q é o mais difícil a ser compreendido….e aceitar nossa natureza nossa essência e tentar conforme vivendo nossos erro ou acerto q naum vemos q erramos…
    Bom ta meio confuso por tenho que aprender a me expressar melhor na escrita
    Bjos obrigada


    1. Olá Karla, eu escrevi mesmo na intenção de dar algum conforto a quem toma uma decisão tão difícil e que acaba por se sentir tão sozinha. beijos


  19. O i Simone,
    De toda essa grande discussão, uma coisa me chamou atenção.
    Você é a favor do aborto, mas não faria, que contradição, não ?!
    Nunca faça um discurso que vá contra suas ações, você perde toda confiança, a minha inclusive, que achei seu texto sem fundamento algum, e seus argumentos péssimos.


    1. Jéssica, não vejo nada de contraditório em minha posição: eu sou a favor do direito da mulher de escolher o que fazer com seu corpo.


  20. Simone adorei sua texto e gostaria de complementar contando que na Italia CATOLICA, pais de primeiro mundo, o abordo é LEGAL.


    1. Oi Paula, acho que os países mais “velhos” acabam lidando melhor com a separação igreja e governo, você não acha?

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