The Good Wife: Heart (01×17)

Aviso de antemão: este é um review escrito por uma mulher e, neste caso em especial, isso faz muita diferença. Ele é um review do ponto de vista feminino.

Temos de admitir: se há algo que os roteiristas de The Good Wife sabem fazer com louvor é retratar o constante conflito interno vivivo por Alicia.

Depois de assistir ao episódio eu li o review do Luis Marcelo no Teleséries. Apesar de entender seu ponto de vista, discordo veementemente de muitas coisas por ele colocadas ali.

Alicia está longe de ser perfeita. Um milhão de mulheres apontariam, e apontam ao longo dos primeiros episódios, seus dedos com gosto para ela por ela ter se submetido a manter o casamento depois da traição. Muitas outras teriam torcido para que ela tivesse traído Peter logo de chegada, numa vingança vazia.

Na visão destes ela não é perfeita. Ela seria perfeita na visão machista e antiga que dita que a mulher a tudo deve se submeter em nome do casamento. Foi isso que ela tentou fazer ao longo do caminho: segurou as pontas, não perdeu a calma, não enlouqueceu. Manteve a família unida e engoliu toda a raiva e frustração que sentiu.

Em Heart eu pensei em algo que se quebra, que arrebenta. No momento em que o Will beija Alicia é isso que acontece. Depois de tanto controle com cada passo, Alicia sofre com o rompimento, não com Peter, mas com uma série de sentimentos.

E se ela depois corre para a cama de Peter não é por vingança, é desejo. E sim, mulheres sentem desejo por sentir, como tantos homens dizem que sentem, e sim, tem horas em que apenas queremos satisfazer isso.

Heart fala de decisões tomadas com o coração: é o coração que guia Will no andamento do caso, é o coração que o faz beijar Alicia e é o coração que faz com que ele peça algo a Peter, a parte mais difícil.

No início é a cabeça que faz com que Peter procure por um pastor em busca de redenção, mas é o coração que faz com que ele realmente abrace essa causa.

Não é o coração que guia Eli, mas em vários momentos eu acho que alguém que age como ele e toma decisões como as dele é sempre guiado pelo coração – na verdade sua opção de vida foi essa.

E é o coração que se aflige no andamento do caso defendido pelo escritório: ficamos aflitos com o destino daquela criança, mesmo sabendo que é tudo ficção.

O que acontece agora? Não sei, é difícil prever como as coisas acontecem quando é o coração que decide.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

3 Comentários


  1. ahahaha esse episódio deu o que falar em Si?!! Poxa, o que dizer, amei esse episódio e concordo com você. Alicia está longe de ser perfeita, é passível de desejos que nem ela mesma sabia e que nem sempre está relacionado com o marido, afinal, foram anos medindo a própria vida de acordo com a de Peter, com as vontades dele, os projetos, enfim…acho que pela primeira vez ela deu voz ao seu coração.

    Eu só achei que ela já está espertinha o bastante pra notar que essa “remissão” de Peter é porque ele quer voltar à política, e não porque se arrepende. Acho que ele se arrepende de ter feito “errado” e não ter feito, entende? De ter sido flagrado, exposto e perdido sua vida, mas não de ter traído a mulher. …

    Parabéns pelo texto Si. Você sempre muito franca e direta… 🙂

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