Quem faz a regra do que te cai bem é você

Então, hoje não rolou fotinho do visual porque, depois de ir na pizzaria em plena segunda, todo mundo em casa estava com uma preguiça enorme de sair da cama, enrolamos na coberta que nem casulo e saímos correndo porque a Carol tinha prova – a0s curiosos de plantão eu tô assim, só que de sapato preto.

Então vamos aproveitar e falar de outra coisa: as tais regrinhas do que você pode ou não pode usar.

Em primeiro lugar eu odeio essa coisa do eu posso ou não usar. Acho sim que existem “regrinhas” que são super boas, mas prefiro chamá-las de dicas. Porque tem dia em que ter uma dessas na cabeça é ótimo, principalmente se a gente não dá muito de bem conosco mesmo e quer algo que disfarce aquele detalhizinho que nos deixou encanadas, e elas tornam mais fácil saber o caminho a tomar.

Agora, deixar de usar algo que você realmente gosta só porque alguém disse que não é adequado para você? Nem pensar. Olha só como minha vida ia ficar complicada: sou baixinha e gordinha, apesar disso tenho cintura e não tenho barriga. Regra básica número um: valorize o que tem de bom, esconda o que você tem de ruim.

Se assim fosse, meus vestidos que amo da Maria Simone iam sair do armário, já que não marcam a tal cintura que eu deveria destacar. E usar sapatilhas então? Segundo os “magos da vestimenta” a gente precisa por um salto para a coisa funcionar – sabem como é, eu tenho horário, 1,54, e não altura. Blusas regatas com esses meus bracinhos de tchauzinho vergonhoso? Nunca, mas eu uso sim, ainca mais quando o calor bate 33º a sombra.

Ah, e as batinhas? Eu teria de abandonar todas porque tenho seios volumosos e quadris largos e, de novo, eu ia esconder meu tal “ponto forte”. Mas fala que não é uma delícia usar uma blusinha que não chegará ao final do dia toda amassada e não ter que se preocupar se a barriga está solta ao invés dos ossos fechados para dentro – é assim que minha professora de pilates diz que eu tenho que ficar – ou se o sutiã está marcando? Nada como uma batinha e uma calça confortável para você seguir um dia assim, mais a vontade.

E tem hora que fica mais complicado ainda: baixinhas devem usar listras na vertical, gordinhas listras enviezadas. Na dúvida? Não use listras? Gordinhas devem evitar saltos, usar apenas sapatos médios, baixinhas investir em sapatos altos, na última moda os meia-pata. Imaginou eu com minha canela grossa e um sapato meia-pata? Affff!!

Se eu pegar as regras para gordinhas e baixinhas sobra pouca coisa que caia bem para as duas, se eu for dar bola eu não usaria as minhas calças e shorts boyfriend que eu amo, porque só calça reta de cintura média, falta de criatividade.

Sim, eu sei quais as roupas que me favorecem, era fã do Esquadrão da Moda orginal, com Trinny e Susanah, porque elas davam dicas do que caia melhor na pessoa, mas não matavam o estilo da pessoa, o que as versões americana e nacional do programa colocaram por terra. Tenho até o primeiro livro das garotas e consulto de vez em quando.

Acho que vale sim conhecer as tais regrinhas, mas tem uma que vem antes de todas as outras: seu estilo. Às vezes a gente demora a achar, a descobrir o que realmente tem a nossa cara, mas depois que encontra é engraçado: vira e mexe pessoas que convivem comigo comentam ter visto isto ou aquilo e que era a “minha cara”. Isso significa que eu já deixei marcado qual é o meu estilo.

Noutro ponto que as tais regrinhas podem ajudar: pessoas que realmente não se sentem legal com o corpo que estão, seja uma fase, seja pela dificuldade de perder peso – quem falar que é fácil, que é falta de força de vontade é porque não entende o quanto isso é difícil – e a roupa certa pode fazer com que ela se sinta melhor, mais bonita e mais feliz. Isso: SE SENTIR MAIS BONITA E FELIZ É O MELHOR!

Nem tudo que está na moda fica realmente bem para todo mundo: acho lindas essas saias e calças de cintura alta que estão na moda,  suepr femininas, mais imaginem um colchão amarrado no meio. Imaginaram? Seria eu usando uma dessas. Não rola. Não me sinto bem. E se não me sinto bem pode estar na moda a vontade: não vou usar.

Tentei a calça saruel. Tudo bem que comprei uma só um pouco sarueal, mas com minhas coxas crossas ela não é mais saruel e tá lá no fundo da gaveta. Mas acho lindo quando vejo alguém usando. Acho lindo quando a pessoa está com uma roupa que é a sua cara.

E acho terrível como ainda tem gente que tem preconceito. Com roupa, com unha, com cabelo. Outro dia eu estava no metrô e tinha uma guria linda de vestido tomara que caia e saia balonê todo rosinha. Podia ser de festa, mas ela colocou uma melissa e uma bolsinha pequena e saiu pro dia dela. Detalhe: branquinha de tudo, com tatuagens mil e um cabelo em corte todo exótico. Você via de longe os olhares de censura. E ela estava simplesmente linda!

Outra cena de metrô: morena linda e magrela tipo modelo usando tudo que dizem ser a última moda. Era calça legging com brilho, bota de salto alto, bolsa enorme e cheia de tachinhas, cabelo lisinho com faixa larga, casaco longo e acinturado. Mas ela estava com os ombros curvados, postura zero e uma cara de super infeliz. Pode ser que o dia não estivesse legal, pode ser que ela estava usando uma roupa que combinava com seu ambiente de trabalho.  A questão é que ali ela não estava bonita, ali não parecia que a roupa era dela.

Então sim, um casaco mais acinturado por cima de uma blusinha mais solta, ou uma sobreposição de camiseta e blusinha para alongar a silueta é legal sim, mas jamais deve ficar acima do seu gosto e do seu prazer.

Cabelo é outra coisa que me dá desespero nesse país: outro dia lia um artigo compartilhado comigo no Google Reader e nele a autora pedia a opinião de uns “meninos” sobre tamanhos e tipos de cabelo. Aí vem um gênio e fala que cabelo curto dá a impressão de que a mulher é insegura. Catso (sorry!), é justamenete o contrário: num país aonde reina a verdade de que cabelo bonito tem de ser longo liso e loiro, uma mulher ter coragem de experimentar, de tentar algo novo, de ser diferente demonstra o quanto ela é segura de si, alheia a julgamentos.

E falo isso de carteirinha: passei 27 anos da minha vida com cabelão enorme. Era lindo, eu cuidava pacas. Mas no dia em que cortei meu cabelo me descobri outra pessoa, tão bem e tão feliz. Meu rosto apareceu, eu apareci. E eu realmente não imaginava o quanto ia gostar. Quando estive na Europa fiquei fascinada com a quantidade de tipo de cabelos que você vê nas ruas, cada mulher de um jeito, cada uma do seu jeito.

Por aqui um desses estilistas de brincadeira, realmente não lembro qual, disse numa entrevista para a Vejinha SP que aqui no Brasil nunca tem mistério sobre a moda para a próxima estação: é minissaia, plataforma e blusa de alcinha. E, infelizmente, é que mais se vê mesmo.  No caso das “patricinhas” é o salto, a calça mais justa, um blazerzinho, mas não muda muito. Muda marca, muda cor, mas parecem todas de uniforme.

Ah, outra coisa: preto não emagrece. O que emagrece é roupa que te cai bem, que está no seu tamanho, e que seja de qualidade, bom tecido e bom caimento. E não é nem que emagrece: é que cai bem meu povo, fica adequado, fica bonitod e se ver. Uma roupa preta total que seja mal feita ou de qualidade duvidosa só vai fazer com que você parece um saco de batatas preto. Por isso sempre, sempre invista em qualidade ao invés de quantidade.

Até porque, como eu falei lá em cima, se depender só das tais regras, muita gente vai sair nú por aí.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

5 Comentários


  1. aplaudindo de pé aqui. é o post q eu queria ter escrito desde que iniciei meu blog, mas sempre posterguei. vou ver tomo vergonha nessa cara e faço a minha versão pra breve.

    beijo!

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  2. Ta ai mais uma oportunidade pra eu tomar vergonha na cara né!!!! Será q @rgalis colabora com as fotos?

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  3. Adorei os seus comentários. Enfim achei uma pessoa que pensa igual a mim, sou baixinha e gordinha, mas gosto de roupas que fiquem bem em mim e pra mim.Vou a um aniversário infantil de short boyfriend e quem não gostar olhe pro lado.

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